Decisão foi tomada após debate sobre reunião no Ministério Público Federal, que recomendou desocupação
#IMG#Os estudantes dos cursos de Comunicação que ocupavam a Reitoria resolveram, em assembleia realizada no final da manhã desta quinta-feira, 9, desocupar as dependências da UFS. A decisão foi tomada após debate do resultado da reunião de conciliação ocorrida ontem, 8, na sede do Ministério Público Federal (MPF) entre representantes dos estudantes, o reitor em exercício, Angelo Roberto Antoniolli, o procurador da UFS, Paulo Celso Leó, e professores do Departamento de Comunicação Social. A reunião foi intermediada pelo procurador da República Pablo Coutinho Barreto.
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Reitor discute ações com estudantes de Comunicação
Num encontro que durou cerca de cinco horas, no MPF, foram discutidos, dentre outros assuntos, problemas estruturais dos cursos de Comunicação, contratação de professores, a gestão da Rádio UFS e a ocupação da reitoria por parte dos alunos, que já dura oito dias e tem inviabilizado o trabalho de vários setores da instituição. Reitoria, professores e estudantes chegaram a um acordo que levará à desocupação das instalações da universidade.
“Tivemos um acordo bastante produtivo e que evita ajuizamento de ações e situações mais constrangedoras para ambas as partes”, afirmou o procurador da UFS, Paulo Celso. Para o reitor em exercício, “a reunião foi extremamente positiva no que diz respeito à relação da reitoria com os professores de Comunicação. Ficamos conhecendo de perto os problemas e houve uma concentração de esforços para a resolução, que é o único interesse da gestão e dos professores”.
Impasse e mediação
#IMG#“Notamos que havia uma convergência de entendimento entre as reivindicações dos estudantes, dos professores, e o próprio entendimento da administração da universidade com relação às carências do curso. O impasse que havia era apenas quanto ao formato do acordo, ao encaminhamento das questões”, afirmou Paulo Celso.
Uma discordância central em todo o processo esteve na impossibilidade por parte da UFS de atender à solicitação de fixar prazos para o cumprimento das reivindicações apresentadas pelos estudantes, já que boa parte delas depende dos trâmites da lei de licitações públicas.
Na reunião com o Ministério Público, ficaram esclarecidos quais eram alguns desses prazos (e.x., para compra de equipamentos, fases de obras, contratação de professores) e a UFS se comprometeu a cumprir os prazos mínimos da legislação, fazendo o que está ao seu alcance para atender às reivindicações dos estudantes.
O professor Angelo Antoniolli propôs ainda, com o objetivo de dar maior transparência ao processo, a criação de uma comissão formada por alunos e professores para acompanhar de forma permanente todo o processo licitatório das obras e materiais requeridos pelos estudantes.
Estudantes fazem avaliação positiva
Para Vinicius Oliveira, aluno de Comunicação, “a maior vitória foi o compromisso por parte da reitoria na contratação de professores para atender a demanda do curso, que é urgente; além disso, ficou decidido um prazo para construção do Complexo de Comunicação e a compra de equipamentos. Para a Rádio UFS fizemos acordos mínimos, mas foi fundamental que o MPF se comprometeu a fazer audiências públicas para discussão da concepção da rádio”.
Perguntando sobre a importância da ocupação para um desfecho positivo dos problemas, ele respondeu que “a ocupação foi fundamental, porque era necessário tanto acumular forças como ter a atenção da reitoria. E havia para a administração a necessidade da desocupação”. A opinião é apoiada pela estudante Talita Moraes, coordenadora do Diretório Acadêmico de Comunicação Social: “Foi preciso a ocupação para que tivéssemos uma reunião com o reitor. Foi preciso que incomodássemos o espaço do reitor pra que houvesse essa reunião.”
Ocupação foi desnecessária, diz procurador
#IMG#Já para Pablo Coutinho Barreto, procurador da República que intermediou a reunião, “talvez essa situação tivesse um desfecho melhor e mais rápido. Se essa demanda tivesse sido trazida antes ao MPF, já teria sido solucionada”. Ele complementou dizendo que “a ocupação, a desobediência civil é um ato extremo. O Ministério Público não viu razões que justificassem a ocupação do prédio da reitoria”.
Durante a reunião, o procurador afirmou que já havia recomendado a desocupação desde a primeira vez em que os estudantes o procuraram e que a UFS tanto tinha o direito de “adotar todas as medidas cabíveis para reaver o seu espaço”, como tem “o dever de tomar as medidas legais caso, após a ocupação, constate algum dano ao patrimônio público”.
Desocupação
Em reunião no MPF ficou registrado em ata que a UFS não instaurará qualquer procedimento administrativo contra discentes em razão da ocupação da Reitoria em si.
Registrou-se também que os prazos para implementação das medidas acordadas começarão a correr quatro dias úteis após a “efetiva e integral desocupação da Reitoria” e que, até que isso ocorra, a UFS está, por uma questão de ordem prática, impedida de cumprir os prazos acordados com os alunos.
Conforme afirmou o procurador Pablo Coutinho, “qualquer medida administrativa a ser adotada pela administração da UFS para solucionar os pontos levantados na reunião só se iniciará a partir da desocupação imediata e efetiva de todos os alunos que estão no prédio da reitoria da universidade”.
Ascom
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