Abel Victor e Josafá Neto | Rádio UFS - Três professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Adriano Antunes Araújo, Lucindo José Quintans Jr e André Faro Santos aparecem entre os 853 pesquisadores brasileiros que compõem o ranking. O levantamento da Universidade de Stanford (EUA) foi publicado no último dia 16 de outubro no Journal Plos Biology, considerando os impactos científicos em número de citações.
Adriano Antunes, do Departamento de Farmácia, e Lucindo Quintans, do Departamento de Fisiologia, ocupam as posições 674º e 1.754º na área de “Medicina e Química Biomolecular”, respectivamente, de um total de mais de 80.622 pesquisadores no mundo. Já na subárea “Farmacologia e Farmácia”, os dois professores do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde estão na 9º e 12º colocações em âmbito nacional.
O professor do Departamento de Psicologia, André Faro, por sua vez, figura na 1.797º colocação entre os 106.795 pesquisadores da área “Medicina General e Interna” no mundo, enquanto na subárea “Saúde Pública” é o 23º no território nacional.
O levantamento, através de métricas de citação, apresenta dois rankings: carreira, em que avalia os impactos de pesquisas realizadas ao longo da trajetória do cientista, e dados do último ano, ou seja, os destaques científicos de 2019. Os pesquisadores da UFS se classificaram na avaliação do impacto científico alcançado ano passado.
Para Adriano Antunes, aparecer no ranking formado por um grupo seleto de pesquisadores é bastante significativo para a carreira acadêmica. “Você vê que da UFS, onde temos mais de 1.500 professores, apenas três entraram nessa lista, que é um ranking global”. Ele ainda afirma que o mérito da conquista é “pouco nosso e muito mais dos alunos que se envolvem nos projetos e conseguem realizar boas pesquisas”.
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Antunes atribui a classificação da UFS no ranking a três fatores: a busca por parceria interna e externa à instituição, a capacidade de engajar e motivar alunos da graduação e pós-graduação nas pesquisas e desenvolvimento de projetos com foco inovador.
“Sem dúvidas isso tem gerado uma pesquisa que tem uma aplicabilidade muito grande, consequentemente, você vai ter o despertar das revistas científicas, o interesse dessas revistas para publicação e também para a citação. Então, isso desperta o olhar de outros pesquisadores para que comecem a ver o nosso trabalho e esses trabalhos terminam sendo muito citados em novas publicações”, ressalta Adriano Antunes.
O professor Lucindo Quintans destaca que o resultado da avaliação é reflexo do avanço da produção científica da Universidade Federal de Sergipe nos últimos anos, “porque coaduna com os últimos indicadores que estão sendo obtidos, principalmente, na questão da avaliação pelo Times Higher Education, um ranking internacional que coloca a universidade entre as oito melhores instituições do Brasil”.
“No final do ano passado, a UFS foi eleita como a universidade brasileira com maior impacto na produção científica na área da ciência da saúde. Todos esses dados conversam entre si e mostram a solidez da pesquisa que a Universidade tem produzido em duas áreas muito importantes, como na área da ciência da saúde e nas humanidades, entre outras áreas que a UFS vem se destacando", complementa.
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O professor André Faro afirma que a participação no ranking traz visibilidade para o conhecimento científico produzido pela UFS ao longo dos anos e para o Nordeste, que pode ser considerada uma região de referência no desenvolvimento da ciência, além das áreas de humanas com ênfase na saúde, em especial, a de psicologia.
“Por fim, penso que também a importância desse resultado se dá em termos de reconhecimento do nosso trabalho, pois o fruto da produção científica nem sempre é imediato e leva algum tempo até que atinja o seu fim, que é trazer alguma contribuição significativa para a sociedade de maneira geral”, destaca o pesquisador.
