Assumo a gestão da Universidade Federal de Sergipe em processo no qual tive a honra de ser apontado, pela maioria do Colégio Eleitoral Especial, como o primeiro de uma lista tríplice, na qual também figuraram colegas docentes com importante histórico de serviços a nossa Universidade.
Agradeço ao excelentíssimo Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e ao excelentíssimo Ministro da Educação, Milton Ribeiro, pela confiança e respeito à escolha do Colégio Eleitoral Especial e por endossarem o meu nome para conduzir a Universidade Federal de Sergipe nos próximos quatros anos. Trabalharemos por uma Universidade sempre disposta a parcerias e a se manter fazendo aquilo que faz de melhor: contribuir para o desenvolvimento de Sergipe, de seu povo e do Brasil. Sempre comprometida com o ensino, com a pesquisa e com a extensão.
Agradeço a todos os conselheiros que confiaram a mim tão importante missão. Certamente, esse é o maior desafio e a maior honraria profissional na vida de qualquer docente da Universidade Federal de Sergipe.
Dar sequência ao trabalho realizado pelas gestões anteriores, sempre zelosas com esse nobre patrimônio dos sergipanos, como a do Prof. Dr. Angelo Antoniolli, é tarefa desafiadora que enfrentaremos com serenidade, engajamento e dedicação. Hoje temos uma universidade transformada e que se expandiu. Iremos trabalhar para melhorar os indicadores, com transparência, com eficiência na aplicação dos recursos públicos e buscando a participação de todos.
Agradeço a Profa. Liliadia Barreto, pelo zelo da instituição durante os meses que assumiu a gestão e pela transição tranquila, franca e transparente.
Estamos atravessando uma fase deveras complexa devido a pandemia que assola o Brasil e todo o mundo, com sofrimento, dores e perdas. Enfrentamos dificuldades imensas e nunca antes vividas por essa geração. Mas, como nos lembra uma frase atribuída ao físico Albert Einstein, “no meio da dificuldade, encontra-se a oportunidade”.
O momento exige ação, vigilância, cautela. Exige também o esforço mútuo para que a Universidade Federal de Sergipe trilhe o caminho da estabilidade e do diálogo. Há muito a ser feito e inúmeros desafios a enfrentar e superar. Todas e todos serão importantes. Por isso, o respeito, a tolerância e a longanimidade devem pautar as ações da gestão.
Do ponto de vista administrativo, buscaremos analisar os processos de funcionamento da UFS, buscando meios de aperfeiçoá-los, e praticando, de forma obstinada, a eficiência administrativa e valorização do elemento humano, pois as pessoas são o maior patrimônio de nossa Universidade. Essa meta deve e pode ser atingida sem que se deixe de lado a empatia, o respeito às diferenças, e o humanismo como valor central.
Também gostaria de ressaltar que precisamos aproximar cada vez mais a UFS da sociedade sergipana. Uma aproximação que se mostrou fundamental em vários momentos de gestões anteriores e, especialmente, agora, quando enfrentamos a pandemia pela Covid-19, a qual nos evidenciou a função social, participativa e integradora da Universidade pública, gratuita e de qualidade ao disponibilizar aos sergipanos, em parceira com a EBSERH, seus leitos hospitalares, seus profissionais de saúde, e seus pesquisadores, auxiliando fortemente no enfrentamento da Covid-19.
Em meio às limitações e restrições impostas pela pandemia, a UFS, com o apoio do Ministério da Educação, retomou as atividades acadêmicas, honrando o seu compromisso com a educação de qualidade, e mantendo filhas e filhos dos trabalhadores da nossa terra seguindo com o sonho de obterem uma graduação ou uma pós-graduação. Não permitiremos que esses sonhos sejam interrompidos, mantendo-se a segurança de todos e o cuidado pelo bem mais precioso que é a vida.
Vamos caminhar unidos para posicionar a UFS como uma grande propulsora do progresso de Sergipe. Em ações integradas com os poderes municipais e estadual, vamos dialogar com os trabalhadores e setores produtivos e continuar fazendo da nossa instituição um verdadeiro agente público de transformação social na somente na capital, mas de norte a sul do estado e do litoral ao sertão.
Os atos da nossa gestão se pautarão em todo o cuidado possível com a comunidade universitária da UFS. Os tristes tempos de pandemia exigem que sejamos ainda mais acolhedores, precisamos estar ainda mais atentos a nossas alunas, nossos alunos, servidoras e servidores técnicos administrativos e docentes e trabalhadores terceirizados.
Em nossa gestão, a inclusão não poderá ser apenas uma palavra, uma ideia vaga. Ela deverá ser prática recorrente.
Ocupar este cargo traz efeitos simbólicos para mim: o primeiro deles é a percepção do imenso e inegável papel transformador da educação, preocupação expressa por meu pai e por minha mãe - Foi a educação que abriu portas, transformando a minha vida; o segundo símbolo que resgato é o de ser o primeiro reitor negro dessa nossa querida universidade. Isso me leva à obrigação por manter esta instituição inclusiva e como local de transformação de vida dos desfavorecidos e excluídos de nossa gente.
Nessa trajetória, até aqui, minha família merece toda a minha gratidão. O suporte da minha esposa, Josimari, e dos meus filhos, Julia e Miguel, tornam todos os desafios possíveis de serem vencidos e me deu forças para vencer atribulações.
Por fim, é sempre bom enfatizar que a UFS, como casa da ciência em Sergipe e única universidade pública em nosso estado, deve valorizar suas cientistas e seus cientistas, seus estudantes, as pessoas que fazem a universidade e aquelas que dela esperam. Deve valorizar a razão e deve buscar atender as demandas do povo sergipano, com olhar especial para os problemas que o afligem, em processos eficientes, ainda que extremamente humanizados.
Vamos ao trabalho, vamos à luta, tendo o diálogo como referencial de construção.
Valter Santana é reitor da Universidade Federal de Sergipe