Qui, 19 de julho de 2012, 07:52

Estudantes contam suas experiências no exterior
Estudantes contam suas experiências no exterior
Intercâmbio: alunos da UFS fora do país
Intercâmbio: alunos da UFS fora do país
Edman: "professores da UFS fazem curso de nível internacional".
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Isaac: "programa é importante para que Brasil tenha excelentes profissionais"
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Luan: "como aluno da UFS afirmo que não ficamos para trás no quesito ensino"
Luan: "como aluno da UFS afirmo que não ficamos para trás no quesito ensino"

Programa Ciência sem Fronteiras registrou na UFS um salto de 34 para 169 inscritos na graduação


A segunda edição do Programa Ciência sem Fronteiras, que promove mobilidade acadêmica internacional desde a graduação até o pós-doutorado, registrou na UFS um número de inscritos para graduação sanduíche quase cinco vezes maior em relação à primeira edição: de 34 em 2011 para 169 em 2012.


Esta segunda edição incluiu entre as áreas prioritárias uma nova opção: Indústria Criativa, que inclui fotografia, música, dança, publicidade, entre outros. Na UFS, essa área concentrou 58% das inscrições, e possibilitou a participação de estudantes dos mais diversos cursos de graduação. A variedade de países de destino também aumentou. Este ano foi possível pleitear vaga na Holanda, Bélgica, Coréia do Sul, Austrália, Canadá, Portugal e Espanha. Só estes dois últimos somaram 160 inscrições na UFS.Nesta seleção ocorreram também sete inscrições para doutorado sanduíche.


O programa não determina de quais cursos os participantes devem vir, mas suas áreas prioritárias são sempre do ramo de ciência e tecnologia. Renata Mann, da Coordenação de Assuntos Internacionais e de Capacitação Docente e Técnica (CICADT), setor responsável pelo programa Ciência sem Fronteiras na UFS, afirma que “o número de doutores na área de tecnologia no Brasil que tiveram experiências no exterior era muito menor em relação à área de ciências humanas, assim esse programa vem para equilibrar. É esse o diferencial que a gente precisa enquanto nação: produzir a nossa tecnologia”.


Luan Sandes é baiano de Santo Antônio de Jesus, tem 19 anos, e estuda Engenharia Química na UFS. Ele foi selecionado na primeira edição do Ciência sem Fronteiras e está na Universidade de Utah, na cidade de Salt Lake City, no oeste dos EUA. Ele tem estudado softwares de engenharia química e feito cursos na área de petróleo. Neste momento é verão e período de férias nos EUA, e Luan conseguiu um estágio por conta própria. “Hoje trabalho como estagiário em engenharia numa companhia chamada Titanium Metals, em Las Vegas (Nevada), uma das líderes mundiais em vendas de titânio”. Luan cursará mais um semestre em Utah, e deve voltar ao Brasil em meados de dezembro deste ano.


Já Edman Anjos, que também tem 19 anos e estuda Ciência da Computação, é natural de Aracaju. Ele está na Universidade de Stony Brook, no estado de Nova York. Edman procura cursar disciplinas de sua área, como Desafios de Programação e Complexidade de Algoritmos, e conta com professoresmundialmente conhecidos, como Steven Skiena da área de projetos de algoritmos. Segundo o estudante, um ponto positivo de sua experiência “é o grande número de estudantes estrangeiros que existe aqui, criando uma excelente oportunidade de conhecer pessoas de lugares e culturas diferentes”. Seus planos são de voltar ao Brasil em janeiro de 2013.


Outro aluno da UFS que participa do programa é Isaac Trindade, de Engenharia de Pesca. Ele tem 27 anos, é natural de Salvador, mas hoje se encontra em Vancouver, no sudoeste do Canadá, trabalhando no Fisheries Centre, da Universidade de British Columbia. Ainda no Brasil, Isaac atuava como voluntário fornecendo dados biológicos para um banco de dados internacional chamado FishBase. Agora no Fisheries Centre ele é orientado por Daniel Pauly, um dos maiores cientistas do mundo na área de ciências pesqueiras. “Basicamente estou trabalhando com os melhores do mundo”, diz. O estudante tem movido dados estatísticos de pesca de todo o mundo e já trabalha em seu TCC. Isaac retornará ao Brasil em janeiro de 2013.


