“São muitas emoções. A gente sente que a nossa família, colegas e professores estão aqui também porque muitos lutaram com a gente nesses quase seis anos de trajetória. Deu tudo certo e agora vamos trabalhar”. Foi desse modo que a formanda Jamile Resende explicou o que a colação de grau da 4ª turma do curso de Medicina do campus de Lagarto representa.
Com o uso obrigatório de máscaras e sem a presença dos familiares dos estudantes, para evitar aglomerações, a reitora pro tempore da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Liliádia Barreto, deu início à entrega dos certificados aos 34 concludentes do curso. “Estamos aqui compartilhando o vazio e o silêncio do auditório, e acredito que gostaríamos de compartilhar nossos sentimentos festivos que a ocasião requer. Espero que as memórias dessa cerimônia de formatura os façam lembrar, no futuro, que o sonho não acabou, ele espera dias melhores”.
Assim como já aconteceu em abril deste ano, os novos médicos tiveram a duração do curso abreviada para que pudessem reforçar o sistema de saúde frente à pandemia da covid-19. A cerimônia de colação de grau aconteceu na manhã desta quarta-feira, 23, no auditório da Reitoria, campus de São Cristóvão, e foi transmitida ao vivo pelo canal da TV UFS no YouTube.
Para o professor Fernando Every, paraninfo da turma, foi de grande felicidade poder fazer parte da solenidade de formatura. “Essa é uma turma de bravos guerreiros que têm ajudado durante a pandemia, através do programa ‘Brasil Conta Comigo’. Foram muito determinados ao longo da jornada de seis anos e eu fico muito honrado de fazer parte desse processo”.
Com a voz embargada pela emoção, Raiane Santana conta um pouco de sua trajetória na medicina, que começou antes mesmo da aprovação no curso. “A maioria de nós já sonhava em ser médico desde a infância, como é o meu caso. Ver todo esse trajeto, as lutas, os obstáculos, e hoje estarmos aqui colando grau é, de fato, uma satisfação inexplicável”.
Raphael Resende, também formando, fala sobre o que significa ingressar no mercado de trabalho nas atuais circunstâncias de pandemia, já que os profissionais de saúde são cada vez mais necessários. “É desafiador. Um misto de ansiedade, receios e medos, mas eu tenho certeza que a UFS nos preparou. Eu tenho total confiança nos meus colegas e em mim. Espero que, a partir de agora, dê tudo certo para nós”.
Virgildásio Conceição, diretor pro-tempore do campus de Lagarto, define o fim do ciclo como um grande momento para a sociedade sergipana. “Nós estamos colocando à disposição do mercado médico 34 profissionais qualificados que se formaram nessa situação crítica com a finalidade de fazer o enfrentamento à pandemia”.
Para João Carlos Queiroz, chefe do Departamento de Medicina (DMEL), esse é um marco muito significativo justamente pelo contexto atual. “Eles não só têm aptidão nesse atendimento mais generalista, mas também saem, principalmente, com a capacidade de intervir de uma maneira muito significativa na sociedade, acolhendo parte da população que hoje está sofrendo com a questão da covid-19”.
Abreviação de cursos da área da Saúde
No dia 13 de abril deste ano, a UFS emitiu a Portaria nº 296/2020/GR, que estabeleceu critérios para a abreviação da duração dos cursos de Medicina, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia para atuação dos alunos no combate à pandemia causada pela covid-19. O ato é permitido, entre outros critérios, para estudantes que cumpriram 75% da carga horária do internato para o curso de Medicina ou mínimo de 75% da carga horária de estágio curricular obrigatório para os cursos de Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia. A medida leva em consideração a Medida Provisória nº 934, do dia 1º de abril, e a Portaria nº 383 do Ministério da Educação.
Ascom
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