Qua, 26 de abril de 2017, 10:33

Professor da UFS lidera missão arqueológica no Egito
Pela primeira vez o país africano recebe uma missão liderada por um brasileiro
Professor Roberto Pellini, coordenador da missão, afirma que a iniciativa surgiu há cerca de dois anos em parceria com Ministério de Antiguidades do Egito. (foto: Dayanne Carvalho/bolsista Ascom UFS)
Professor Roberto Pellini, coordenador da missão, afirma que a iniciativa surgiu há cerca de dois anos em parceria com Ministério de Antiguidades do Egito. (foto: Dayanne Carvalho/bolsista Ascom UFS)

O cenário que já serviu de locações para filmes e escavações históricas é agora um vasto campo de exploração para pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe. As múmias, faraós, templos e pirâmides do Egito, país africano que é considerado o berço mundial da arqueologia, sempre fizeram morada no imaginário de pesquisadores mundo afora, mas esta é a primeira vez que uma missão comandada por cientistas brasileiros foi possível.

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O local escolhido foi uma tumba na histórica cidade de Luxor, capital do Egito durante o período do Novo Império até o ano de 1090 a. C. A cidade é conhecida como o maior museu ao ar livre do mundo.

O professor do curso de Arqueologia da UFS Roberto Pellini, coordenador geral do Programa Arqueológico Brasileiro no Egito (Bape), afirma que a iniciativa surgiu há cerca de dois anos em parceria com Ministério de Antiguidades do Egito. "O Egito já teve muito pesquisadores brasileiros trabalhando em outras missões, mas nunca o Brasil organizou uma missão arqueológica lá. A partir disso nós, pesquisadores, começamos a pensar em qual local seria interessante desenvolver o projeto".

O pesquisador ainda conta que em 2015 uma equipe visitou uma série de tumbas no Egito para escolher em qual iriam trabalhar, escolhendo uma localizada em Luxor. "Em março deste ano nós finalmente demos início à primeira etapa do trabalho. É a primeira vez que uma equipe liderada por um arqueólogo brasileiro e uma universidade brasileira, no caso a UFS, montou um projeto arqueológico no Egito", diz.

As áreas a serem estudadas já foram mapeadas e os cientistas devem demorar entre cinco e dez anos para executar o projeto, que é dividido em três braços: a parte arqueológica, sob a responsabilidade de Caroline Murta, doutoranda da UFS; a parte de restauração e conservação, responsabilidade da conservadora Silva Cunha; e a parte da Egiptologia (ciência que estuda o antigo Egito).

Importância do trabalho


Fragmento de decoração de máscara funerária. (foto: arquivo pessoal)
Fragmento de decoração de máscara funerária. (foto: arquivo pessoal)

O trabalho contará também com um mapeamento da área em 3D. Trabalhando com essa tecnologia também será possível identificar materiais arqueológicos com mais facilidade.

Pellini acredita que o trabalho mostra a maturidade da arqueologia brasileira. "A arqueologia brasileira é muito pouco conhecida em outros países, inclusive no Egito. Hoje mostramos que estamos em uma posição absolutamente igual a outros países, tanto do ponto de vista metodológico quando teórico. Temos sido aceitos em um país que tradicionalmente é dominado por uma arqueologia europeia, o que mostra que a arqueologia brasileira está em um nível bastante elevado".

A aluna do Programa de Pós-graduação em Arqueologia de UFS (Proarq) Caroline Murta afirma que os cientistas e alunos irão trabalhar em duas câmaras dentro da tumba para descobrir quais materiais estão ali. "A escavação é muito importante porque vai funcionar também como um sítio-escola, onde vamos discutir com alunos de graduação da UFS os diferentes tipos de metodologia que podem ser usados em cada câmara".

Com informações da Rádio UFS


Atualizado em: Qua, 26 de abril de 2017, 11:55
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