A discente Ananda Marieta Silva Teles, do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Sergipe (UFS), teve seu projeto “(A)ratu” selecionado para receber um “fundo semente” de R$ 5.000. O trabalho de Ananda foi selecionado na primeira instância do programa LAB Jovens Brasil 2021, sendo o único aprovado da região Nordeste.

O LAB Jovens é integrante do projeto francês FrancEcoLab Brasil e tem o objetivo de movimentar as escolas e os jovens ativistas, capacitando-os para que essa geração possa desenvolver e aprofundar seu compromisso pelo meio ambiente. Por meio de uma capacitação, o projeto cria uma rede de jovens do país inteiro, impulsionando mudanças e contribuindo para que o futuro seja mais sustentável.

Neste ano, o foco da iniciativa foi a defesa do oceano e dos rios e a luta contra a poluição. Ananda participou este mês no Rio de Janeiro, junto com os outros nove jovens selecionados, do seminário do projeto, onde apresentou seu projeto e recebeu a premiação. Além disso, os 10 jovens receberam acompanhamento, oportunidades de capacitação e pesquisa de campo.

“Participar desse projeto, além de me ajudar enquanto ‘Ananda engenheira de pesca’, me fortaleceu enquanto ‘Ananda pessoa’. Passar por um aprendizado com jovens do Brasil inteiro, com perspectivas diferentes, mas unidos numa corrente em prol do meio ambiente, ativismo ambiental e ativismo jovem, me fortaleceu como mulher preta e nordestina. Muitas vezes, em meio à pandemia e desse governo, a gente se sente sozinho, mas essas conversas e esses 6 meses de preparação me ajudaram bastante”, diz Ananda.

Marisqueiras de Sergipe

O projeto de extensão (A)ratu tem a missão de dar suporte a uma comunidade de marisqueiras no interior do estado de Sergipe, capacitando-as na execução de suas atividades, aplicando técnicas de processamento, pesca sustentável e controle da produção – clique aqui para acompanhar o trabalho no Instagram. A iniciativa parte do princípio de que essas mulheres estão sempre sofrendo riscos com afogamentos, com os apetrechos de pesca e com o próprio aratu, além de estarem expostas às variações climáticas e à radiação.

O apoio visa então garantir que as marisqueiras possam realizar o seu trabalho com segurança, indo além do apoio financeiro, contribuindo para a manutenção da espécie pescada e transformando a vida das mulheres dessa comunidade.

“As transformações são pequenas, mas geram grandes impactos. Dando às marisqueiras a oportunidade de uma pesca sustentável, eu vou estar garantindo um futuro melhor, não somente para mim e para elas, mas para todo mundo. É sobre garantir que as próximas gerações possam usufruir de tudo que a gente tem. Tendo em vista que nós somos só mais uma espécie dentro de todo esse ecossistema, é por isso que a gente precisa lutar”, defendeu a estudante.

“O futuro é hoje, então eu tento aprender e estudar para tentar transformar a vida dessas pessoas e ser uma voz amplificadora no meio de tantas vezes que elas são silenciadas. O projeto me deu voz para falar por mulheres que jamais teriam como chegar do outro lado, na França, com investidores, no Rio de Janeiro, em um evento internacional”, pontuou Ananda em sua fala na premiação.

A cerimônia de encerramento do projeto foi transmitida no perfil da Embaixada Francesa no Brasil, no Instagram, no dia 06 de novembro e você pode conferir aqui. Confira também o Instagram do projeto (A)ratu (@aratulab) aqui.

Milena Alves Lucas (Estágio Supervisionado em Jornalismo)
Marcilio Costa (edição)
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