Sex, 10 de fevereiro de 2023, 18:33

Conheça as iniciativas promovidas pela UFS para fortalecer o trabalho das pesquisadoras
Pesquisadoras reconhecem conquistas, mas ainda apontam muitos desafios a serem superados

Neste sábado, 11 de fevereiro, comemora-se o Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências. A data, instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) em 2015 e sob a liderança da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da ONU Mulheres, homenageia a participação feminina na pesquisa e na educação.

De acordo com o relatório “Uma equação desequilibrada: participação crescente de Mulheres em STEM na LAC”, publicado pela pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 2022, as mulheres representam quase a metade, 46%, do total de pesquisadores nos países da América Latina e do Caribe. Com isso, a região conquistou, na última década, a paridade de gênero na ciência. Mesmo nesse cenário, meninas e mulheres ainda enfrentam uma série de desigualdades no que diz respeito ao acesso a temas científicos, além de sofrerem preconceito e violência de gênero nesses países.


11 de fevereiro: Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
11 de fevereiro: Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), conforme dados enviados pela Coordenação de Pesquisa (Copes), no âmbito da iniciação científica, do total de 696 docentes que tiveram projetos submetidos e aprovados no edital Pibic 2021/2022, 55% foram mulheres. Havendo, portanto um crescimento da participação feminina em relação ao edital anterior (2020/2021), quando os percentuais eram 48% mulheres e 52% homens.

Esse mesmo quantitativo aplicado por gênero e áreas do conhecimento demonstra que as mulheres na ciência concentram-se nas áreas das Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas e Linguística, Letras e Artes. Por outro lado, são minoria nas Ciências Exatas e da Terra e nas Engenharias.

Já em relação ao universo estudantil, as jovens pesquisadoras ocupam 59% das vagas no Pibic. No entanto, em relação ao topo da carreira científica, dos 86 bolsistas de produtividade do CNPq (PQ) da UFS, apenas 21 são mulheres.

“Esses dados revelam a grosso modo que as meninas e as mulheres estão mais concentradas na fase formativa da Ciência. Então a maioria das bolsas Pibic são de mulheres, a maior parte dessas bolsas remuneradas é de mulheres e no geral quem submete projetos são mulheres, respeitando as especificidades de cada área, obviamente. E quando as mulheres não aparecem? Quando elas ascendem na carreira. Temos menos bolsistas PQ e existem várias causas para isso. E esses dados da UFS não são diferentes dos nacionais ou, de certa forma, internacionais também. Eles revelam uma tendência, que já vem sendo acompanhada de alguns anos, de que as mulheres estão na base da pesquisa e não no topo da carreira científica”, afirma Renata Bonifácio, coordenadora da Copes.


Renata Bonifácio é coordenadora da Copes/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Renata Bonifácio é coordenadora da Copes/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

No âmbito da pós-graduação, segundo a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap), a universidade registra 48 mulheres ocupando o cargo de coordenadoras dos cursos. Enquanto alunas, são 1354 matriculadas no stricto sensu, sendo 853 aludas do mestrado e 501 do doutorado na UFS.

Diante deste panorama, a Universidade Federal de Sergipe desenvolve ações e possui grupos e projetos que incentivam mulheres e meninas a participarem de pesquisas científicas e tornarem-se profissionais dessa área, além de buscar fortalecer o trabalho daquelas que já se dedicam à pesquisa.

Em maio de 2022, por exemplo, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap), por meio da Copes, publicou um edital temático para apoiar projetos de pesquisa relativos à “Representatividade Feminina no Ambiente Acadêmico”, em conformidade com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e com as prerrogativas de igualdade de gênero dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No total, foram concedidas 40 bolsas, durante 6 meses, para discentes da graduação.


Este ano, anunciou a coordenadora Renata Bonifácio, o edital de apoio a projetos desenvolvidos por mulheres pesquisadoras será lançado novamente. A previsão é que o documento seja publicado na última semana de fevereiro ou na primeira semana do mês de março.

Outra programação do setor é, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, realizar, no dia 8 de março, um evento para divulgar o resultado dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelo edital temático.

Meninas na Ciência

Dentre as jovens pesquisadoras, um destaque da UFS é Amanda Guimarães Melo, aluna do 6º período de Matemática. Ela conquistou este ano o “Prêmio Carolina Bori Cência & Mulher”, criado em 2019 pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), para homenagear cientistas brasileiras.

A jovem participou com o trabalho “Equação de Logística Fracionária”, fruto do projeto de Iniciação Científica que desenvolveu no período de 2021-2022, sob orientação do docente Arlúcio da Cruz Viana, e foi a vencedora da categoria “Engenharias, Exatas e Ciências da Terra”. Além de Amanda, Anita Silva, recém-formada em Medicina Veterinária, também venceu o prêmio, sendo destaque na área de Biológicas e Saúde, sob orientação da professora Roseane Nunes de Santana. A 4ª edição do Prêmio recebeu indicações de 446 candidatas, oriundas de todas as regiões do país.


Amanda Guimarães Melo venceu o “Prêmio Carolina Bori Cência & Mulher”. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Amanda Guimarães Melo venceu o “Prêmio Carolina Bori Cência & Mulher”. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

“Comecei a pesquisar por meio de uma iniciação científica, motivada a estudar conteúdos fora do curso de graduação e ter contato com a escrita científica. Considero que, principalmente na área de ciências exatas, o número de homens é maior com relação ao número de mulheres, mas acredito em um cenário mais positivo para nós mulheres. Uma conquista foi a criação do prêmio Carolina Bori Ciência e Mulher, pela SBPC, pois essa premiação tem o objetivo de homenagear as cientistas brasileiras e incentivar que mais meninas estejam inseridas no universo científico”, ressalta Amanda.

Ascom UFS

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Atualizado em: Sáb, 11 de fevereiro de 2023, 09:53
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