Qui, 10 de agosto de 2023, 09:36

UFS rememora legado da autora e ativista negra Lélia Gonzalez
Exposição fez parte fez alusão ao Mês da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

A Galeria da Biblioteca Central (Bicen) do Campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe recebeu durante a última quinzena de julho a exposição “O feminismo negro no palco da história", uma homenagem à falecida artista brasileira Lélia González, percussora do feminismo negro no país.


Exposição aconteceu na Biblioteca Central da UFS e fez alusão ao Mês da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Exposição aconteceu na Biblioteca Central da UFS e fez alusão ao Mês da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

A exposição esteve no calendário de comemorações dos 55 anos da UFS e fez alusão ao Mês da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, contando com a palestra “Lélia Gonzalez: o feminismo negro sobre o olhar de uma mulher atemporal”, da professora do departamento de Educação e membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da UFS (Neabi) Maria Lia Batista Lima.

De acordo com a professora, rememorar a trajetória e o legado da autora e ativista política é manter viva a luta das mulheres negras não só no Brasil, mas no mundo, uma vez que os trabalhos realizados por ela ultrapassaram barreiras e precisam ser dialogados no ambiente educacional em qualquer instância.

“Sabemos que ainda estamos caminhando na desconstrução da coloniedade que, de forma geral, norteia a nossa sociedade, mas o espaço educacional, sobretudo o acadêmico, precisa dialogar sobre os enfrentamentos da negritude e sua representatividade, sobretudo no âmbito feminino. Dessa forma, trazer a magnitude do trabalho de uma artista como Lélia, percussora do movimento feminista negro no país, é continuar dando voz e vida a tudo o que ela promoveu”, explica.


Lélia foi percussora do movimento feminista negro no país. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Lélia foi percussora do movimento feminista negro no país. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Ela diz ainda que a luta de uma determinada minoria não ocorre na perspectiva de um segmento, mas no alcance de todos e as transformações nos espaços precisam ocorrer através de quem os constrói.

"Por isso é tão importante falar sobre esses aspectos ainda na educação básica, de forma que a estudante negra, pobre e vulnerável economicamente entenda que a universidade também pode lhe pertencer e, através dela, traçados outros caminhos. Falar sobre isso, ainda mais no nosso país será sempre atemporal e esses conceitos são ampliados e dialogados com muita sensatez na obra de Lélia Gonzalez", diz a professora.


Estudantes prestigiam a exposição sobre Lélia Gonzalez. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Estudantes prestigiam a exposição sobre Lélia Gonzalez. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Sobre a artista

Lélia Gonzalez (1935 – 1994) nasceu em Belo Horizonte (MG) e foi uma importante autora, política, intelectual, professora, filósofa e antropóloga brasileira. Foi pioneira nos estudos sobre Cultura Negra no Brasil e nas discussões sobre a relação entre gênero, classe e raça. Foic cofundadora do Movimento Negro Unificado (MNU), do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN – RJ ) e presença importante na fundação do Grupo Olodum, na Bahia. A autora também é conhecida por ter desenvolvido os conceitos de “preteguês” e “amefricanidade”.

Jéssica Vieira - Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Seg, 14 de agosto de 2023, 14:58
Notícias UFS