Sex, 11 de fevereiro de 2022, 16:19

Reunião entre Proex e Semed projeta novas vagas de estágios
Secretaria de Educação de Aracaju prevê atuação de estagiários na mediação pedagógica com alunos especiais

Ocorreu na manhã desta sexta-feira, 11, uma reunião entre a Universidade Federal de Sergipe, representada pela pró-reitora de extensão Sueli Pereira, e a Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed). Na pauta, uma parceria para a oferta e otimização da contratação de estagiários, para atuarem na educação básica do município.

A prioridade é a contratação emergencial de 50 estagiários dos cursos de Pedagogia, Letras-Português e Letras-Libras, para atuarem na mediação pedagógica junto a alunos com algum tipo de deficiência, em turmas do primeiro ao nono ano do ensino fundamental.

A urgência se dá pelo aumento significativo, percebido pela secretaria, do número de alunos com deficiência matriculados para o ano letivo de 2022. A secretária Maria Cecília Tavares avalia que se trata de uma demanda que estava represada. “As famílias dessas crianças sentiram mais confiança em incluir seus filhos nas escolas", diz.

A equipe da Semed identificou também outro perfil no alunado que demandará a mediação de estagiários da graduação. São alunos que não se enquadram no público-alvo da educação especial, mas apresentam características e comportamentos que merecem atenção das equipes pedagógicas.

“Tem, por exemplo, um perfil de estudante - e a ciência já se deu conta disso - que se opõe à autoridade, a regras, a instituições. O que nós víamos como comportamento marginal, baderneiro, na verdade é um traço de personalidade que precisa ser trabalhado”, explica o diretor de educação básica da Semed Ricardo Abreu.


Equipes da Proex/UFS e Semed reuniram-se nesta sexta-feira, 11. (Foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)
Equipes da Proex/UFS e Semed reuniram-se nesta sexta-feira, 11. (Foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)

A mediação pedagógica para esse público exigirá a participação de outros 130 estagiários, graduandos da UFS. A secretaria está avaliando os cursos que se enquadrarão na tarefa.

“Esse público tem um processo de dificuldade de aprendizagem, que, inclusive, impacta na dinâmica da sala - para o professor, para os outros alunos. É algo que a universidade pode trabalhar conosco também, no âmbito da pesquisa, sobre esse público: quem é esse aluno? Qual a característica dele? Como é que, pedagogicamente, ele pode ser pensado dentro da dinâmica de uma sala de aula?”, projeta Maria Cecília.

Sueli Pereira, pró-reitora de Extensão, defende o papel da universidade na formação de profissionais para os desafios trazidos pela realidade.

“A universidade precisa pensar a partir do que o mercado apresenta - tratando aqui do mercado de forma geral, as instituições, o envolvimento da sociedade. O que a secretaria traz são coisas mais recentes e que instigam a universidade a pensar a formação do aluno para esse viés”, pontua.

Pandemia

Na reunião discutiu-se também o desafio da educação básica com as consequências da pandemia. A Semed realizou, no ano passado, avaliações diagnósticas que mostraram números preocupantes, como o índice de 80% de analfabetismo entre os alunos do terceiro ano, ou seja, que estão saindo do ciclo de alfabetização. A equipe da secretaria avalia que será necessária uma força-tarefa para reforço na educação dessas crianças, o que exigirá outra demanda de estagiários dos cursos de graduação.

Participaram ainda da reunião, a chefe do Departamento de Gestão de Pessoas da Semed Daisy Cardoso, a diretora do Centro de Educação e Ciências Humanas da UFS Silvana Bretas e a coordenadora da Central de Estágios da UFS Lúcia Santos Lima.

Ascom
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Atualizado em: Sex, 11 de fevereiro de 2022, 18:50
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