Evento ocorreu dia 14 e abriu as comemorações pelo aniversário da instituição

As festividades em comemoração aos 47 anos da Universidade Federal de Sergipe tiveram iníco no dia 14 com o lançamento coletivo de três livros que trazem o mesmo: um recorte histórico da UFS e do desenvolvimento do estado. Em seguida, houve uma mesa-redonda na qual os autores expuseram suas considerações sobre suas pesquisas. O evento aconteceu no Auditório da Reitoria.

Um dos livros foi escrito pela professora do Departamento de Educação da UFS, Silvana Aparecida Bretas. Intitulado “A criação da Universidade Federal de Sergipe: História, política e formação da comunidade acadêmica (1950-1970)”, a obra apresenta uma abordagem histórica sobre o momento em que as seis faculdades sergipanas se unificaram para conquistar, junto ao governo federal, o direito de instalar uma universidade federal de caráter público em Sergipe.

De acordo com Silvana, o intuito da pesquisa foi conhecer a composição da comunidade acadêmica na UFS através de um estudo amplo sobre a realidade da sociedade sergipana nesse período. “Apesar do objeto de estudo ser local, seu enfoque não é, o que permite avançar sobre o mesmo tema em outros estados similares a Sergipe ou não”, explica a pesquisadora.

Silvana explica também que, mesmo percebendo um significativo avanço nos estudos sociopolíticos e econômicos que analisam a expansão do ensino superior, essa abordagem teórica é quase ausente no campo histórico desse nível da educação. “Sempre observei uma lacuna do conhecimento com relação às transformações operadas nas instituições acadêmicas, por isso procurei reconstituir a origem da UFS no contexto do projeto científico brasileiro a partir da década de 1950, na tentativa de minimizar tal ausência e propor novas linhas de investigação”, comenta.

Em paralelo, temos o livro “História e Memória: Universidade Federal de Sergipe (1968-2012)”, com autoria da professora Josefa Eliana Souza, também do Departamento de Educação. Nesta obra, o recorte centrou: na criação da cidade universitária; no ensino de graduação e da pós-graduação; na expansão do ensino à distância e da criação dos campis em Itabaiana, Laranjeiras e Lagarto; e finaliza apresentando a reitoria e sua organização administrativa, além da representação que ex-alunos, professores e funcionários têm da UFS.

Josefa Eliana conta que o estudo nasceu de uma conversa com o ex-reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho (2004-2012), quando ele falou sobre a necessidade de construir um estudo histórico sobre a UFS. “O professor Josué conhecia estudos sobre várias instituições superiores, enquanto nós ainda não havíamos nos alertado quanto a isso. Então eu concordei com a ideia e elaborei um projeto com base em nossas pesquisas já existentes sobre os cursos, a trajetória dos professores e os diversos estudos que abordavam temas específicos referentes à instituição”, lembrou.

Para ela, o estudo revelou a importância da UFS na vida daqueles que puderem fazer parte de sua história. “Muitos dos que estudaram ou trabalharam puderam registrar seu orgulho e respeito pela instituição, por isso entendo que o livro contribui para que esses laços possam ser mais aprofundados e compreendidos”, explica.

A terceira obra a ser lançada, “Planejamento e estratégias para o desenvolvimento de Sergipe”, trata-se deuma coletânea de artigos sobre o desenvolvimento do estado, e foi escrito por professores da UFS, da Unicamp e da UFMG que estudam desenvolvimento regional e local.

De acordo com José Ricardo de Santana, presidente da Fapitec e um dos organizadores do livro, a pesquisa é inspirada no pensamento do professor José Aloísio de Campos, que, além de ex-reitor e fundador do primeiro campus universitário da UFS, sempre esteve preocupado em propor caminhos para a ampliação do estado.

“O livro busca resgatar a preocupação com o desenvolvimento de Sergipe a partir dos estudos iniciais de autores que têm abordado a questão, seja como pesquisador ou como gestor. O desafio principal foi fazer com que os autores pensassem não a partir de contribuições isoladas ou pontuais, mas em como a temática estudada deveria influenciar o desenvolvimento do estado”, pontua José Ricardo.

Mesa-redonda

O lançamento dos livros contou também com uma mesa-redonda na qual os autores debateram sobre os principais pontos de suas respectivas obras. “O que a história da UFS revela sobre a sociedade sergipana, o quanto foi difícil instalar a Universidade e o quanto os sujeitos envolvidos se empenharam para isso, e todos os elementos que envolvem a dinâmica histórica da UFS são temas do nosso debate”, comenta Silvana Bretas.

José Ricardo acrescenta: “As bases do modelo histórico de desenvolvimento de Sergipe, baseado na concepção do complexo industrial de base mineral, e os desafios mais recentes para o desenvolvimento do Estado, com ênfase no segmento industrial e no sistema local de inovação são os temas propostos”.

As obras, embora escritas por professores e pesquisadores, são voltadas ao público em geral, com ênfase nos gestores públicos e interessados em estudar a história da UFS e o desenvolvimento de Sergipe.

UFS

Criada oficialmente em 15 de maio de 1968, a UFS nasceu com a incorporação das escolas superiores já existentes em Sergipe: Faculdade de Ciências Econômicas e Escola de Química (1948); Faculdade de Direito e Faculdade Católica de Filosofia (1950); Escola de Serviço Social (1954); e Faculdade de Ciências Médicas (1961). Em 1987, em observância à Resolução 01/87 do Conselho Universitário (Consu), o primeiro campus universitário passou a ser denominado “Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campus”.

Hoje, a UFS possui, além do campus localizado em São Cristóvão, os seguintes campi: Aracaju (Campus da Saúde Prof. João Cardoso do Nascimento Júnior), Itabaiana (Campus Prof. Alberto Carvalho), Lagarto (Prof. Antonio Garcia Filho) e Laranjeiras.

Ascom

Francielle Couto (Bolsista)

Marcílio Costa

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