Sex, 17 de outubro de 2014, 13:10

Produtores visitam espaço agroecológico
Produtores visitam espaço agroecológico
Produtores visitam espaço agroecológico
Produtores visitam espaço agroecológico
Engenheira agrônoma Ana Cristina Oliveira de Almeida
Engenheira agrônoma Ana Cristina Oliveira de Almeida
O aluno Frankilin Santos apresenta o cultivo da gliricídia
O aluno Frankilin Santos apresenta o cultivo da gliricídia
Agricultora Dergivânia Menezes, do município de Gararu
Agricultora Dergivânia Menezes, do município de Gararu
Agricultora Maria Felix dos Santos, de São Cristóvão
Agricultora Maria Felix dos Santos, de São Cristóvão
Cleonâncio Vieira, aluno de Economia e filho de agricultores da cidade de Cumbe
Cleonâncio Vieira, aluno de Economia e filho de agricultores da cidade de Cumbe
Os saberes populares e científicos foram compartilhados numa grande troca de experiências entre alunos e produtores
Como parte da programação da Semana Mundial da Alimentação, o Espaço de Vivência Agroecológica da UFS (EVA) recebeu nesta quinta, 16, quarenta e dois produtores da Federação de Trabalhadores Rurais de Sergipe (FETASE), com o objetivo de promover a troca de conhecimentos entre estudantes e agricultores.
Os produtores, vindos de todas as regiões do estado foram recebidos pela engenheira agrônoma Ana Cristina Oliveira de Almeida, que é formada pela UFS e hoje atua como técnica na Vivência Agroecológica. Ela falou aos agricultores sobre o EVA e a sua criação. Os agricultores participaram de um momento de interação, onde puderam compartilhar o que cultivam e falar da importância de participar daquele encontro.
Junto com alunos bolsistas, a engenheira apresentou as técnicas desenvolvidas pelo EVA, entre elas a compostagem, o minhocário, o sistema agroflorestal, hortas mandalas, plantas medicinais e seus usos. Também estavam presentes filhos de agricultores, que decidiram se aperfeiçoar no trabalho dos pais e estão se formando técnicos agrícolas.
Durante a visita, os pequenos produtores puderam debater com os alunos assuntos como adubação e agrotóxicos, além de tirar dúvidas sobre plantio, cultivo, colheita e irrigação; e ensinaram aos alunos o que sabem sobre os mais variados tipos de solo. Também fizeram questionamentos e falaram de suas próprias técnicas, como o uso de caixa de ovos para cultivar mudas.
Um dos cultivos que mais chamou a atenção dos produtores foi o da espécie de milho BRS Caatingueiro, variedade desenvolvida pela Embrapa para o semiárido. No EVA, para o cultivo deste milho é utilizado esterco bovino como adubo. A plantação foi apresentada por Frankilin Santos Modesto, aluno do curso de Engenharia Agronômica. Ele é bolsista do projeto de extensão e desenvolve pesquisas e testes no Espaço.
Empolgada com a visita, a agricultora Maria Felix dos Santos, alagoana de São José da Tapera, mora há vinte e cinco anos no assentamento Novo Horizonte, em São Cristóvão. Ela conta que quando chegou em Sergipe foi abandonada pelo marido e viu na agricultura a única forma de sobrevivência. Ela cultiva feijão, milho e verduras, juntos com as vinte e três famílias que também vivem no assentamento. Com caderno e caneta em mãos e com a caligrafia caprichada, ela anotava tudo o que a engenheira e os alunos ensinavam: “eu anoto porque quero fazer dessa mesma forma lá na minha roça. Estou aprendendo muito aqui e acho importante o que eles estão ensinando, para a gente não usar agrotóxico”, conta.
Cleonâncio Vieira dos Santos é estudante de Economia e filho de agricultores da cidade de Cumbe. Antes de ingressar na UFS, ele trabalhava com seus pais no cultivo de feijão, milho e mandioca. Segundo ele, o projeto é uma importante iniciativa da universidade para ajudar a aperfeiçoar o trabalho dos pequenos agricultores e também pretende levar o que aprendeu para melhorar o plantio e cultivo da plantação de seus pais.
Já Dergivânia Menezes, de Gararu, também é agricultora desde criança. Depois que casou, cumpre o ofício junto com o esposo: “Já aprendi muitas coisas. Vou levar e passar pra minha família e tenho certeza que eles vão fazer junto comigo, e vai melhorar muito“, diz.
A disciplina de Agroecologia foi incluída no currículo obrigatório do curso de Engenharia Agronômica, e é optativa para outros cursos. Os alunos bolsitas do projeto de extensão acreditam que esta iniciativa da universidade vai contribuir para a que a agroecologia se firme em Sergipe e no Brasil.
O Espaço de Vivência Agroecológica foi criado há dez anos e é uma iniciativa de alunos da UFS. Hoje é um núcleo transdisciplinar, composto por alunos da zootecnia, engenharia agrícola, engenharia florestal, agronomia, ecologia, medicina veterinária, biologia e outros cursos.
O núcleo promove a interação de alunos e comunidade externa, fazendo oficinas e outros eventos, além de incentivar o cultivo orgânico, livre de agrotóxicos. Entre coqueiros, cacaueiros, paus brasis e paus pombos, o Espaço localizado ao lado do Departamento de Medicina Veterinária é hoje fundamental para que os alunos desenvolvam as técnicas aprendidas em sala de aula.
A engenheira Ana Cristina sente-se recompensada por fazer parte do projeto. “O nosso maior ganho é fazer uma formação pratica para os estudantes, ter um espaço para experimentações e poder levar para além dos muros da universidade. Esse espaço traz o real papel da universidade, fazer com que haja interação com a sociedade e as demandas que ela tem”, diz.
Núcleo de Estudos em Agroecologia
Atualmente a professora Angela Cristina, do departamento de zootecnia, é coordenadora da área onde desenvolve um projeto de criação de Núcleo de estudos em agroecologia, fomentado pelo CNPq , cujo objetivo é implementar estratégias para viabilizar aos estudantes, professores, técnicos e camponeses, experiências concretas de ensino/aprendizagem onde eles possam aprimorar sua formação e principalmente, contribuir na construção e socialização de novos conhecimentos e métodos de produção, tendo como pressuposto, a Agroecologia, proporcionando aos mesmos um espaço de reflexão multidisciplinar, possibilitando uma visão mais crítica dos modelos dominantes de produção e consequentemente, estimular o aspecto social e humanístico em suas esferas de atuação.
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Fotos: Adilson Andrade/AscomUFS


Atualizado em: Seg, 20 de outubro de 2014, 14:53
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