Ocorreu na manhã desta terça-feira, 8, um encontro para tratar do desenvolvimento de projetos no contexto de revitalização, aproveitamento e reaproveitamento das águas do rio Piauitinga. A Universidade Federal de Sergipe acolheu o evento como mediadora das discussões sobre o tema.
O rio Piauitinga tem seu curso entre os municípios sergipanos de Lagarto e Estância, onde deságua no rio Piauí, ainda em Sergipe. Suas águas têm sido usadas para o abastecimento da população de Estância e para as atividades do parque industrial instalado na cidade.
Desde a construção e ampliação do Sistema de Abastecimento de Água Integrado Piauitinga (Adutora do Piauitinga), setores sociais e econômicos da região de Estância estão preocupados com o impacto sobre a disponibilidade dos recursos hídricos para suas atividades.
A organizadora do evento Lilia Barretto, professora da UFS e coordenadora de projetos do Núcleo de Competências em Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Nupeg), explica que o intuito é intermediar uma solução conjunta para a questão.
“A reunião tem o objetivo de realizar um termo de cooperação entre entidades do estado - Governo do Estado, prefeituras municipais e o parque industrial de Estância - para atender as demandas desse parque industrial relacionadas à captação de água do rio Piauitinga”, diz Lilia.
O vice-reitor da UFS Rosalvo Ferreira abriu o evento e destacou o papel da universidade como mediadora dos debates importantes para a sociedade.
“O espaço da universidade sempre estará aberto às discussões de interesse do estado de Sergipe. O compromisso da instituição sempre foi e continuará sendo propor, encontrar soluções técnicas economicamente sustentáveis, viáveis ao longo do tempo, sem descontinuidade, sem casuísmos”, pontuou Rosalvo, então reitor em exercício.
Lucindo Quintans, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFS, reforça o papel da instituição na busca de soluções para os problemas enfrentados no estado.
“A Universidade Federal de Sergipe tem como responsabilidade social participar de todos os debates que envolvem a sociedade sergipana, e a bacia do rio Piauitinga é extremamente importante para o desenvolvimento do nosso estado, tanto na questão humana, quanto na questão social, na questão empreendedora”, diz.
“Então a universidade está colocando seus pesquisadores à disposição para entender melhor o processo, para dialogar com a comunidade, com a sociedade de Estância e região, para que a gente veja com que possibilidades a universidade possa entrar também para desenvolver projetos de pesquisa, de extensão, de formação das pessoas, para compreender melhor o meio ambiente que o cerca”, enfatiza.
As indústrias e o Piauitinga
O Polo Industrial de Estância representa 45% do Produto Interno Bruto (PIB) das exportações em Sergipe. Abriga empresas dos ramos têxteis, de sucos de frutas, de embalagens, mineração entre outros.
“O Polo Industrial se desenvolveu basicamente em torno da questão da água, que é primordial para as indústrias”, explica Osvaldo Júnior, vice-presidente da Associação Empresarial das Indústrias de Estância (Assedies).
“A construção da adutora, ao nosso ver, vai gerar impactos hídricos para o município [de Estância], seja para o abastecimento humano, que é o primordial, mas também para a questão industrial, que não deixa de ser uma questão importante para o município, uma vez que a questão sócio-econômica do município de Estância está inteiramente ligada às indústrias”, argumenta Osvaldo.
“Esse é o debate que a gente traz aqui para a universidade, para juntos buscarmos soluções que viabilizem tanto a água para a necessidade humana, a agricultura, pecuária, como também para o setor industrial”, defende.
Abastecimento e sustentabilidade
Quando concluída sua ampliação, a Adutora do Piauitinga irá atender a mais de 170 mil pessoas nos quatro municípios atendidos: Lagarto, Salgado, Simão Dias e Riachão do Dantas.
Representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Estância, Monique Guimarães defende a importância do rio para a região.
“O Piauitinga é um rio histórico, importante para o município de Estância e para toda a região centro-sul do estado, e que ao longo dos anos vem enfrentando diversos problemas, como a maioria dos recursos hídricos do país, principalmente com relação às cidades, às indústrias, à exploração econômica”, pontua a engenheira florestal.
Ela acredita que é possível equalizar as demandas, assegurando a sustentabilidade da exploração do rio.
“A Secretaria do Meio Ambiente, enquanto gestão, busca executar as políticas públicas no sentido da preservação, da fiscalização, do monitoramento do uso sustentável do recurso hídrico, e principalmente busca alternativas para aplicar esse uso sustentável ao rio Piauitinga, que a gente sabe que é uma alternativa extremamente viável: aliar a economia ao meio ambiente”, completa Monique.
Ascom
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