Foi inaugurada na manhã desta segunda, 29, na Universidade Federal de Sergipe, a sétima Cátedra Camões no Brasil e 55ª no mundo. Dedicada ao desenvolvimento de iniciativas científicas e culturais sobre o século 18 no Brasil e em Portugal, a cátedra inaugurada em Sergipe tem como seu patrono a figura do estadista português conhecido como Marquês de Pombal.
A Cátedra contribui para “a afirmação da UFS como uma instituição de excelência no panorama internacional, com pesquisas de ponta na área da História, da Literatura, da Linguística”. É o que explica o professor José Eduardo Franco, da Universidade Aberta de Portugal, que veio a Sergipe para a inauguração da Cátedra e foi o responsável pela conferência de abertura do I Simpósio Pombalino Internacional, evento que segue, agora remotamente, até o dia 3 de dezembro. Confira a programação aqui.
“A Cátedra permite que todo o trabalho de pesquisa e produção de conhecimento sobre o século das luzes no período pombalino, que vem sendo desenvolvido aqui pelo grupo do professor Luiz Eduardo Oliveira”, coordenador da Cátedra e professor do Departamento de Letras Estrangeiras (DLES), “tenha ainda mais projeção no Brasil e no mundo”, conclui José Franco.
O embaixador de Portugal no Brasil, Luiz Faro Ramos, destacou a função da Cátedra no fortalecimento das relações entre os dois países e mostrou-se otimista com relação ao andamento dos trabalhos. “Esse é um passo importante, com grande relevo. Constatamos, pelo empenho de todos os envolvidos no projeto, seja do lado brasileiro, seja do lado português, a garantia de que esta cátedra vai certamente ser um sucesso”.
Criadas com o objetivo de revelar a língua portuguesa como um idioma de Ciência e de Cultura, as Cátedras Camões têm, ao redor do mundo, homenageado grandes nomes da literatura lusófona. Eça de Queiroz, José Saramago, Antônio Vieira, dentre outros, figuram como alguns de seus patronos. Agora, contudo, uma Cátedra Camões homenageia um personagem que se destacou pelo fez em prol dessa mesma língua. Professor José Eduardo Franco explica:
“Marquês de Pombal teve um papel importante no quadro da reforma da língua portuguesa e na sua imposição como língua única no território brasileiro, que permite compreender aquilo que o Brasil é hoje, como país a falar uma só língua, e também a importância que tem para a afirmação de uma literatura onde se consubstanciou um diálogo entre o universo da língua portuguesa”.
João Ribeiro de Almeida, presidente do Instituto Camões, pontua que “o que se buscava era uma Cátedra que privilegiasse mais a língua portuguesa como língua de ciência e de investigação, pesquisa, e escolhemos a universidade que melhor representou essa proposta, e aqui estamos hoje”.
A inauguração da Cátedra em Sergipe contou ainda com a participação do Cônsul-Geral de Portugal em Salvador, Dr. Jorge Fonseca, da Diretora do Camões - Centro Cultural Português em Brasília, senhora Alexandra Pinho, e do professor José Anderson Nascimento, representando a Academia Sergipana de Letras e a Secretaria de Educação do Estado de Sergipe. O evento foi aberto com um recital de viola caipira apresentado por Fabiano Zanin, violonista e professor do Departamento de Música da UFS.
Internacionalização
A Cátedra Marques de Pombal inaugura ou aprimora uma série de possibilidades de cooperação entre a UFS e outras universidades e pesquisadores, a exemplo da preparação e produção do Dicionário dos Antis: a cultura brasileira em negativo, já publicado, e das obras completas do Marquês de Pombal, que serão publicadas pela Editora UFS.
Outra dessas parcerias se deu hoje mesmo com a assinatura de um termo de intenção para publicação do Dicionário Global das Religiões, obra cuja preparação se encontra em fase final. O termo foi assinado pelo reitor Valter Santana e pelo diretor acadêmico da Universidade Lusófona, Paulo Mendes Pinto.
O reitor Valter Santana, considera a Cátedra como um grande passo na consolidação tão necessária da internacionalização. “Nossa universidade vem, nos últimos anos, crescendo em sua graduação e pós-graduação. Precisamos buscar mecanismos para continuar nessa trajetória ascendente e um deles é esse intercâmbio direto com pessoas de outros países, que nos enriquece e que leva o conhecimento que é produzido em nosso estado para além fronteiras.”
Márcio Santana
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