Qui, 20 de abril de 2017, 16:35

Dain realiza curso de acessibilidade para deficientes auditivos da UFS
Alunos aprenderam a utilizar o Sigaa e conheceram os programas da Proest
 Curso durou dois meses e contou com a participação de 15 alunos surdos de Letras Libras, Educação Física e Pedagogia.
Curso durou dois meses e contou com a participação de 15 alunos surdos de Letras Libras, Educação Física e Pedagogia.

Na tarde de ontem, 19, aconteceu a última aula do curso de acessibilidade ao Sigaa para alunos com deficiência auditiva da UFS. Promovido pela Divisão de Ações Inclusivas (Dain), o curso durou dois meses e contou com a participação de 15 alunos surdos dos cursos de Letras Libras, Educação Física e Pedagogia, que aprenderam a acessar o Sigaa de maneira prática e conheceram os programas de bolsas e auxílios oferecidos pela universidade.

Susana de Oliveira Santana, psicóloga e coordenadora do Dain, acredita que traduzir os conhecimentos disponíveis em língua portuguesa para Libras é a maneira mais efetiva de promover a inclusão dos deficientes auditivos na comunidade acadêmica.

"Cada aluno com deficiência que entra na universidade tem uma limitação específica. No caso dos alunos surdos, a limitação é a comunicação. A língua mais comum para eles é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), então muitas vezes eles têm dificuldade em se apropriar de alguns conhecimentos, de alguns editais, de alguns documentos que estão essencialmente em português. Quando transformamos esse material em Libras, quando transformamos esses conceitos em sinais, facilitamos a vida deles enquanto estudantes universitários", diz.


Segundo a coordenadora do Dain, Susana Santana, o setor é responsável por oferecer serviços que facilitem o dia a dia do aluno com deficiência na UFS.
Segundo a coordenadora do Dain, Susana Santana, o setor é responsável por oferecer serviços que facilitem o dia a dia do aluno com deficiência na UFS.

Para o intérprete Irami Bila da Silva, que trabalha no Dain há cerca de três anos e foi o responsável pelo plano pedagógico do curso e sua aplicação, a importância de realizar essa ação se justifica pelo fato de auxiliar esses estudantes a aproveitarem tudo que a universidade oferece.

"Quando eu pensei em promover um curso do Sigaa em Libras foi justamente para que eles pudessem ter acessibilidade e entender todos os recursos que essa ferramenta dá porque é nela que eles vão fazer as matrículas, trancamentos, pedir dispensa, e eu percebia que eles não tinham essa informação, ou quando pegavam essa informação, ela já estava atrasada".

Ele ainda conta que as aulas foram pensadas especificamente para que o aluno aprendesse a utilizar o Sigaa, que é o primeiro contato dos alunos com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proest), responsável por prover apoios de bolsas e auxílios para os estudantes. Quando perguntado sobre as dúvidas dos alunos ao longo do curso, ele diz que "eles tinham mais surpresas do que dúvidas; as dúvidas surgem a partir do uso, mais especificamente do não saber usar. No caso deles, nem uso tinha".

Estudantes


"Eles tinham mais surpresas do que dúvidas; as dúvidas surgem a partir do uso, mais especificamente do não saber usar [o Sigaa]". (fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)
"Eles tinham mais surpresas do que dúvidas; as dúvidas surgem a partir do uso, mais especificamente do não saber usar [o Sigaa]". (fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Amilton dos Santos Júnior é deficiente auditivo e estudante do curso de Letras Libras. A maior dificuldade apontada por ele é a falta de métodos acessíveis mais visuais para o Sigaa. "O sistema é bem textual, as mensagens correm muito rápido. Se houvesse, por exemplo, algum tipo sinalização, algo que tornasse esse Sigaa ainda mais acessível para nós, seria algo muito bom". Sua comunicação é feita através das mãos. "O surdo entende as coisas através de uma perspectiva visual. Isso ajudaria bastante".

Outro aluno também do curso de Letras-Libras, José Emersom dos Santos, também tem grande dificuldade de entender os textos. Ele reitera a importância de ter um intérprete para ajudá-lo a compreender o que os professores ensinam na sala. "Tenho dificuldade em entender os textos, algumas palavras eu não compreendo bem. A questão é ter um intérprete como referência para fazer a tradução".

Dain

A Divisão de Ações Inclusivas (Dain) foi criada em 2014 com a proposta de auxiliar e oferecer serviços que garantam a permanência do aluno com deficiência na universidade. Segundo Susana de Oliveira, coordenadora do setor, a Dain atende alunos com diferentes deficiências.

"Somos responsáveis por oferecer serviços que facilitem o dia a dia do aluno com deficiência em termos de acessibilidade, acesso à comunidade pedagógica, identificando barreiras de comunicação, atitude e arquitetônicas", conta.

Para que o aluno tenha apoio da Dain é preciso passar por uma entrevista que identificará qual é a sua necessidade especifica.

Ascom

comunica@ufs.br


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