"Não existem evidências que comprovem a eficácia da inalação de éter e clorofórmio para o tratamento da Covid-19." A afirmação é do professor do Departamento de Educação em Saúde e chefe do Laboratório de Patologia Investigativa da Universidade Federal de Sergipe, Paulo Ricardo Martins Filho. Ele desenvolveu um artigo sobre o assunto publicado nesta terça-feira na PAHO - Pan American Journal of Public Health.
A publicação na revista da Organização Panamerica de Saúde Pública busca combater o compartilhamento de notícias falsas na internet sobre a eficácia da mistura do éter e clorofórmio, conhecido como "lança perfume" ou "loló", no tratamento do coronavírus. Entre os riscos do uso desses produtos, estão infusifiência renal e lesão cardiovascular.
"Neste momento de pandemia a gente faz um alerta nesse estudo para que as pessoas busquem informações nas agências de saúde a fim de evitar o consumo de informações disseminadas em redes sociais, colocando vidas em perigo," ressalta Paulo Martins.
O artigo foi desenvolvido em parceria com o professor da Universidade Federal de Alagoas, Victor Santana Santos. Na ocasião, os dois pesquisadores observaram o alto nível de interesse sobre o uso de éter e clorofórmio, no Brasil, no périodo de 25 de fevereiro a 20 de março deste ano, através da utilização da ferramenta Google Trends.
"Este é apenas o primeiro trabalho. Estamos fazendo uma série de trabalhos em relação ao coronavírus para tentar ajudar a combater e também entender alguns aspectos dessa pandemia, a partir de evidências científicas disponíveis", finaliza Paulo Martins.
Por Josafá Neto
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