Ter, 27 de setembro de 2011, 12:54

A Pós-Graduação da UFS na Avaliação Trienal 2010 da CAPES
A Pós-Graduação da UFS na Avaliação Trienal 2010 da CAPES

Cláudio A. Macêdo


30/09/2010


A UFS tem sido nos últimos anos uma das universidades brasileiras de maior crescimento em número de cursos de pós-graduação stricto sensu. Em 2005 possuía 9 cursos de pós-graduação stricto sensu (8 cursos de mestrado e um de doutorado) e em 2010 já conta com 31 cursos desses níveis de ensino (23 cursos de mestrado e 8 de doutorado). O crescimento do número de cursos de pós-graduação stricto sensu na UFS no período de 2005 a 2010 foi, portanto, de 244%. Esses 31 cursos são estruturados em 24 programas de pós-graduação, seguindo a terminologia da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que assim denomina a unidade de cursos de uma área.



Os novos programas de pós-graduação stricto sensu recebem da CAPES, no momento de criação, a nota 3, quando se trata de programas apenas com curso de mestrado, e a nota 4, quando se trata de programas com cursos de mestrado e doutorado ou apenas de doutorado. Casos excepcionais de notas maiores que essas só são atribuídas quando o corpo docente envolvido é composto de professores altamente experientes, oriundos de outros programas de pós-graduação avaliados com notas mais altas.

Os cursos de mestrados com menos de três anos de funcionamento e os cursos de doutorado com menos de cinco anos de funcionamento, por não terem desenvolvido atividades significativas, não são avaliados pela CAPES de forma detalhada e, normalmente, mantêm as notas recebidas no ato da criação do curso. Portanto, é esperado que os cursos recém criados de mestrado permaneçam com nota 3 por, no mínimo, três anos, e os cursos recém criados de doutorado permaneçam com nota 4 por, no mínimo, cinco anos.

Os programas de pós-graduação em Biologia Parasitária, Ciência da Computação, Engenharia Elétrica e Zootecnia, todos com apenas cursos de mestrado, foram criados em 2010 e receberam da CAPES nota 3. Esses quatro cursos não participaram da Avaliação Trienal 2010 (avaliação referente ao triênio 2007, 2008 e 2009) por terem sido criados após o triênio sob avaliação.

Dos 20 programas de pós-graduação stricto sensu da UFS submetidos à Avaliação Trienal 2010, 16 deles foram criados ou tiveram cursos criados em algum dos anos incluídos no triênio objeto de avaliação, ou, ainda, possuem curso de doutorado com menos de cinco anos de funcionamento no último ano do triênio. A consequência desse fato é que esses 16 programas foram submetidos a um tipo de avaliação especial que considera a juventude do programa, isto é, admite que o programa ainda não atingiu um período de existência plena capaz de permitir ser avaliado de forma justa em condições de igualdade com os cursos mais antigos.

O usual nesses casos é a renovação da nota concedida quando da criação do curso e apenas, excepcionalmente, diminuição de nota no caso de descumprimento pelo programa, em avaliação, do seu projeto de criação. Não era esperado que ocorresse qualquer aumento de nota desses 16 programas na Avaliação Trienal 2010. É fato relevante que todos eles mantiveram a nota obtida anteriormente, isto é, no ato de criação.

Os restantes quatro programas (Agroecossistemas, Desenvolvimento Regional e Gestão de Empreendimentos Locais, Geografia e Química) foram efetivamente submetidos em condições normais à Avaliação Trienal 2010 da CAPES. O Programa de Geografia teve meritoriamente sua nota aumentada de 3 para 4. Os outros três mantiveram sua nota anterior.

Segundo o Relatório de Divulgação dos Resultados da Avaliação Trienal 2010 cerca de 71% dos programas avaliados pela CAPES mantiveram a nota anterior, 19% obtiveram aumento de nota e 10% receberam notas menores. Em comparação, 95% dos 20 programas da UFS que foram avaliados (dezenove) mantiveram a nota anterior, 5% (um) obteve aumento de nota e 0%, isto é, nenhum programa da UFS recebeu nota menor.

Outro fato relevante sobre a avaliação da CAPES é que “A Avaliação é classificatória – estabelece diferentes níveis de qualidade de desempenho dos programas em cada área de avaliação – e, portanto, não pode gerar concentrações excessivas em quaisquer dos níveis de escala de notas.” A conseqüência prática desse fato, é que todo processo de avaliação é feito de tal forma que o percentual do número total de programas existentes é mantido grosso modo constante em cada nota; se alguns programas sobem de nota, outros têm que diminuir, mesmo que tenham grosso modo mantido razoavelmente seu desempenho inalterado em termos absolutos. A manutenção da nota de um programa na Avaliação Trienal significa na prática uma melhoria absoluta de desempenho em relação ao triênio anterior; a não melhoria de desempenho absoluto levaria à diminuição da nota.

Em resumo, os 19 programas da UFS que mantiveram a nota na Avaliação Trienal 2010 da CAPES, devem ter melhorado seu desempenho absoluto em relação à avaliação anterior e mantido seu desempenho relativo considerando os demais programas do país. O Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFS aumentou seu desempenho em relação aos demais programas análogos do País.

O panorama exposto e o detalhamento da metodologia adotada pela CAPES permite concluir que o desempenho da UFS foi muito bom, visto que 16 dos 20 programas avaliados (80%) não poderiam melhorar de nota, pois estavam em avaliação especial de cursos jovens, três programas (15%) mantiveram seu desempenho relativo ou melhoraram seu desempenho absoluto e, um programa (5%) teve melhoria de nota.


Currículo
Cláudio A. Macêdo é Doutor em Física, professor da UFS desde 1976 e, atualmente, Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS.


Atualizado em: Ter, 27 de setembro de 2011, 12:55
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