Debater ações que minimizem os impactos do uso indiscriminado do veneno agrícola nas lavouras do Estado. Foi com este objetivo que a Universidade Federal de Sergipe (UFS), representada pelo reitor Angelo Antoniolli e pelos assessores Jodnes Vieira e Valter Santana, compareceu à Audiência Pública preparatória para a criação do Fórum Sergipano de Combate aos Impactos do Veneno Agrícola. O evento, convocado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), aconteceu ontem, 9, na sede da Procuradoria Regional do Trabalho, e contou com a presença de membros de diversas instituições, além da sociedade civil organizada.
De acordo com o procurador do trabalho Manoel Adroaldo Bispo, Sergipe é um dos Estados que se destacam no uso de agrotóxicos na produção rural. Um dos motivos para isso, segundo ele, é a desinformação dos agricultores aliada à propaganda massiva dos fabricantes dos venenos, que vendem a ideia de que sem o uso dos pesticidas não é possível ser eficiente na produção de alimentos.
“Há um uso indiscriminado do veneno agrícola no Brasil. O país é atualmente o maior consumidor mundial destes produtos e o nosso Estado é o sétimo consumidor no Nordeste. Temos visto no campo os agricultores familiares, principalmente, usando estes venenos sem o menor cuidado, sem a menor orientação. Assim, eles acabam envenenando rios, a nossa fauna e flora, e também contaminando a eles mesmos e aos alimentos que são servidos em nossas mesas” resumiu o procurador.
A pesquisa e inovação para desenvolvimento de tecnologias que minimizem o uso de substâncias tóxicas no ambiente rural, sem afetar a produtividade, é uma das bandeiras do novo campus da UFS no sertão, que vai entrar em funcionamento no segundo semestre letivo de 2015. “Os cursos de Medicina Veterinária, Agroindústria, Zoologia e Agronomia irão servir à agricultura familiar, com uma metodologia de ensino inovadora, semelhante à que utilizamos no campus de Lagarto. A educação que temos que fazer deve considerar as marcas regionais e estar voltada para à sociedade, atendendo a demandas como esta que o MPT apresenta”, enfatizou o reitor Angelo.
Caso Shell/BASF
Além de contribuir com a construção do Fórum Sergipano, a UFS também formará comissão para criar um projeto que possa concorrer à verba de R$ 200 milhões decorrente do acordo firmado em 2013 entre o MPT e as empresas Raízen Combustíveis S.A (Shell) e Basf S.A, no caso de contaminação de trabalhadores em Paulínia, interior de São Paulo.
O projeto terá como objeto a pesquisa, prevenção e tratamento de trabalhadores vítimas de intoxicação ou adoecimento decorrentes de desastres ambientais, exposição a substâncias tóxicas ou acidentes de trabalho que envolvam queimaduras. “Temos o domínio tecnológico para fazer as pesquisas que são solicitadas pelo MPT. Vamos trabalhar para termos o nosso projeto aprovado e para que Sergipe consiga este investimento tão necessário”, avaliou o reitor Angelo.
Assessoria de Imprensa do Gabinete do Reitor
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