Saber Ciência / Tânia Andrade Oliveira Santos
09/06/2010
A sociedade atual é definida pela forte presença das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Assim, exige-se cada vez mais um cidadão preparado para lidar com a complexidade dessas novas tecnologias no mercado de trabalho, na produção e divulgação do conhecimento. Um cidadão capaz de mover instrumentais de compreensão, que tenha raciocínio lógico, que saiba lidar com as diversas situações que se interpuserem diante de si e que seja hábil na resolução de problemas.
Segundo Alba Maria Weiss, o uso psicopedagógico da informática na escola “desenvolve o raciocínio lógico; aumenta a flexibilidade de pensamento; a atenção e a organização na realização de tarefas; estimula a curiosidade; desenvolve a criatividade; aprimora a capacidade de interpretar”. Entende-se então, que o uso das TICs no ensino de língua portuguesa pode ser de grande importância para preparar alunos competentes na realização de operações mentais como, por exemplo, dedução, análise, antecipação, compreensão, resolução.
A utilização das novas Tecnologias da Comunicação e Informação no ensino da língua pode tornar as aulas mais interessantes, dinâmicas, interativas nas quais professor e aluno, envolvidos neste processo, podem refletir sobre as várias situações de uso da língua, seus aspectos constitutivos, sua aplicação nos diferentes contextos, experimentar várias situações em prática através do uso do computador/internet, como produção de textos, pesquisas em bibliotecas on line, análise de textos disponíveis na web. O professor pode ainda promover a interação com alunos de outras instituições através de blogs, chats, e-mails, e outras ferramentas disponíveis nesse universo. Além disso, professor e aluno podem discutir e encontrar outras formas de utilizar a informática como ferramenta para um ensino/aprendizagem efetivo e prazeroso.
É importante salientar que o uso dessas novas tecnologias deve ser cuidadosamente planejado. Cabe ao professor escolher o instrumento de trabalho como, por exemplo, filme, imagens, internet; definir em que momento do conteúdo essa atividade deve ser inserida e qual sua função pedagógica no contexto. Além disso, deve estar atento para as condições de apresentação (verificar equipamentos, sala, iluminação, etc.). Segundo Jesus Martin-Babero, não é somente colocar TV, vídeo, DVD, computadores, videotecas e outros recursos tecnológicos na escola. Portanto para que o trabalho alcance o resultado desejado, é preciso também que haja boas condições físicas da sala, o necessário planejamento com todos os passos a serem seguidos e os objetivos a serem alcançados, e posterior discussão sobre o material apresentado (textos, imagens, filmes, etc.).
Vale ressaltar que a responsabilidade de inserir as novas tecnologias na sala de aula não é apenas do professor, mas também da escola de maneira geral e, dos governantes, principalmente, em ter o cuidado de prepará-la fisicamente de acordo com as necessidades para o uso eficaz dessas tecnologias, como suporte técnico, salas e iluminação adequadas, apoio pedagógico, material à disposição de alunos e professores.
Portanto o uso das TICs pode ser uma excelente ferramenta para um aprendizado significativo não só da língua, mas também para o desenvolvimento intelectual do aluno como um todo. Mas para que isso corra efetivamente, é necessário que não só o professor adote uma metodologia de ensino comprometida com essas inovações, mas também que a escola apresente uma postura colaborativa e de apoio às práticas do professor.
Aluna especial do Mestrado em Letras da Universidade Federal de Sergipe.