Faro ainda pontua a importância das parcerias internacionais como fator para a classificação. “Desde 2017, eu sou colaborador do Global Burden of Disease, mais conhecido como GBD, que é o maior estudo que já foi desenvolvido em relação à saúde das populações no mundo. Foi a partir da entrada nesse grupo que a internacionalização da produção cresceu, tendo maior impacto e alcance global.”
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O desenvolvimento de pesquisas científicas de impacto nacional e internacional coloca a Universidade Federal de Sergipe entre as principais instituições de ensino superior do país. Confira abaixo os mais recentes reconhecimentos da UFS na área científica:
Referência em pesquisa sobre coronavírus no Brasil
Um levantamento realizado pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica, com base em informações da plataforma Dimensions, mostrou que o professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde e chefe do Laboratório de Patologia Investigativa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Paulo Ricardo Martins Filho, está entre os cinco pesquisadores que mais fizeram publicações científicas sobre a covid-19 no Brasil.
Martins aparece na lista com 16 publicações relacionadas ao novo coronavírus desde o início da pandemia.Doutor em Ciências da Saúde pela UFS, o pesquisador reúne mais de 140 publicações em revistas científicas internacionais ao longo da carreira. Ele tem experiência em epidemiologia, estatística e revisões sistemáticas e meta-análises em saúde. É professor do Departamento de Educação em Saúde, do campus Antônio Garcia Filho, em Lagarto, e dos programas de Pós-graduação em Ciências da Saúde e em Odontologia
Rankings do Times Higher Education (THE)
A Universidade Federal de Sergipe se classificou como a primeira do Brasil e a nona no geral no quesito citações do ranking de universidades latino-americanas, o Latin America University Rankings 2020, promovido pelo Times Higher Education (THE). Na soma dos demais critérios, a instituição se posicionou na 62º, colocação acima da Universidade do Chile (61º) e próxima da Universidade do Pará (64º). Entre os indicadores do ranking regional, a UFS ficou em 30º lugar no Brasil e 5º no Nordeste, com as seguintes notas: 96,7 em citações, 38,5 em ensino, 36,6 em pesquisa, 35,5 em transferência de conhecimento e 24,6 em visão internacional, perfazendo uma nota geral de 47,2.
A Universidade também foi considerada a sétima melhor unidade de ensino superior do país e a primeira da região Nordeste na edição 2021 do ranking mundial de universidades, iniciativa do Times Higher Education. O ranking é considerado um dos principais avaliadores universitários do mundo e realiza análises sobre o desempenho de universidades em 93 países e regiões desde 2004. Essa foi a primeira vez que a UFS foi classificada na pesquisa. E entre as outras cinco universidades brasileiras estreantes neste ano, foi a única a aparecer como uma das 8 melhores no Brasil, ocupando posição no bloco 601-800 no ranking geral.
Impacto em pesquisas da área da saúde
Com índice médio de 2.68, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) é a instituição de ensino superior que apresentou, no ano passado, o maior impacto em pesquisas na área de Ciências da Saúde do Brasil. A universidade superou, na etapa final, outras duas instituições: a Federal de Pelotas (UFPel), com 1.72 de impacto, e a de Santa Catarina (UFSC) que obteve 1.98, segundo o relatório Research in Brazil: Funding Excellence da Clarivate Analytics. Foi a primeira vez que a UFS recebeu o prêmio que leva em conta publicações realizadas no intervalo entre os anos de 2013 e 2018.
De acordo com o levantamento, a UFS é a quarta universidade do Brasil com alto índice de impacto em pesquisas de modo geral, dentre as 15 instituições com os melhores desempenhos. Ficou atrás somente da Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal São João del-Rei (UFSJ) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O relatório avaliou também o impacto em outras áreas do conhecimento: Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Natureza, Ciências Agrícolas e Engenharia. As publicações da UFS também se destacaram nas categorias de Ciências Agrícolas e Engenharia, que, respectivamente, tiveram 0.71 e 0.73 de índice. Impacto maior do que de universidades, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade de Brasília (UNB).