Qua, 10 de dezembro de 2014, 08:50

Combate ao uso de veneno agrícola será tema de Fórum
Combate ao uso de veneno agrícola será tema de Fórum

Debater ações que minimizem os impactos do uso indiscriminado do veneno agrícola nas lavouras do Estado. Foi com este objetivo que a Universidade Federal de Sergipe (UFS), representada pelo reitor Angelo Antoniolli e pelos assessores Jodnes Vieira e Valter Santana, compareceu à Audiência Pública preparatória para a criação do Fórum Sergipano de Combate aos Impactos do Veneno Agrícola. O evento, convocado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), aconteceu ontem, 9, na sede da Procuradoria Regional do Trabalho, e contou com a presença de membros de diversas instituições, além da sociedade civil organizada.
De acordo com o procurador do trabalho Manoel Adroaldo Bispo, Sergipe é um dos Estados que se destacam no uso de agrotóxicos na produção rural. Um dos motivos para isso, segundo ele, é a desinformação dos agricultores aliada à propaganda massiva dos fabricantes dos venenos, que vendem a ideia de que sem o uso dos pesticidas não é possível ser eficiente na produção de alimentos.
“Há um uso indiscriminado do veneno agrícola no Brasil. O país é atualmente o maior consumidor mundial destes produtos e o nosso Estado é o sétimo consumidor no Nordeste. Temos visto no campo os agricultores familiares, principalmente, usando estes venenos sem o menor cuidado, sem a menor orientação. Assim, eles acabam envenenando rios, a nossa fauna e flora, e também contaminando a eles mesmos e aos alimentos que são servidos em nossas mesas” resumiu o procurador.
A pesquisa e inovação para desenvolvimento de tecnologias que minimizem o uso de substâncias tóxicas no ambiente rural, sem afetar a produtividade, é uma das bandeiras do novo campus da UFS no sertão, que vai entrar em funcionamento no segundo semestre letivo de 2015. “Os cursos de Medicina Veterinária, Agroindústria, Zoologia e Agronomia irão servir à agricultura familiar, com uma metodologia de ensino inovadora, semelhante à que utilizamos no campus de Lagarto. A educação que temos que fazer deve considerar as marcas regionais e estar voltada para à sociedade, atendendo a demandas como esta que o MPT apresenta”, enfatizou o reitor Angelo.



Caso Shell/BASF
Além de contribuir com a construção do Fórum Sergipano, a UFS também formará comissão para criar um projeto que possa concorrer à verba de R$ 200 milhões decorrente do acordo firmado em 2013 entre o MPT e as empresas Raízen Combustíveis S.A (Shell) e Basf S.A, no caso de contaminação de trabalhadores em Paulínia, interior de São Paulo.
O projeto terá como objeto a pesquisa, prevenção e tratamento de trabalhadores vítimas de intoxicação ou adoecimento decorrentes de desastres ambientais, exposição a substâncias tóxicas ou acidentes de trabalho que envolvam queimaduras. “Temos o domínio tecnológico para fazer as pesquisas que são solicitadas pelo MPT. Vamos trabalhar para termos o nosso projeto aprovado e para que Sergipe consiga este investimento tão necessário”, avaliou o reitor Angelo.
Assessoria de Imprensa do Gabinete do Reitor
comunica.gr@ufs.br



Atualizado em: Qua, 10 de dezembro de 2014, 08:52
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