Preocupadas com questões sociais globais, as professoras Débora Eleonora e Aline França, do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFS (PROPADM), se propuseram a realizar um seminário que tratasse do tema de maneira teórica e didática. Superando barreiras geográficas, elas se desafiaram a trabalhar com alunos e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em uma troca de experiências que Débora define com uma palavra: integração.
O Seminário Interdisciplinar de Inovação Social, realizado dentro da programação da 4ª Semana Acadêmico-Cultural (Semac), aconteceu ontem, 21, e terminará amanhã, 24, e tem o objetivo de desafiar os participantes a refletirem sobre os principais e mais pontuais problemas sociais, pensando em inovações e propondo possíveis soluções.
A professora Débora Eleonora conta que inicialmente a ideia era tratar o tema dentro de uma disciplina do programa de pós-graduação, mas seu caráter interdisciplinar a levou a trabalhar em integração com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, da UFSC.
“Este seminário visa a integrar esses dois programas de pós-graduação que estão trabalhando no mesmo conceito, que é inovação social. Estamos apresentando as definições do conceito e das atividades que estão sendo desenvolvidas no Observatório Social do Brasil, que está instalado lá no Sul, e aqui, com os bancos comunitários, em uma transferência de conhecimentos entre as duas instituições”, diz.
Os bancos comunitários mencionados pela professora são considerados revolucionários na proposta de pensar soluções sociais viáveis. “São bancos que emprestam dinheiro para pessoas de baixa renda a custo zero, então o índice de inadimplência acaba sendo quase inexistente em quase todos os bancos. A ideia não é ter lucro, mas atender a uma necessidade imediata das pessoas que precisam”, afirma.
E essa é apenas uma das propostas utilizadas como exemplo para motivar os alunos que participaram do seminário. Outras igualmente desafiadoras vieram do Movimento Choice, que teve como representante Ítalo Rocha, embaixador do movimento e aluno de Engenharia de Produção. “É a primeira vez que estou ministrando um curso na Semac e, como aluno, é muito bom estar desse outro lado. Está sendo uma experiência válida e interessante”, conta.
Ítalo conta ainda que o objetivo da participação do movimento no seminário é fazer com que os participantes sejam provocados a pensar sobre esses problemas sociais em um âmbito global. “A ideia é que eles saiam do zero e atendam aos desafios globais baseados na agenda da ONU, de objetivos e desenvolvimento sustentável. Separamos alguns deles e os participantes, a partir de um desafio, precisam detectar um problema, se aprofundar nele e descobrir uma solução”.
Integração de conhecimento
A professora Aline França acredita que as videoconferências são muito importantes para promover a troca de conhecimento com os pesquisadores e alunos da UFSC.
“Estamos fazendo um trabalho conjunto através das videoconferências e da troca de experiências. Temos essa interatividade e aproveitamos a Semac como um momento para fazer isso, porque os alunos teriam esse tempo para se dedicar [já que as aulas estão suspensas esta semana]”, diz.
Um desses alunos é John Lennon, mestrando em Administração pela UFS. O estudante conta que a experiência de trabalhar com videoconferências, trocando conhecimentos com os alunos e professores de outro estado, está sendo particularmente boa para ele, que está pesquisando inovação social.
“É uma pesquisa que está alinhada com os principais problemas da sociedade e é sempre bom saber quais são as propostas de melhoria e modelos que podemos utilizar para desenvolver essas propostas. Considero que acabamos ganhando em duas questões: tanto na operacionalização e desenvolvimento de propostas como na troca de conhecimento sobre o tema”, conta.
Semac
Com o tema “Qualidade e desempenho acadêmico”, a 4ª Semac tem como objetivo integrar, articular e socializar a produção do conhecimento, o ensino, a extensão, a inovação, a arte e a cultura para, efetivamente, construir uma universidade solidária, ancorada na realidade social. A programação segue até esta sexta-feira, 24.
Ascom
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