A Universidade Federal de Sergipe esteve presente no 1º Seminário do Programa Pesquisa na Escola, do Programa de Pesquisa e Ciência na Educação Básica de Sergipe. O evento, realizado pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), reuniu na última quinta-feira, 20, representantes de instituições de ensino superior, professores, pesquisadores e estudantes, com vistas a estimular a pesquisa e a produção científica nas unidades de ensino que integram a Rede Pública Estadual de Educação.

Com o trabalho conjunto entre a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec) e a Seduc, a partir de um investimento que soma mais de R$ 10 milhões, o Programa Pesquisa na Escola promove a concessão de auxílios e bolsas para financiar o desenvolvimento de projetos científicos, tecnológicos e de inovação, bem como incentiva a realização de eventos dessa natureza voltados a temas de interesse da Educação Básica. Nesse contexto, o secretário da Seduc, professor Josué Modesto dos Passos Subrinho, refletiu com o público presente sobre o fundamento do estímulo à pesquisa na Educação Básica.

“Eu tenho altas expectativas quanto à escola pública porque é o lugar de construção de conhecimento, de desafios, e é o lugar que, eventualmente, tem pessoas que nunca foram sonhadas, mas que merecem ter sonhos, realizar projetos, ter sucesso e participar da transformação da sociedade. Nós existimos para isso e se não exercermos esse papel não estamos resgatando a dívida que temos com a nossa sociedade. Por isso, a expectativa é que nossos estudantes façam atividades de pesquisa e eles precisam ser estimulados”, destacou o professor Josué Modesto.

Durante o seminário, foram apresentados os resultados finais e parciais de dois editais financiados pelo programa. O edital 02/2020 do convênio Seduc/Fapitec financiou projetos de professores de instituições de ensino superior e outras instituições de pesquisa, com foco nas escolas da rede estadual de ensino, e das pesquisas realizadas através dos editais “Meninas na Ciência” e “Ciência na Escola”, inicialmente projetos do CNPq e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e que, após seleção, foram financiadas pelo convênio Seduc/Fapitec. Ao todo, a UFS teve 40 propostas aprovadas no edital Fapitec.

Professor no Departamento de Física da UFS, o professor Tiago Nery Ribeiro apresentou os resultados parciais de dois projetos, um envolvendo a formação continuada de professores para o ensino de Física, e outro integrando a ciência da universidade à escola através de ações de pesquisa e extensão. “Iniciativas como essa são de extrema importância, para mim são realmente imprescindíveis, para o desenvolvimento da ciência e da educação do nosso estado e, principalmente, da interação da universidade com a escola na sua educação básica”, explicou o docente.

A professora Maíra Bittencourt, do Departamento de Comunicação da UFS, esteve presente ao Seminário para apresentar os resultados finais do projeto “SE é Ciência”, podcast semanal de divulgação científica que agregou professores de 11 cursos, além de estudantes de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Cinema.

"O edital foi importante porque conseguimos montar uma equipe para pensar um produto de divulgação científica voltado para estudantes da rede básica de ensino. Além de informar e popularizar a ciência, conseguimos com o podcast criar um canal de diálogo com esses jovens que estão prestes a escolher a sua profissão", conta.

Ela explica que, quando o SE é Ciência começou, existiam pouquíssimas iniciativas com esse viés no Brasil e completa: “Precisamos cada vez mais investir em divulgação científica. É importante que a sociedade saiba o que tem sido desenvolvido pelas universidades não apenas para poder defender a produção científica e as próprias universidades, mas também para conseguir se utilizar do conhecimento e produtos desenvolvidos para suas vidas”.

O seminário

O diretor-presidente da Fapitec, Ronaldo Botelho Guimarães, destacou que o seminário dá início a uma prestação de contas para a sociedade. “A Fapitec tem muita satisfação de fazer parte desse projeto, nos dedicando ao lançamento desses editais e chamadas. Estou muito feliz e que a importância desse momento fique cravado na nossa história. Parabéns aos professores e pesquisadores e contem sempre com a Fapitec para que possamos apoiar esse tipo de chamada”, disse.

Para o superintendente da Seduc, José Ricardo de Santana, o seminário tem dois focos: aqueles projetos que resultam na avaliação de políticas públicas da Seduc; e os projetos que tratam de metodologias de ensino na própria escola. “Nos dois casos o objetivo é avaliar o andamento dos projetos que estão em fase final e verificar a possibilidade de encontrar soluções para dar continuidade. Aqui nós conseguimos visualizar projetos bastante interessantes, seja no âmbito da prevenção à violência, nos impactos da covid-19 e também projetos relativos ao reordenamento de redes no que tange às políticas pedagógicas e administrativas. Em metodologias de ensino, pude ver projetos interessantes em letramento estatístico, por exemplo, e ações em feiras de ciências. São ações que chamamos a comunidade de pesquisa porque de fato podem trazer grandes contribuições para a educação”, relatou.

Com informações da Seduc