Seg, 03 de abril de 2023, 13:47

Agora como Departamento, Engenharia de Petróleo celebra mudança
Curso comemora maior autonomia dialogando com setor produtivo
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Criado há dez anos e atuando como núcleo, o curso de Engenharia de Petróleo ganhou o status de Departamento e decidiu marcar a mudança com um evento para estreitar laços com o setor produtivo. O encontro aconteceu na tarde da última sexta-feira, 31, no auditório do Núcleo de Competência em Petróleo e Gás de Sergipe da Universidade Federal de Sergipe (UFS), reunindo comunidade acadêmica do curso, gestão da UFS e representantes do empresariado do setor de petróleo e gás e energias renováveis.

A chefe do Departamento, Rosivânia Oliveira, enalteceu os avanços que o curso obteve para mudar seu status administrativo – a unidade precisou atingir o número mínimo de 10 professores efetivos, além da ampliação de sua estrutura, com a criação de novos laboratórios.


Rosivânia Oliveira, chefe do agora Departamento de Engenharia de Petróleo. (Fotos: Adilson Andrade / Ascom UFS)
Rosivânia Oliveira, chefe do agora Departamento de Engenharia de Petróleo. (Fotos: Adilson Andrade / Ascom UFS)

“Além disso, temos três professores voluntários, que vieram da indústria para nos dar suporte na parte prática do curso”, acrescentou. “Temos agora, também, a perspectiva de abrir mais uma habilitação – Engenharia de Energias Renováveis”, projeta a docente.

Segundo o reitor Valter Santana, que esteve no evento, tratou-se de um importante momento de comemoração. “Estamos aqui celebrando um avanço no Departamento de Engenharia de Petróleo em um momento muito oportuno para o estado de Sergipe”, disse.

Ele reforçou que a universidade tem o papel de formar profissionais atendendo aos anseios da sociedade. “Como a universidade consegue e deve fazer isso? Aproximando-se do setor produtivo, seja ele no âmbito público ou privado, para oportunizar aos alunos a chance de adquirir esses conhecimentos tendo a prática do dia-a-dia antecipando as dificuldades que enfrentarão quando profissionais”, analisou.


Ana Mendonça, engenheira civil e de segurança pela UFS e presidente da  Associação das Empresas da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energias de Sergipe (Pense).
Ana Mendonça, engenheira civil e de segurança pela UFS e presidente da Associação das Empresas da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energias de Sergipe (Pense).

Parcerias

A integração da universidade com o mercado de petróleo, gás e energias renováveis foi a tônica do evento, citada por todos os participantes como essencial para o desenvolvimento do curso e do setor.

Engenheira civil e de segurança pela UFS e presidente da Associação das Empresas da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energias de Sergipe (Pense), Ana Mendonça foi a palestrante do evento. Ela defende com muita veemência a necessidade de uma aproximação entre empresas e a universidade.

“Hoje venho falar sobre a importância da interação da universidade com o mercado de trabalho, com as empresas. Como estou como presidente da Pense, a gente sente falta dessa interação. Eu tento há alguns anos fazer essa parceria, que é de suma importância para os alunos, que vão ter oportunidade de se encaixar mais rapidamente no mercado de trabalho”, disse a dirigente.


Valter Santana, reitor da UFS, compareceu ao evento.
Valter Santana, reitor da UFS, compareceu ao evento.

Ana fez ampla carreira acadêmica, complementando sua graduação com diversas pós-graduações. “Sou pós-graduada em engenharia de gás, também pela UFS, uma parceria com a Petrobras (foi o primeiro do Brasil, inclusive, de onde saíram 13 engenheiros), e depois fiz em MBA em Auditoria, Perícia e Gestão Ambiental e mestrado em Regulação da Indústria e Energia, pela Unifacs [Universidade Salvador]”, descreveu.

Ela agora vislumbra maiores possibilidades de que a integração entre empresas e a universidade seja ampliada. “Sinto que pela primeira vez essa possibilidade (de aprofundar parceria com a UFS) está sendo aberta de uma maneira mais efetiva”, resumiu.


Hannah Galvão é professora do curso de Engenharia de Petróleo há quatro anos.
Hannah Galvão é professora do curso de Engenharia de Petróleo há quatro anos.

