Ciência, Tecnologia e Inovação. A interface desses três conceitos foi o tema central da mesa-redonda que aconteceu na manhã de hoje, 21, no Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (EIDTI), que faz parte da programação da 4ª Semana Acadêmico-Cultural da UFS (Semac). O evento reuniu estudantes e pesquisadores no auditório da Reitoria e contou com a presença da representante Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Confira a programação da Semac
Lucindo Quintans, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap), afirma que esse momento é de extrema importância para que a universidade estreite laços com a sociedade e com o mercado.
“Muitas vezes a academia fica distante do mercado e do conhecimento que ele precisa. Este é um momento singular para trazemos para os nossos alunos quais são as oportunidades que existem e são oferecidas pelas empresas”.
Essas oportunidades foram lembradas durante toda a palestra proferida por Ana Teresa, gerente da Unidade de Soluções Empresariais do Sebrae. Ela falou sobre os métodos que podem e devem ser observados e praticados para que os pequenos empreendedores obtenham sucesso em seus negócios.
“A abrangência da inovação da empresa deve ser observada tanto na perspectiva da empresa para com ela mesma quanto em uma perspectiva maior, para o mundo”, aponta.
Como representante do Sebrae, ela trouxe para os alunos os tipos de programas que podem ajudá-los na realização de micro e pequenos negócios, como o Sebraetec, Agentes Locais de Inovação, Projeto de Startups, entre outros, e explicou o trabalho desenvolvido pela entidade.
“O Sebrae trabalha com a parte do empreendedorismo, de fomentar o desejo de alguns estudantes de serem potenciais empresários. Já existe uma parceria entre o Sebrae e a UFS, com o Programa Educação Empreendedora”.
O programa mencionado por Ana Teresa faz parte de uma formação em empreendedorismo, no qual o Sebrae capacita professores da UFS no sentido de despertar neles a importância do empreendedorismo. “Também queremos mostrar para os alunos que os serviços tecnológicos podem ser desenvolvidos por eles nos próprios departamentos da universidade”, diz.
Integração
Quem também fez parte da mesa de debate foi o professor Edward David Moreno, do Departamento de Computação (Dcomp). Em sua palestra, ele buscou alertar os estudantes para a necessidade da integração entre ciência, tecnologia e inovação.
“Na minha visão tudo deve estar conectado. Para termos inovação é preciso termos governo, universidade, empresas, mercado, legislação”, pontuou. “Só sairemos do lugar se percebemos que tudo está unido”.
Ainda durante sua palestra, o professou apontou casos de empresas e empreendimentos que deram sucesso no Brasil, como a Embraer, a Aracruz e a Cofasp, fazendo uma analogia com os barcos no mar, para incentivar o pensamento de inovação entre os alunos. “Temos que colocar as velas dos barcos a favor dos ventos. Em tempos de crise, temos que pensar sobre isso”.
Marcus Eugênio esteve na mesa como presidente da Associação Sergipana de Ciência (ASCI). Concordando com a fala do professor Edward, ele reforçou a necessidade dos investimentos na área de ciência.
“É fundamental investir em ciência para se fomentar a inovação. Precisamos tornar estreitos os laços entre os pesquisadores e as empresas, além de um governo que promova isso”, disse o professor, que também é membro da gestão da UFS.
Ele ainda falou sobre os desafios que precisam ser enfrentados para se alcançar êxito nessa área. “Nosso maior desafio é transformar o conhecimento científico em algo prático, que mude a vida das pessoas”.
Reflexão
Thiago José foi um dos alunos que estavam no auditório. Estudante do curso de Ciência da Computação, ele enxerga no evento uma oportunidade de trocar experiências com profissionais que trabalham na área.
“Aqui nós, estudantes, pudemos expor nossas ideias e foi estabelecido um debate com pessoas mais experientes, que tem uma vivência que nós ainda não temos”, afirma.
O aluno também acredita que o debate serviu para que ele refletisse sobre as próprias dificuldades e divergências dentro e fora da universidade.
“Os estudantes têm o desejo de inovar e, muitas vezes, acabam encontrando barreiras culturais e regionais entre as necessidades deles e as necessidades da sociedade. Percebo que é preciso encontrar um elo que una essas duas necessidades”, conta.
Semac
Com o tema “Qualidade e desempenho acadêmico”, a 4ª Semac tem como objetivo integrar, articular e socializar a produção do conhecimento, o ensino, a extensão, a inovação, a arte e a cultura para, efetivamente, construir uma universidade solidária, ancorada na realidade social. A programação segue até esta sexta-feira, 24.
Ronaldo Gomes (bolsista)
Luiz Amaro
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