VEJA O VÍDEO DA PRIMEIRA ETAPA DA OBRA
Após quatro anos da inauguração do campus do Sertão, em Nossa Senhora da Glória, a Universidade Federal de Sergipe deu início, dia 8 de outubro, à obra de implantação da estrutura a ser construída na fazenda experimental. Essa primeira etapa compreende a execução da terraplenagem, pavimentação, drenagem, entrada de energia e iluminação pública, com um investimento de R$ 6.563.061,42.
A segunda etapa, já contratada, engloba a execução de duas edificações: Laboratórios Didáticos 01 e 02 (cada um com 1.310 m²), destinados às salas de aula, auditório e laboratórios. A previsão orçamentária para a execução desses prédios alcança R$ 6.146.187,05.
Será construído também o Centro de Vivência (já licitado), com 5.661,90 m², num investimento de R$ 12.815.038,10. O assessor do reitor Jorge Antonio Gonçalves, da Divisão de Projetos e Orçamentos (Dipro), explica que será um complexo com quatro edifícios interligados por um grande pátio central.
“O objetivo é oferecer à comunidade acadêmica um local de encontro, refeições, apresentações e contemplação, onde terá um pequeno palco, espaço para circulação e acomodação de mesas e bancos. Além disso, o campus terá mobilidade e acessibilidade para todos os usuários, assegurando o acesso de idosos e pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida”.
“Em relação à regulamentação construtiva, [as obras] estarão regidas por normas que estabelecerão recuos mínimos, alturas máximas e taxas que estejam relacionadas ao macrozoneamento do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Nossa Senhora da Glória. Esta regulamentação induzirá e possibilitará a qualidade ambiental do empreendimento”, complementa o assessor.
Ainda de acordo com Jorge, a concepção urbanística estrutura-se a partir de uma via de acesso longitudinal em sentido único (largura mínima de 7 m), canteiro central ajardinado ou arborizado com passeio público segregado, em nível diferente, e mobiliário urbano. Rotatória (praça) e sistema de retorno através de cul-de-sac (“rua sem saída”), assegurando um bom fluxo de veículos. Os estacionamentos e edificações serão implantados perpendiculares e/ou paralelos à via e o acesso ao campus – pedestres e veículos – será exclusivamente pela guarita de segurança.
A obra vai compreender 9.372,10 m² de área de calçada e 3.368,01 m² de ciclovia. A área de pavimento alcança 21.504,44 m². Conforme o diretor do campus, Jodnes Sobreira, a previsão para entrega das obras é 2021. “A vivência, que será o coração do campus, deve ficar pronta no final de 2021, porque a obra é um pouquinho mais complexa. Ela terá restaurante universitário, auditório para mais de 240 pessoas, biblioteca, setor administrativo da fazenda, lojas de serviços, centros acadêmicos, gráfica da universidade, entre outros serviços. A nossa ideia é que a universidade seja autossuficiente”.
Os investimentos para estruturação da fazenda experimental são oriundos de emendas impositivas da bancada federal (deputados e senadores) de Sergipe de 2018 no valor de R$ 20 milhões. Juntam-se a esse montante R$ 4 milhões de emenda parlamentar coletiva de 2017.
Mais sobre o campus
O campus do Sertão é fruto de parceria entre a UFS e instituições como o Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho, Prefeitura de Nossa Senhora da Glória, Embrapa, movimentos sociais organizados e os pequenos produtores rurais da região. A fazenda experimental do campus foi cedida pela Embrapa, num terreno que corresponde a uma área de 699.280,46 m².
Sua metodologia de ensino é a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) - o mesmo modelo adotado no campus de Lagarto. A ideia é que os estudantes possam desenvolver, de forma participativa e em contato com a comunidade, conhecimentos, habilidades e atitudes que os auxiliem na construção de um pensamento crítico, oportunizando-os, assim, a assumirem uma postura proativa diante dos problemas encontrados em campo.
Criado para atender melhor a região Nordeste, em especial o Alto Sertão sergipano, o campus, que funciona desde novembro de 2015, oferece quatro cursos na área das Ciências Agrárias: Medicina Veterinária, Engenharia Agronômica, Zootecnia e Agroindústria.
Anualmente são ofertadas 50 vagas para cada curso. Os candidatos que tiverem cursado todo o ensino médio em escolas regulares e presenciais em municípios do semiárido sergipano têm direito ao argumento de inclusão regional correspondente ao acréscimo de 10% na nota final. O acréscimo tem efeito apenas classificatório, não sendo levado em consideração na análise dos critérios eliminatórios.
Desenvolvimento regional
Para o reitor da UFS, Angelo Roberto Antoniolli, a fazenda experimental vai integrar a formação dos estudantes às pesquisas produzidas nas Ciências Agrárias, capacitando a sociedade sertaneja. “O objetivo é fazer parte do arranjo produtivo local, agregar valores à região. Por isso, desde o início, pensamos a estrutura da formação acadêmica de pesquisa com foco para o melhoramento do setor agropecuário, assim como para a integração com a sociedade. Vamos, sem dúvida nenhuma, engrossar as fileiras produtivas daquela região nos aliando à Embrapa Semiárido, que cedeu o terreno da fazenda experimental”.
Segundo o diretor do campus, com as novas instalações, a UFS de Glória terá duas estruturas. “A sede administrativa, onde estamos funcionando hoje e onde serão aplicados o primeiro e segundo ciclos, e a fazenda, cuja estrutura está em implantação, onde teremos o terceiro e quarto ciclos. É claro que algumas obras do primeiro e segundo ciclos também serão na fazenda”.
Ainda de acordo com Jodnes, a nova estrutura irá aumentar a capacidade de salas. “Com isso, diminuiremos a quantidade de alunos por turma. Nosso espaço, hoje, no atual campus, é um pouco limitado”.
“O município de Glória hoje recebe um aporte econômico substancial por conta do campus do Sertão. Nós temos, por exemplo, 400 alunos recebendo bolsa - somente isso equivale a R$ 160 mil sendo injetados na região. Além disso, temos professores e técnicos que residem em Glória. Ao descentralizar os seus campi, a UFS está qualificando mão de obra, enriquecendo a região”, finaliza.
Para saber mais sobre o campus do Sertão, visite a página.
Fernanda Roza (bolsista)
Luiz Amaro
comunica@ufs.br