No Brasil, são mais de 24 mil mortes por conta do vírus. Em Sergipe, esse número já passa de 100 vidas. Por conta da grande quantidade de mortes, o projeto Inumeráveis surgiu com a ideia de reunir em um memorial online as histórias das vítimas do novo coronavírus.
Contando com uma rede voluntária de jornalistas, estudantes e contadores de história do Brasil, o intuito do projeto é proporcionar para as famílias das vítimas que a história dessas pessoas não sejam apagadas e virem somente estatística. A criação do projeto Inumeráveis começou com o artista plástico Edson Pavoni que se juntou à jornalista Alana Rizzo e ao empreendedor Rogério Oliveira para tirar a ideia do papel.
Em Sergipe, o desenvolvimento do memorial tem sido facilitado por meio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) como projeto de extensão e é coordenado pelo professor Vitor Braga, do curso de Jornalismo e chefe do Departamento de Comunicação Social.
“Recebi um e-mail dos idealizadores do projeto me perguntado se havia o interesse em participar da construção do memorial aqui do estado. Achei interessante e abracei a ideia para desenvolvê-la. Então, resolvi cadastrar como um projeto de extensão da universidade através de um edital da Pró-Reitoria de Extensão de ações para serem feitas durante a pandemia”, conta o coordenador do projeto, Vitor Braga.
O professor explica que a ideia do memorial é justamente não pensar em números, como o próprio nome diz, mas sim nas vítimas e o que cada uma traz em sua individualidade e histórias de vida. “Estamos na fase de finalização e revisão de algumas dessas primeiras histórias para serem publicadas no site”, afirma.
A equipe é composta voluntariamente por 13 integrantes, sendo alunos, ex-alunos e professores do curso de Jornalismo. A seleção foi feita através do preenchimento de um formulário e entrevista coletiva na plataforma Zoom.
De acordo com Caroline Matos, graduada em Jornalismo pela UFS e integrante da equipe, o objetivo do projeto é abordar essas histórias de forma sensível. Com o devido cuidado de registrar as memórias com respeito e afeto, humanizando a abordagem.
“Encarei como uma ótima oportunidade de contribuir ativamente diante de um momento tão delicado. Me sinto profundamente incomodada em consumir notícias que trazem apenas amontoados de números referentes aos mortos, sem que as pessoas fossem citadas como seres humanos únicos, com suas trajetórias e legados”, explica a jornalista.
Gabriela Rosa, estudante de Jornalismo e voluntária no projeto, diz que com os óbitos sendo somados diariamente, as pessoas acabam não se sensibilizando tanto ao fato de que ali são vidas perdidas. “Parece que quando tudo se resume aos dados e ao amontoado dos números, nós nos acostumamos, até como mecanismo para não nos abalarmos tanto”, afirma.
Divulgação das histórias
Para compartilhar histórias, relatos, homenagens e quaisquer outras contribuições para o memorial, o contato pode ser feito pelo e-mail projetoinumeraveisse@gmail.com, telefone do coordenador do projeto (79) 99117-2933 e também através do site oficial para adicionar uma história.
Ascom
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