São Francisco: um rio, cuja bacia hidrográfica corresponde a 8% do território nacional, com uma extensão de 2.863 km, estendendo-se desde Minas Gerais, onde nasce, na Serra da Canastra, até o Oceano Atlântico, onde deságua, na divisa dos estados de Alagoas e de Sergipe. Uma vasta área que percorre 505 municípios, em seis estados (Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), além do Distrito Federal.

Com o objetivo de tentar garantir a continuidade de sua existência, em junho de 2001, um decreto presencial instituiu o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), o qual é composto por representantes do poder público sociedade civil e usuários de água. Três professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) integram o grupo: os professores Jean Carlos Santos e Carlos Garcia (representando a UFS) na Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos; e o professor Silvânio Costa (representando o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - Crea/SE) na Câmara Técnica de Águas Subterrâneas.

O CBHSF busca mobilizar os diversos setores sociais para a necessidade urgente de revitalização do rio, defendendo, por exemplo, a criação de novas políticas públicas para as comunidades tradicionais que viveram dentro um processo histórico de condições de desigualdade, a reestruturação da política nacional de recursos hídricos e a concessão de apoio político e financeiro para a adequada recuperação do Rio São Francisco.

Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco

Uma das iniciativas deste Comitê é a realização anual do Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco. O evento, este ano, está programado para o próximo sábado, 3. Em 2023, a campanha ‘Velho Chico. Gentes, tradições, vidas” visa valorizar e dar visibilidade aos povos tradicionais da bacia, como os quilombolas, indígenas, pescadores artesanais, ribeirinhos, dentre outros. As atividades serão realizadas nos municípios de São Brás (AL), Felixlândia (MG), Paratinga (BA) e Floresta (PE). A programação detalhada em cada uma destas cidades pode ser acessada no link.

Atuação da UFS no Comitê

Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos

Como parte de suas atribuições, o professor Carlos Garcia, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos da UFS, analisa e assessora tecnicamente as tomadas de decisão do Comitê que envolvam o Baixo São Francisco do Xingó até Brejo Grande, como por exemplo as iniciativas voltadas ao saneamento e reconstituição de matas, ajudando a definir em quais cidades serão implementadas.

“Temos incentivado os planos de saneamento básico nas cidades ribeirinhas. Já foi feito o financiamento da construção do sistema sanitário em várias cidades, tanto do lado sergipano como do lado alagoano, para retirar esse aporte de esgoto do rio, né?”, explicou o professor.

Recentemente, no dia 12 de maio, a UFS firmou um termo de cooperação com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e a agência delegatária do Comitê (Agência Peixe Vivo) com o objetivo de desenvolver ações de interesse comum nas áreas de Meio Ambiente e Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, envolvendo o monitoramento da quantidade e qualidade da água e presença de contaminantes. O termo tem prazo de execução de cinco anos, com possibilidade de prorrogação por igual período. Os trabalhos serão iniciados ainda este ano.

Câmara técnica de águas subterrâneas

Dentre as principais competências da Câmara técnicas de águas subterrâneas estão o debate e a proposição de diretrizes para a gestão integrada de águas subterrâneas, considerando sua interconexão com as águas superficiais e as interações observadas no ciclo hidrológico.

Atualmente, segundo o professor Silvânio Costa, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Petróleo e Gás da UFS, integrante da Câmara, o foco do trabalho tem sido em um aquifero chamado Urucuia, considerado o mais importante da bacia do São Francisco. O objetivo é evitar que, no futuro, a vazão do rio São Francisco venha a ser prejudicada em função de manejo inadequado. A temática é discutida em reuniões realizadas periodicamente.

"Para isso, nós enquanto Câmara Técnica, solicitamos estudos para conhecimento da água subterrânea deste aquifero especificamente, em vista de termos poucos estudos de mapeamento, vazão e informações referente à água subterrânea, no país inclusive", detalhou o professor.

Informações

Conheça mais detalhes sobre a atuação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e o Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco na homepage e no instagram do “Vire Carranca” e na página virtual do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Andréa Santiago - Ascom UFS

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