Buscando democratizar as descobertas da Arqueologia sergipana, o Museu de Arqueologia de Xingó (MAX) está realizando desde ontem, 9, a exposição itinerante “Xingó: 9.000 anos de ocupação humana e Paleontologia sergipana”. No hall da reitoria do campus de São Cristóvão, alunos, servidores e comunidade externa têm a oportunidade de conhecer mais sobre a origem da vida e da cultura produzida pelo homem milhões de anos atrás.
A exposição, que segue até o dia 30 de maio, faz parte da programação dos 50 anos da UFS e percorrerá todos os campi nos próximos meses, levando uma parte do acervo que o MAX mantém em sua sede, localizada em Canindé de São Francisco.
Thaís Vaz Sampaio, museóloga do MAX, acredita que essa exposição, além de atingir a comunidade de forma mais abrangente, é uma maneira efetiva de desmistificar a ideia segundo a qual a Arqueologia e a Paleontologia são a mesma área de conhecimento.
“Aqui no campus de São Cristóvão estamos conseguindo atingir um público interno grande, fazendo com que os funcionários saibam da existência do museu e sua importância para a UFS”, diz. “Na linha do tempo é possível visualizar a origem de toda a vida na terra e só no finalzinho conseguimos ver nossa inserção dentro desse período; é aí que começamos a entender que a Paleontologia e a Arqueologia, embora pareçam iguais, diferem”.
Entre as diferenças, Elaine Alves de Santana, arqueóloga do MAX, afirma que a mais notável é que, enquanto a Arqueologia trabalha com uma perspectiva mais voltada para os vestígios culturais de produção humana, produzidos ou transformados pelo homem, a Paleontologia trata de estudar os organismos vivos, desde sua origem, ao longo do tempo.
“Nós esclarecemos as diferenças entre essas duas ciências e o ponto que elas podem ter em comum. Durante a exposição é possível ver que temos alguns bivalves que foram transformados pelo homem em artefatos, em adornos, e em outra parte da exposição já temos essa mesma estrutura fossilizada”, conta.
Na exposição ainda é possível ver de perto a estrutura de uma caverna com a simulação tanto do material arqueológico (restos humanos e de materiais e vestígios produzidos pelo homem) quanto paleontológicos. A maquete foi produzida pelos alunos do Colégio de Aplicação da UFS (Codap).
Experiências
Participar da exposição como guia é uma oportunidade que a estudante Sandra Nunes só consegue descrever com uma palavra: gratidão. Aluna do 7º período do curso de Arqueologia e bolsista no MAX, Sandra explica que a divulgação é uma das partes do trabalho de que mais gosta.
“O trabalho do arqueólogo tem várias etapas: o campo, o laboratório e essa parte da divulgação. Essa é uma parte que me interessa e me agrada, porque é esse conhecimento arqueológico chegando até o público, somos nós levando esse conhecimento para as pessoas”, afirma.
José Márcio, estudante de Geografia, saiu satisfeito da exposição. Enquanto fala sobre a importância de ter contato com esse conhecimento, seus olhos percorrem atentos os detalhes trazidos pelo MAX.
“Nós temos uma riqueza imensa e isso geralmente é difícil de ser acessado e precisa ser divulgado e ter uma abrangência maior. Acho que a UFS deveria investir mais nessas iniciativas e levar essa exposição para a comunidade. Aqui você consegue ver a História, o processo tanto geográfico quanto geológico. É uma exposição muito rica”, conta.
UFS 50 anos
A Universidade Federal de Sergipe completa, na próxima terça-feira, dia 15 de maio, 50 anos. A comemoração será marcada pela apresentação da orquestra sinfônica e do coro, que realizam um concerto, às 19h, no Teatro Tobias Barreto, em Aracaju, com repertório que inclui Orazio Vecchi, Mozart, Rogério, com "Sergipe é o país do forró", Dominguinhos e ainda um tributo a Luiz Gonzaga. Serão homenageados diversos nomes que fizeram parte da história da UFS.
Confira a programação completa aqui.
Sobre o MAX
O Museu de Arqueologia de Xingó, inaugurado em abril de 2000, surgiu como uma estratégia para permitir a manutenção da pesquisa e a preservação do patrimônio arqueológico do Baixo São Francisco, resultante do salvamento arqueológico realizado pela UFS de 1988 a 1997.
A organização estrutural do MAX é constituída pela Administração Central, pelos Laboratórios de Pesquisa Arqueológica e Reserva Técnica, pelo Sítio Escola e pela Unidade de Exposições, que dá corpo e sentido ao MAX, situado no município de Canindé de São Francisco.
Visite a página do MAX.
Ronaldo Gomes (bolsista)
Luiz Amaro
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