Abel Victor e Josafá Neto | Rádio UFS. "Tudo é novo. Todos fomos pegos de surpresa, porque foi algo que se expandiu com muita velocidade, que a gente não tinha nenhum preparo e estava tendo muita dificuldade de poder adentrar em domicílio, para poder promover também o conforto das pessoas que estão vivendo essa nova realidade." O relato da agente comunitária de saúde, Flávia Duarte, mostra como o avanço da covid-19 afetou a rotina desses profissionais de saúde. Ela trabalha há mais de 18 anos na Unidade Básica de Saúde Amélia Leite, no Bairro Suíssa, em Aracaju.
Por conta dessa situação, cerca 700 agentes de saúde da capital sergipana foram capacitados para atuar no enfrentamento à doença na atenção primária à saúde da população. A iniciativa surgiu por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Sergipe, através do Programa de Residência Multiprofissional de Saúde do Adulto e do Idoso do Hospital Universitário de Aracaju, e a Secretaria Municipal de Saúde.
"Foi muito louvável que a gente aprendeu como adentrar em domicílio, orientar e como encaminhar para que setor da saúde. Estou satisfeita de ter disposto da minha manhã para estar aprendendo. Foi uma troca de saberes entre a nossa comunidade e da forma técnica de como usar da capacitação, orientando", acrescenta Flávia Duarte.
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Durante um mês, 56 residentes do Hospital Universitário, entre profissionais de enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e serviço social, visitaram 45 unidades básicas da capital sergipana para orientar e capacitar os agentes.
"A gente já tem um trabalho com o município, com módulos da residência que já rodam na cidade. Então, temos um contato direto com os Ceps, que é o Centro de Educação Permanente em Saúde. Eles nos trouxeram essa demanda para poder capacitar os agentes comunitários de saúde. Inicialmente, capacitamos as oito unidades sentinelas, e, posteriormente, as demais unidades", explica a fisioterapeuta do HU, Juliana Dantas.
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Os agentes de saúde foram divididos em turmas de até dez pessoas. Além das orientações de como abordar os moradores nas visitas de rotina às comunidades, eles tiraram dúvidas a respeito do uso correto dos equipamentos de proteção individual.
"O objetivo era que os agentes de saúde estivessem, realmente, capacitados a tirar qualquer dúvida da população sobre a covid-19 e fazer a prevenção da comunidade, lá, na ponta, onde é mais necessário. Então, por isso, a gente fez a ação, respeitando todas as normas da OMS, com distanciamento, com EPI’s, tudo que foi fornecido," explica o coordenador do programa de residência, professor Walderi Monteiro.