O projeto de capacitação profissional de estudantes de Instituições de Ensino Superior de Tecnologia da Informação HackaTruck voltou este ano à Universidade Federal de Sergipe (UFS). O "caminhão tecnológico" foi instalado em um dos estacionamentos do campus de São Cristóvão, e a aula inaugural aconteceu na última sexta-feira, 9. O projeto, cujas aulas práticas duram cinco semanas, já havia ocorrido na UFS em 2017.

O HackaTruck é patrocinado pela IBM Brasil e Flex, em colaboração com a Apple, e executado pelo Instituto de Pesquisas Eldorado. Concebido através de um laboratório móvel, funciona como uma sala de aula itinerante, integrando e capacitando estudantes do ensino superior de todo o país em novas tecnologias. No espaço, alunos criam e desenvolvem protótipos de aplicativos móveis relacionados aos temas estudados.

O Departamento de Computação (DComp) intermediou a parceria, sendo a UFS uma das seis instituições do país a receberem o projeto. Segundo Alberto Costa Neto, professor do DComp, coube à universidade ceder o espaço, logística, internet, além da aplicação das aulas remotas que ocorreram previamente com os alunos interessados e da seleção para preenchimento das 56 vagas do projeto.

“Fizemos uma divulgação do curso preparatório, a distância, eles estudam o básico de programação, e depois disso há uma seleção com base no resultado desse curso”, explica Alberto, que encampou essa etapa ao lado de outros docentes do DComp.

Formação complementar

Uma das estudantes selecionadas, Bárbara Raíssa, de 18 anos, avalia que a formação oferecida pelo HackaTruck contribuirá para seu desenvolvimento na graduação.

“Tenho muito a aprender, estou tendo contato com linguagens que nunca tive antes, e achei todo o conteúdo até agora bem claro, não tive dificuldades. Acho que é algo que pode me fazer crescer no mercado futuramente”, diz a aluna do primeiro período de Ciência da Computação.

Mineira, Bárbara escolheu a UFS após buscar por uma instituição que oferecesse o curso que almejava e, ao mesmo tempo, Engenharia da Computação, formação desejada por sua amiga, com quem queria dividir moradia. Encontraram na UFS essa possibilidade, já que o Dcomp abriga, além dos cursos desejado por Bárbara e sua amiga, o bacharelado em Sistemas de Informação.

André Lima, também aluno de Ciência da Computação, no sétimo período, endossa a opinião da colega quanto à oportunidade que o projeto oferece de complementar seu desenvolvimento acadêmico.

“Estou muito feliz, vivendo uma experiência inesquecível, só tenho a aproveitar. [O curso] está sendo muito proveitoso, estou aprendendo novas tecnologias e espero utilizar no futuro”, diz o jovem de 21 anos.

Para Alberto Costa Neto, o HackaTruck é uma das iniciativas que contribuem para a integração dos estudantes às suas graduações.

“São projetos que fazem com que o aluno se engaje mais no curso, tenha mais motivação de estudar, perceba o valor do que ele está aprendendo aqui, e isso tem um resultado na motivação do estudante”, explica. “É um projeto que vem a complementar o que a gente aborda no curso, com tecnologias novas e foco no desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis, computação em nuvem, inteligência artificial, internet das coisas”, completa.

Tecnologia na estrada

O HackaTruck é um projeto de capacitação profissional de estudantes de Instituições de Ensino Superior de Tecnologia da Informação, em desenvolvimento iOS para aplicativos móveis associados com Internet das Coisas (IoT - Internet of Things) em ambiente maker, e ênfase em conceitos e práticas de serviços cognitivos em nuvem.

Desde seu início (2015), o HackaTruck visitou 66 instituições de ensino superior brasileiras, capacitou gratuitamente 9.627 alunos no seu curso a distância, 2.541 alunos em seu laboratório móvel e em atividades remotas, e proporcionou a criação de 510 protótipos de apps.

“A gente tem tido cases de sucesso, de aplicativos que já foram para o mercado, seja na área de saúde, na área de gestão de condomínio particular, gestão de energia, transporte, ou então viraram startups. A propriedade intelectual é dos alunos, mas eles fazem questão de nos comunicar [suas conquistas]”, conta Fabrício Sousa, um dos dois instrutores do projeto.

“Aqui [na UFS], a gente já começou bem, turma cheia, já tem algumas propostas boas, algumas ideias de gestão de tempo, startups, os alunos demonstraram um bom conhecimento técnico já nas primeiras aulas”, finaliza.

Em 2022, o projeto itinerante tem como roteiro seis instituições, passando por cinco diferentes estados do Brasil. São elas: UNICESUMAR (Maringá, PR), Universidade Federal Fluminense (Niterói, RJ), CEFET em parceria com o IPRJ/UERJ (Nova Friburgo, RJ), Universidade Federal de Sergipe (Aracaju, SE), Universidade Federal da Paraíba (João Pessoa, PB), Universidade Federal de Alagoas (Maceió, AL).

Marcilio Costa
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