Sex, 22 de novembro de 2019, 10:21

‘Você é o que você come’: projeto da UFS leva conhecimento sobre DTA para escolas
Doenças transmitidas pelos alimentos (DTA) são responsáveis por hospitalizar milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS
Projeto foi desenvolvido em escolas do ensino fundamental de Nossa Senhora da Glória. (fotos: arquivo pessoal)
Projeto foi desenvolvido em escolas do ensino fundamental de Nossa Senhora da Glória. (fotos: arquivo pessoal)

Em uma mesa, uma pessoa prepara um frango sem saber que ele está contaminado com algum tipo de bactéria. Logo em seguida, ela prepara a salada no mesmo local. A carne, porém, será cozida. E talvez a bactéria seja inativada. Já o tomate, que não será cozido, poderá sofrer contaminação. Esse é um dos exemplos cotidianos que demonstram como ocorrem as doenças transmitidas pelos alimentos, conhecidas como DTA.

Uma inadequada higiene pessoal e o consumo de alimentos contaminados estão entre os causadores das DTA. Por isso, com o objetivo de conscientizar a população acerca dos perigos que os alimentos podem conter, um projeto de extensão do campus do Sertão da UFS leva conhecimento para as salas de aula de escolas do município de Nossa Senhora da Glória. A ação atendeu 710 alunos do ensino fundamental e promoveu atividades lúdicas, como apresentação teatral e brincadeiras para fixação do conhecimento.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que as DTA são responsáveis por hospitalizar milhões de pessoas todos os anos. Só em 2010, 600 milhões ficaram doentes. O dado mais alarmante é o de que houve aproximadamente 400 mil mortes em todo o globo. E as crianças abaixo de 5 anos respondem por 125 mil óbitos, ou seja, quase 30% do total. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) afirma que, no Brasil, são notificados, em média, 700 surtos de DTA por ano, sendo 13 mil doentes e 10 óbitos. Já em Sergipe, os dados mostram que foram notificados 24 surtos entre 2007 e 2010.


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A coordenadora do projeto, Natália Nespolo, do Núcleo de Medicina Veterinária do campus do Sertão, acredita que trabalhar com a conscientização de crianças e jovens é o caminho para reduzir esses índices. “Elas [crianças] absorvem o conhecimento e crescem com ele. Assim, irão evitar que essas doenças ocorram. Além de serem grandes disseminadoras de conhecimento. Elas chegam em casa e falam: 'mamãe, aprendi isso hoje e não pode fazer isso'. Isso ajuda na prevenção e diminuição dos casos", explica a docente.

A falta de informação, assim, é um dos fatores que explicam as altas ocorrências de DTA, explica Natália. Para ela, isso se dá porque os sintomas que aparecem num indivíduo com a doença é generalista, ou seja, é comum sentir náuseas, dor de barriga, vômito e febre. De acordo com ela, as pessoas não procuram atendimento médico e acabam confundido as DTA com uma virose. "Às vezes o médico não faz a investigação ou a própria pessoa não fala que comeu algo específico que tenha ligação com o sintoma. Dessa maneira, isso acaba se passando como uma virose. Logo, não tem o diagnóstico e, assim, fica difícil a notificação", salienta.


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Lavar bem as mãos. Uma das maneiras de evitar as doenças transmitidas pelos alimentos é com um ato simples, mas que, às vezes, passa despercebido no decorrer do dia a dia. Por isso, o grupo produziu um vídeo paradidático sobre a questão. De maneira lúdica, o vídeo informa a maneira inadequada e, posteriormente, a adequada, com a tinta vermelha sinalizando os microrganismos presentes nas mãos. Veja o vídeo aqui.

O projeto conta com a participação dos alunos bolsistas do campus do Sertão: Ingrid Rhayane, Rodolfo Fabrício, Francisco José Santos e Ana Paula de Freitas.


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Ao salientar suas experiências, Ingrid Rhayane contou sobre a importância de levar a educação sanitária para as salas de aula. "Representou uma grande mudança de hábitos para os estudantes do ensino fundamental, pois era visível o baixo conhecimento do nosso público-alvo sobre o assunto abordado", afirma.

A jovem, que percebeu as mudanças no decorrer que o projeto acontecia, diz que a "semente foi plantada". “Foi possível ver a mudança de percepção acontecer diante dos nossos olhos desde o momento em que dávamos início à nossa ação. É algo difícil de descrever em palavras como a nossa ajuda e conhecimento modificaram as pessoas positivamente, pois foi nítido que as nossas atividades com os alunos foi algo transformador", conclui.


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Paulo Marques (bolsista)

Luiz Amaro

comunica@ufs.br


Atualizado em: Sex, 22 de novembro de 2019, 10:44
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