Seg, 11 de agosto de 2014, 11:04

Os desafios da política de Pós-Graduação na UFS
Os desafios da política de Pós-Graduação na UFS

Angelo Antoniolli


O Plano de Nacional de Educação (PNE) lançado em 25 de junho de 2014 (Lei Nº 13.005) estabelece na sua política de formação continuada de professores significativa atenção à pós-graduação. Uma das metas estabelecidas se constitui no aumento do número de matrículas na pós-graduação Stricto Sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Diversas medidas foram apontadas para o alcance destas metas em dez anos, tais como a expansão do financiamento da pós-graduação, da oferta de cursos e do investimento em pesquisas com foco e estímulo à inovação, dentre outros.


Embora a publicação deste novo plano nacional seja recente, esse sinaliza a continuidade da política educacional do Governo Federal na década atual no tocante à ampliação da oferta de novos cursos e matrículas na pós-graduação. Em relação a essa tendência, a Universidade Federal de Sergipe não esteve alheia. Nossa experiência com a pós-graduação teve início em 1985, com a criação do Mestrado em Geografia. A partir da década de 1990, gradativamente são criados novos programas, tais como o de Educação (1994) e Desenvolvimento e Meio Ambiente (1995). Em 2006 a Universidade Federal de Sergipe possuía oito cursos de Pós-Graduação. Atualmente são ofertados 44 cursos de Mestrado (acadêmico e profissional) e mais 12 doutorados em diversas áreas do conhecimento. A expansão da pós-graduação também se verifica na ampliação das matrículas de estudantes presenciais, entre 2004 e 2012 tivemos um aumento anual de 15,58% contra 8,77% de crescimento na graduação. Temos atualmente 750 alunos matriculados nos nossos doutorados e mais de 3.400 nos nossos Mestrados. Titulamos ao longo destes 29 anos de existência da pós-graduação 188 doutores e 1.638 mestres. Somente no ano de 2013 formamos para a sociedade mais 62 doutores (um terço do total) e 398 mestres (quase um quarto do total).


O expressivo e acelerado crescimento do Sistema de Pós-Graduação da UFS coloca para todos nós enormes desafios no sentido de promover uma educação continuada e de qualidade. Nessa perspectiva, considerando o aumento da oferta de vagas e de cursos iniciado na década de 1990 e ampliado nas duas décadas posteriores, a política de pós-graduação empreendida na atual gestão da UFS procura consolidar a pós-graduação. Conscientes de que a formação de profissionais superqualificados, no nível de mestrado e doutorado, é fundamental para o desenvolvimento de Sergipe, devemos investir nossos esforços e recursos com vistas a fim de ampliar ainda mais a qualidade dos nossos cursos e das pesquisas que neles são produzidas.


Neste sentido, a UFS elaborou para os próximos 2 anos um plano de consolidação da pós-graduação. A primeira meta estabelecida neste plano é a ampliação da presença de doutores no mercado sergipano. Mesmo considerando a formação de 188 doutores e mais aqueles que vieram à Sergipe para trabalhar nas Instituições de Ensino Superior, temos localmente carência de profissionais com este nível. Para atingir este objetivo, o aumento expressivo do número de programas de doutoramento em relação ao mestrado será basilar. Como vimos, atualmente apenas 12 dos 56 cursos que ofertamos possuem este nível. Em 2014 mais três propostas de doutorado foram encaminhadas à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).


A oferta de mais vagas e cursos no nível de doutorado, além de atender às demandas de desenvolvimento do Estado de Sergipe, permitirá à UFS atrair e fixar mais professores qualificados para pesquisa e formação dos alunos, captar mais recursos e ampliar sua internacionalização.


A segunda meta almejada se constitui na melhoria dos nossos índices de avaliação. O principal índice de avaliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) é a avaliação trienal da CAPES. Em 2013 o desempenho dos nossos Programas melhorou. Dois programas da UFS atingiram conceito 5, 4 programas subiram de 3 para 4 e nenhum curso teve queda na sua nota. Em relação a este aspecto, temos trazido pesquisadores com experiência de avaliação na CAPES para, juntamente com os colegiados dos programas, discutirem estratégias para alcançarmos uma evolução conceitual que efetivamente se relacione coma melhoria dos produtos e processo da Pós-Graduação.


Diante destes desafios, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (POSGRAP) da UFS estabeleceu para o biênio 2014-2015 uma política de pós-graduação de cinco metas. A primeira meta se refere à questão do ensino, nela foram estabelecidos três objetivos: 1) criação de pelo menos quatro novos cursos de doutorado; 2) consolidação dos cursos existentes, aumentando em média 1 ponto o conceito de cada Programa e melhorar a distribuição de bolsas; 3) aprimorar o funcionamento do sistema eletrônico da pós-graduação. Serão adotadas diversas estratégias para o alcance destes objetivos, tais como: elaboração de propostas com auxílio de consultores da CAPES, estímulo à produção científica e tecnologia de docentes e discentes, atualização das normas da pós-graduação, ampliação do relacionamento com as instituições de fomento a pesquisa e realização de reuniões periódicas de planejamento.


A segunda meta se refere à internacionalização dos programas. Serão adotadas três estratégias visando à inserção e ao aumento dos programas internacionalmente. Primeiramente, em 2014 todos os programas de pós-graduação terão suas páginas em pelo menos dois idiomas. Estamos envidando esforços para incentivas e fomentar a saída dos docentes e discentes para programas internacionais, o que inclui a participação em eventos científicos, realização de missões de estudos e realização de bolsas-sanduíches fora do Brasil.


A terceira meta do Plano de Ação da Pós-Graduação na UFS se refere à ampliação das relações com a sociedade. Isso implicará em alguns objetivos a serem alcançados: unificação no atendimento das demandas das pós-graduações Stricto e Lato Sensu e implementação de um novo organograma e reelaboração das páginas dos programas e da pró-reitoria. Para tal já foi criado uma Central de Atendimento, a Divisão de Avaliação e Acompanhamento (DAAPG) e a Divisão de Controle e Registro Acadêmico (DCRA).


As outras duas metas dizem respeito à busca de novos investimentos em recursos humanos, sobretudo em relação ao atendimento aos docentes, discentes e ao público em geral e no tocante as reformulações almejadas no sistema de informação da POSGRAP. Por fim, a política de reestruturação da Pós-Graduação investirá na adequação da infra-estrutura da POSGRAP. Serão constituídos novos espaços físicos (DAAPG e DCRA), ampliada a aquisição de novos equipamentos eletrônicos, mobiliários e livros, além da ampliação dos espaços de ensino (salas de aulas e auditórios) e dos laboratórios.


O crescimento da Pós-Graduação é fundamental à qualificação profissional dos nossos alunos, pois permite à sociedade, em especial a sergipana, novas possibilidades de desenvolvimento social, científico e tecnológico. Conforme estabelece nosso PNE atual, é basilar em relação à importância da expansão da pós-graduação, pois estabelece como uma das metas a elevação do número de matrículas neste nível de formação acadêmica e profissional.



Atualizado em: Seg, 11 de agosto de 2014, 11:09
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