A 2ª edição


Cada país firmou uma parceria diferente com o programa, havendo editais com processos seletivos e prazos distintos em cada um deles. Mas todos prevêem o início das atividades dos selecionados nas Instituições de Ensino Superior (IES) estrangeiras a partir de setembro deste ano. Não há divulgação de listas, e os selecionados já foram contatados por email e estão preparando a documentação para ir aos países escolhidos.


“Estamos buscando estudantes de excelência para ocupar lugares nas melhores universidades do mundo”, afirma a coordenadora da CICADTRenata Mann. Ela também alerta sobre a importância de os estudantes se prepararem, estudarem idiomas e ficarem atentos ao que informa os editais.


O TOEFL


“A nossa meta de tentar inserir os estudantes da UFS num contexto internacional foi catalisada pelo Ciência sem Fronteiras, o que foi perfeito para mim”, afirma Renata Mann, que também teve experiências internacionais num doutorado sanduíche entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, e a Brighan Young University (BYU), nos EUA, e num pós-doutorado na Wageningen University Research (WUR), na Holanda. Mas, segundo ela, muito ainda precisa ser feito, e a UFS tem se proposto a melhorar a preparação dos alunos para programas de intercâmbio.


Foi feita uma parceria entre a CICADT, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap) e o Departamento de Letras Estrangeiras (DLES) e agora “estamos cumprindo uma série de protocolos para nos tornarmos uma instituição aplicadora do TOEFL [Test of English as a Foreign Language ou Teste de Inglês como uma Língua Estrangeira]”, afirma Renata. O TOEFL é feito para certificar a proficiência em língua inglesa e é exigido pelos Estados Unidos e Canadá àqueles que querem ingressar em algumas universidades. O DLES também planeja oferecer futuramente cursos preparatórios para o TOEFL. Veja a página oficial do teste.


O Programa Ciência sem Fronteiras é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério da Educação (MEC) por meio de suas instituições de fomento, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e de suas secretarias de Ensino Superior e Ensino Tecnológico. A meta é oferecer 75 mil bolsas em quatro anos para intercâmbio de alunos brasileiros, atrair pesquisadores estrangeiros que queiram se firmar ou criar parcerias com pesquisadores brasileiros e fornecer treinamento especializado a pesquisadores de empresas.


No último dia 12 de julho o MEC divulgou que mais de 6,7 mil estudantes brasileiros estão no exterior por conta do programa. Os próximos editais serão lançados no final deste mês (veja aqui).


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#IMG#Segundo Edman, o Ciência sem Fronteiras “é um excelente programa, primeira categoria". De acordo com o estudante, "não há muitos alunos por aqui com uma bolsa integral como a do Ciência sem Fronteiras. Sem contar que eu moro no melhor prédio da universidade e tenho o melhor plano de alimentação possível”.


Ele diz que esperava um nível diferenciado dos alunos estrangeiros, mas “posso falar que os professores do Departamento de Computação (DCOMP) da UFS fazem um curso de nível internacional. É claro que primeiro você tem que querer aprender”.


Em todas as disciplinas da Stony Brook Edman teve nota A, que significa rendimento acima de 95% e posição entre os 10% melhores alunos da turma, diz o estudante.


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#IMG#Isaac diz que o programa “é de altíssima importância no processo de fazer com que o Brasil tenha excelentes profissionais”. Conta ainda que é o único graduando entre estudantes de mestrado e doutorado no Fisheries Centre, e que precisa se dedicar e se superar constantemente para trabalhar no mesmo nível que eles.


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#IMG#Luan afirma que “foi perfeito [participar do programa], uma vez que temos uma boa ajuda financeira do governo federal, além de alimentação, moradia e seguro de saúde”. Diz que o programa proporciona “uma experiência bem sucedida”.


Luan explica ainda que, em comparação com a UFS, nos Estados Unidos ele tem mais material para estudar e trabalhar em casa e menos tempo em sala de aula, mas diz que “como aluno da UFS posso dizer que não ficamos para trás no quesito ensino, até mesmo para as universidades norte-americanas”.




Edson Nova (estagiário) e Luiz Amaro


comunica@ufs.br


Fotos dos estudantes: arquivo pessoal.


Foto-legenda: Schirlene Reis/Ascom-UFS



Atualizado em: Qua, 19 de setembro de 2012, 05:59
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