




No ápice da crise dos 20 anos, como o próprio estudante define, Victor Silveira, de Engenharia Ambiental da UFS, viu a necessidade de partir rumo a uma experiência de descobertas, respostas e novos aprendizados. Para isso, elegeu um intercâmbio diferente, que não tem um cunho exatamente acadêmico nem cultural. O jovem partiu para o Peru com o intuito de desenvolver um projeto durante três meses voltado para crianças de 10 a 14 anos. “Eu fui ajudar crianças a criarem pontes de autoconhecimento, autoestima, superação e motivação a fim de erradicar problemas de bullying naquela comunidade”, explica.
Organização responsável pelo intercâmbio de Victor, a Aiesec nasceu em 1948, pós-Segunda Guerra Mundial, e está presente hoje em 126 países visando a paz e o preenchimento das potencialidades humanas. Às universidades, a organização oferece aos estudantes uma preparação para o mercado de trabalho, baseada no desenvolvimento de liderança e gestão.
Para Victor, toda essa experiência mudou sua vida. O jovem explica que o intercâmbio da Aiesec não vem pronto, diferentemente de outras opções de intercâmbio que são oferecidas no mercado, mas ele é construído e desenvolvido pelo jovem durante sua estadia no país.
Os estudantes que desejam participar dos programas oferecidos pela organização devem preencher a ficha de inscrição presente no site. Thayane Oliveira, coordenadora de Relacionamento Externo da Aiesec Aracaju, explica que, após o cadastro, “um membro da Aiesec Aracaju marcará uma reunião para explicar os programas e apresentar os projetos. A partir daí, o candidato se aplica a vaga, recebe um treinamento/suporte para entrevista e espera a aprovação”.
Em seguida, o proponente entrega os documentos solicitados e realiza o pagamento da taxa. “Ao longo de todo processo, o inscrito receberá o acompanhamento de um membro da Aiesec em Aracaju e da cidade onde irá desenvolver o projeto”, complementa Thayane.
Intercâmbio social
Estudante de Psicologia da UFS, Hanna Valença também escolheu o Peru como país para o seu intercâmbio. Sobre o destino, a jovem, que já fazia parte da organização antes de viajar, lembra uma frase conhecida entre os membros da Aiesec: não são os candidatos que escolhem os projetos, são os projetos que escolhem os candidatos.
A vaga que a jovem precisava, como ela mesma define, era um projeto para ensinar habilidades sociais às crianças. Esse tema era, na época, seu projeto de pesquisa na UFS e que, segundo a estudante, tem tudo a ver com a Psicologia. O objetivo final consistiu em diminuir o risco de bullying nas escolas. “Tentei traduzir isso na linguagem das crianças, com dinâmicas e atividades recreativas para que aumentassem as habilidades sociais delas e que elas aprendessem a respeitar o direito das outras crianças”, afirma.
Questionada sobre o motivo de fazer intercâmbio pela Aiesec, Hanna lembra que a instituição não faz turismo, mas intercâmbio social com uma proposta diferente. “Nós costumamos falar que nós não fazemos caridade, mas o nosso trabalho é utilizar das nossas habilidades para podermos ajudar o mundo de alguma forma”, explica.
Intercâmbio pela UFS
A Universidade Federal de Sergipe, através da Coordenação de Relações Internacionais (Cori), oferece aos seus estudantes oportunidades de intercâmbios através de convênios com universidades estrangeiras – algo que não tem nenhuma relação com as atividades da Aiesec.
Segundo o coordenador Israel Barnabé, a Cori cuida de todos os trâmites burocráticos para o intercâmbio, uma iniciativa que visa promover a cooperação em pesquisa e ensino entre as diversas áreas do conhecimento. “Temos convênios com várias universidades estrangeiras e estamos trabalhando para ampliar o número de parcerias”, comenta.
O Programa Ciência sem Fronteiras, que teve a participação de cerca de 500 estudantes da UFS em todos os continentes, por enquanto, está paralisado.
Os convênios estão disponíveis na página da Cori. No momento, estão abertas inscrições para intercâmbio em instituições colombianas e na Universidade do Algarve (Portugal).
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A Aiesec tem diversos programas de intercâmbio direcionados ao público jovem. São eles: intercâmbio social (Cidadão Global), estágios internacionais (Talentos Globais), liderança (Jovens Líderes), voluntariado e experiências de time (Jovens Talentos) e hospedagem de intercambistas (Host). Veja abaixo mais informações sobre os programas e quais os pré-requisitos para poder participar.
Cidadão Global
Experiência de intercâmbio social, o Cidadão Global é voltado para universitários de 18 a 30 anos ou recém graduados em até dois anos. O programa tem duração de seis a oito semanas e propõe, através de uma experiência de trabalho social em áreas como educação global, empreendedorismo social e temas globais, o desenvolvimento de liderança e vivência internacional diferenciada com desenvolvimento pessoal e responsabilidade social.
Talentos Globais
Para quem deseja desenvolver liderança através de uma experiência prática em sua área de formação, o programa Talentos Globais se apresenta como uma opção. O intercâmbio profissional também é direcionado aos universitários de 18 a 30 anos ou recém graduados em até dois anos que desejam obter capacitação complementar ao ensino da universidade. Com duração de três semanas a um ano, ele busca facilitar o acesso do aluno ao mercado de trabalho. Para participar, é necessário ter nível intermediário ou avançado em inglês ou espanhol básico.
Jovens Talentos
Oportunidade voluntária de trabalhar nas áreas de vendas, gestão, seleção e marketing da instituição. O programa oferece a oportunidade do voluntário desenvolver, na prática, competência para solucionar problemas, aperfeiçoar habilidades, desenvolver-se pessoal e profissionalmente, ser hábil, comunicar-se e trabalhar em equipe. A experiência é destinada a universitários de 18 a 30 anos ou recém-graduados em até dois anos.
Segundo a organização, “ser membro da Aiesec é a experiência única de conhecer novas culturas e fazer uma extensa rede de contatos com jovens que também desejam ser agentes de mudança no mundo”.
Host
É comum dizer que hospedar um intercambista é conhecer o mundo sem sair de casa. O programa Host oferece a chance de conhecer novos costumes, culturas e tradições, aperfeiçoar ou aprender algum idioma e construir uma rede de contatos. Para isso, segundo a Aiesec, a família acolhedora precisa estar disposta a recebê-lo voluntariamente e sem custos, ter um local adequado para o intercambista, querer conhecer e interagir com outras culturas e apresentar sobre seu país e ser sensível às diferenças culturais, aberto a novas visões e modos de agir.
Ascom
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