A Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) realizou na última quarta-feira (28), uma Sessão Especial dedicada ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado naquela data. Na solenidade, foram homenageadas entidades, coletivos e pessoas envolvidas com a luta pela diversidade. Um deles foi Alfrâncio Ferreira Dias, professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe (DED/UFS).
A sessão, que teve como tema “Orgulho e Resistência: Pessoas LGBTQIAPN+ nos Espaços de Poder”, foi proposta pela da deputada Linda Brasil (PSOL), com o objetivo celebrar a luta do movimento, bem como ampliar as discussões sobre os direitos e garantias já conquistados; a ação busca ainda intensificar a conquista de novos avanços.
“A homenagem apresentada pela Deputada Linda Brasil e a Alese é muito importante para mim, pois é um reconhecimento do meu trabalho e do meu ativismo”, disse Alfrâncio.
“Na verdade, os movimentos sociais, em especial, os coletivos LGBTQIAPN+ têm me ajudado mais do que eu tenho contribuído. Todos os dias me inspiram e me fazem reafirmar meu compromisso com uma comunidade acadêmica crítica às normalizações, naturalizações, essencializações e binarismos acerca das dissidências de gêneros e sexuais”, completou o docente.
Linda Brasil, que é a primeira mulher trans eleita deputada em Sergipe, manifestou que é preciso mostrar o orgulho de forma clara para comemorar as vitórias conquistadas e a alegria de poder viver conforme a sua orientação e identidade.
“É dia do orgulho, apesar de tanto preconceito, discurso de ódio e violência, a gente precisa ter orgulho de sermos quem nós somos, de viver a nossa verdade, de poder amar, se emocionar e existir da forma que a gente se sinta bem. Então esse dia tem a ver com isso, da gente não se esconder nos armários, não ter vergonha ou medo porque o problema não está em nós, mas sim na sociedade, que por causa do preconceito e de uma construção social coloca esses grupos vulnerabilizados em uma situação de inferioridade, de marginalidade e de estigmatização. É um dia para a gente desconstruir esses estereótipos em relação a nossa população”, afirmou.
Diversidade na educação
Alfrâncio Ferreira Dias é professor, pesquisador e atua também em projetos de extensão da UFS. Com doutorado em Sociologia, ele é líder do ConQuer, um grupo de estudos e pesquisas queer e outras epistemologias feministas, o qual pretende avançar no diálogo a fim de promover novas compreensões teóricas e metodológicas em torno dos estudos lésbicos, gays, trans, queer, negros e decoloniais e produções artísticas. O professor atua nas temáticas de gênero, sexualidades e educação, formação docente e diferença, Estudos Queer e Trans* e Educação, e Pedagogias Queer.
“Aposto na força da intersecção entre ativismo e produção acadêmica e sigo todos os dias enfrentando todas as expressões do racismo estrutural e de todas as formas de violências”, arrematou Alfrâncio.
Durante o evento, foram homenageados ainda: Associação de Travestis e Transexuais Unidades em luta pela Cidadania (Unidas); Associação de Travestis e Transexuais de Sergipe (Astra); Movimento Lésbicas de Sergipe (Mols); Associação de Homossexuais de Sergipe (Adhones); Associação de Travestis de Lagarto (Astral); A Diversidade em Busca pela Cidadania LGBT no Baixo São Francisco (AADA); Grupo Dialogay de Sergipe, AMOSERTRANS; CasAmor; Coletivo Mães pela Diversidade; Eliana Chagas; Almir Santana; Tenisson Santana Dória; Deise Santos Nascimento; Sérgio Barreto; e Meire Mansuet.
Vale destacar que o acrônimo LGBTQIAPN+ representa, respectivamente: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexo, assexuais, pansexuais e não-binários; já o sinal “+” serve para abranger a pluralidade de orientações sexuais e variações de gênero. O evento foi realizado no Plenário da Alese.
Ascom
Com informações da Alese
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