Com índice médio de 2.68, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) é a instituição de ensino superior que apresenta maior impacto em pesquisas na área de Ciências da Saúde do Brasil. A universidade superou, na etapa final, outras duas instituições: a federal de Pelotas (UFPel), com 1.72 de impacto, e a de Santa Catarina (UFSC) que obteve 1.98, segundo o relatório Research in Brazil: Funding Excellence da Clarivate Analytics. O prêmio leva em conta publicações realizadas no intervalo entre os anos de 2013 e 2018.
Ainda de acordo com o levantamento, a UFS é a quarta universidade do Brasil com alto índice de impacto em pesquisas de modo geral, dentre as 15 instituições com os melhores desempenhos. Ficou atrás somente da Universidade Federal do ABC (UFABC), a de São João del-Rei (UFSJ) e ade Juiz de Fora (UFJF).
O relatório avaliou também o impacto em outras áreas do conhecimento: Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Natureza, Ciências Agrícolas e Engenharia. As publicações da UFS também se destacaram nas categorias de Ciências Agrícolas e Engenharia, que, respectivamente, tiveram 0.71 e 0.73 de índice. Impacto maior do que de universidades como a Universidade de São Paulo (USP), a federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a de Brasília (UNB).
Essa é a primeira vez que a instituição sergipana recebe o prêmio. O professor Gladston Arruda Santos, coordenador de Pós-graduação da UFS, conta que o critério utilizado para classificação das universidades foi o impacto das citações. “Ele [relatório] avalia as revistas científicas. Cada uma delas tem um fator de impacto, ou seja, é a importância internacional daquela revista. E, com base nesse raciocínio, eles fizeram o cálculo das instituições que publicam nessas revistas, no intervalo de 2013 a 2018”, explica.
Gladston vê a premiação como um indicativo de que a UFS está no caminho certo. “Se eu tenho uma produção que está sendo qualificada em revista de alto impacto, isso me diz que tenho um corpo discente e docente qualificado, que são as ferramentas que fazem com que essa produção chegue”, avalia o professor.
Contudo, para ele esse é um indicativo que orienta a continuação dos trabalhos que foram feitos. “Manter as publicações, a qualidade do corpo docente, aumentar a inserção desse programa junto à sociedade e a captação de recursos em relação a projetos. Não é uma questão de dizer que está bom e ficar satisfeito com isso”, afirma o coordenador.
A universidade recebeu o prêmio no evento Research Excellence Awards Brazil, que ocorreu em Brasília no dia 4 de setembro. Apesar da recente conquista, a UFS já busca discutir ações que possam ser feitas com a finalidade de melhorar o desempenho nas outras áreas do conhecimento.
“Já pensamos em tentar ver com os programas da área de saúde de se começar a fazer alguns workshops e reuniões com as outras áreas para apresentar o que eles fizeram para conseguir chegar a esse resultado. Não necessariamente almejando ou colocando o prêmio como meta, mas, sim, colocando como crescimento e consolidação do programa”, destaca Gladston.
A atuação das Ciências da Saúde da UFS está diretamente ligada ao Hospital Universitário (HU-UFS). Além das pesquisas sobre o Zika vírus, a dengue, e a Chikungunya, há trabalhos com fármacos e outros pesquisadores que envolvem aspectos psicológicos e sociais. E é por isso que o professor acredita que o prêmio é relevante.
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A universidade, para Gladston, faz uma ligação com a sociedade de forma que não haja dissociação entre o que se pesquisa e o que a comunidade precisa.
“Existem vários trabalhos que são desenvolvidos, nesse contexto social, de impacto direto na sociedade sergipana. Eu acho que isso é o mais importante. Temos o reconhecimento da comunidade científica, ótimo. Mas, o que fazemos está vinculado a demandas e situações da sociedade. E esse é o papel da universidade pública: atender a onde ela está inserida”, conclui.
Ascom
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