Em sintonia com a dirigente, Valter Santana enalteceu a necessidade de integrar mercado e academia. “Essa aproximação faz também com que nossas ações de extensão e de pesquisa possam interagir diretamente com a sociedade dentro do âmbito da pesquisa e inovação, transferindo a tecnologia necessária para promover desenvolvimento, cumprindo com a missão institucional de uma universidade pública, preocupada com a formação, mas também em transformar o nosso entorno”, pontuou.

Professora do curso de Engenharia de Petróleo há quatro anos, Hannah Galvão assinala que o corpo acadêmico fez questão de realizar um evento para demarcar a “promoção” de núcleo para Departamento com o objetivo, também, de chamar a atenção da comunidade acadêmica e do mercado.

“Nós quisemos evidenciar essa mudança, até como uma forma de estreitar laços entre a universidade e a indústria. Estamos aqui para desenvolver profissionais e capacitá-los para o mercado industrial, então a interação entre a universidade e a indústria antecipa essa profissionalização. A indústria tem muitas demandas de soluções a serem supridas, e a universidade tem muitos trabalhos através dos quais podemos solucionar essas demandas”, avaliou.


Lara Damasceno, estudante do 8º período de Engenharia de Petróleo.
Lara Damasceno, estudante do 8º período de Engenharia de Petróleo.

Lara Damasceno cursa o 8º período de Engenharia de Petróleo e estagia há 10 meses em uma multinacional que presta serviços à indústria de petróleo. Ela comemora os avanços do curso.

“Desde 2019, quando entrei, o curso vem melhorando. A grade curricular foi bastante melhorada: conforme os professores foram avaliando, sentiram a necessidade, por exemplo, de pegar disciplinas que são extremamente importantes para a gente aplicar no futuro e destrinchar um pouco mais para podermos aprender cada vez mais aplicada ‘no prático’”, contou a discente.

A estudante confirma a contribuição da combinação entre ensino e prática para sua formação. Atuando em uma grande empresa do ramo, ela lida diretamente com as atividades-fim do setor.

“Sou estagiária de elevação artificial e meu trabalho é dar suporte para a equipe operacional nas atividades, ou seja, contatamos o cliente, organizamos a logística do transporte e a montagem dos equipamentos no poço, fazemos a estrutura do conjunto BCS [Bombeio Centrífugo Submerso], e finalmente fazemos o processo financeiro dos equipamentos instalados no campo”, descreveu.


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Homenagens

Como força de enaltecer a integração entre o corpo acadêmico do curso e as empresas do setor, a organização do evento decidiu homenagear egressos de Engenharia de Petróleo que hoje atuam no mercado, mas que continuam mantendo laços com a universidade.

Uma das homenageadas é Juliane Oliveira Rodrigues, graduada em 2022. Ela defende a qualidade do curso, usando sua própria trajetória como exemplo.

“É um curso bem específico, que é a exploração e produção de petróleo, mas também é bastante abrangente no que diz respeito às áreas relacionadas a essa exploração e produção”, disse.

“Eu, por exemplo, pude usar o conhecimento em outras áreas. Estive no Mato Grosso, depois de graduada, trabalhando com licenciamento ambiental em postos de combustíveis e derivados de petróleo, uma região bastante voltada para o agronegócio, mas ainda assim conseguimos aplicar”, contou. “Agora estou em Alagoas, em uma cooperativa de produção de etanol, que inclusive é a primeira planta flex do Nordeste”, acrescentou a ex-discente.


Juliane Oliveira Rodrigues, homenageada como egressa do curso.
Juliane Oliveira Rodrigues, homenageada como egressa do curso.

Juliane mantém contato com a UFS, contribuindo para a troca de experiências entre o setor produtivo e o acadêmico.

“Continuo próxima da UFS, em contato com graduandos e atuando com a professora Rosivânia no LCPP [Laboratório de Caracterização e Processamento Primário de Petróleo]. E trabalhamos atualmente na possibilidade de uma parceria do Depet com a cooperativa onde trabalho”, finalizou.

Ascom
comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Seg, 03 de abril de 2023, 17:03
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