O termo pandemia descreve uma situação em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas pelo mundo inteiro de forma simultânea. A ligação do termo não é exatamente com a gravidade da doença, mas com a sua abrangência geográfica. Atualmente, a pandemia de covid-19 assola o mundo, trazendo consigo mudanças bruscas em diversos setores da sociedade, inclusive o educacional.
Na Universidade Federal de Sergipe (UFS) não poderia ser diferente, as aulas remotas dominam o espaço. No entanto, apesar de ter as atividades acadêmicas presenciais suspensas, a instituição não deixou de realizar ações de ensino, pesquisa, extensão e administrativas, conforme relata a responsável pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex) da UFS, Sueli Pereira.
“A universidade não parou. Nesse período foram lançados seis editais, com o objetivo de manter as atividades da Proex ativas, mesmo não podendo realizá-las presencialmente. Foram criados editais que atendessem às demandas de atividades de forma remota, o que envolve cursos, eventos e projetos que puderam ser realizados para atender à comunidade”, pontua.
De acordo com a pró-reitora, desde o início da pandemia, foram desenvolvidas 111 ações de extensão, trabalhando as modalidades de cursos, eventos e projetos também voltados a atendimentos. “Estão incluídos ainda projetos voltados a demandas específicas para a covid-19. Das 111 demandas, 82 já foram concluídas e 29 estão em execução. Dessa forma, a Proex manteve o seu papel de atuação com a participação de professores, técnicos e discentes, buscando sempre atender aos anseios da sociedade”, afirma a pró-reitora.
Adaptações
Para a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS (Posgrap), cujo pró-reitor é o professor Lucindo Quintans, a pandemia gerou vários desafios para a realização das atividades administrativas, dentre elas as próprias atividades que a Posgrap desenvolve.
“Foi construído um modelo de administração que contemplasse todos os serviços que a Posgrap presta, não houve nenhuma diminuição de atividades desenvolvidas, mas sim adaptações para a emissão de diplomas, a disponibilidade das disciplinas, o calendário acadêmico ajustado a partir de discussões dos colegiados com a comissão de pós-graduação, as atividades de pesquisa, a partir da comissão de pesquisa, também foram ajustadas para que os pesquisadores pudessem desenvolver suas atividades, bem como adaptações na inovação, no desenvolvimento tecnológico e nas relações internacionais”, resume Lucindo.
Ele explica que a Posgrap adaptou suas ações de acordo com os atos normativos que foram emitidos pelo Governo Federal, estadual ou pela própria UFS, para que os serviços continuassem, atendendo da melhor forma à comunidade durante o período da pandemia.
Necessidades
“A disponibilidade de equipamentos, bem como a ampliação das atividades de forma remota foram adaptações realizadas para todos os serviços da Posgrap. Excepcionalmente algumas atividades presenciais foram mantidas a partir de um diálogo com os servidores, como a entrega de diplomas, ainda assim de forma esporádica e com todas as medidas de segurança. Esse tipo de serviço foi considerado como essencial porque sabemos que pessoas precisam do seu diploma para assumir um emprego, por exemplo”, acrescenta o pró-reitor.
Capacitação
Ele explica que para se ter um exemplo de como a pandemia afetou serviços, em 2019 foram ofertadas 2200 vagas para a pós-graduação. Na pandemia, foram cerca de 1700 vagas. “Tivemos uma redução expressiva no número de diplomas, mesmo assim quase 400 mestres foram titulados e quase 90 doutores apenas em 2020, o que demonstra que as ações da Posgrap se adaptaram e que vários profissionais foram colocados no mercado mais capacitados, inclusive com a atuação na linha de frente da Covid-19”, ressalta.
Lucindo enfatiza também que foram feitos cerca de 20 pedidos de patentes, com duas concessões, o que demonstra que as atividades voltadas para a inovação continuam. “Mais de dez softwares foram solicitados também durante esse período”, completa.
Graduação
Além disso, a UFS realizou eletronicamente, durante a pandemia, quase 1800 colações de grau, ou seja, o aluno conseguiu se formar e receber o seu diploma. A informação é do pró-reitor de Graduação da UFS, Dilton Maynard.
“O trabalho remoto alterou praticamente todas as rotinas da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), exigiu adaptações, mas no cerne conseguimos virtualizar os processos e manter a qualidade do atendimento, sobretudo nos primeiros meses de pandemia. Para dar um exemplo de mudança, tivemos que orientar os departamentos sobre a transformação dos cursos para funcionamento remoto, sobre medidas para reuniões departamentais, defesas de TCC etc. Também instituímos processos para colação de grau remota, além, claro, de ter estudado formas de manter as aulas da graduação funcionando remotamente”, afirma.
Para ele, a pandemia provocou uma evolução na Prograd, porque exigiu processos virtualizados e antecipou o planejamento para coisas que vinham sendo desenhadas pela Prograd. “Hoje posso dizer que do processo de matrícula até a colação de grau está tudo sendo feito remotamente, sem riscos. Mas é importante ressaltar que houve cuidado para que a qualidade do ensino fosse mantida, que as adaptações pedagógicas fossem realizadas sob a legislação vigente. Tem sido um processo de aprendizado que tem refletido no nosso próprio planejamento. Estamos atentos e tentando responder às demandas de forma organizada”, informa o pró-reitor.
“Nesse período de pandemia atendemos a um público de cerca de 26 mil alunos, com aproximadamente 13 mil turmas ofertadas, isso mostra que a instituição permanece viva”, ressalta Dilton Maynard.
Andreza Azevedo
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