Cerca de 1.500 expositores, que são estudantes de escolas públicas e privadas do estado, estiveram reunidos nesta sexta-feira, 20, no Centro de Vivência da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Eles expuseram projetos destinados à 13ª edição da Feira Científica de Sergipe (Cienart). A Cienart ocorre todo ano dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e abrange as categorias Ciência, Tecnologia e Arte.
De acordo com o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFS, Lucindo Quintans, a iniciativa traz a discussão da importância da ciência para a sociedade e sobre como a ciência transforma o cotidiano. “O trabalho da Cienart é fantástico, traz a possibilidade de jovens estudantes desenvolverem projetos de pesquisa muitas vezes financiados por órgãos e agências de fomento, e que transitam em temas que são de interesse da sociedade, ou seja, com realidades locais. Não são pesquisas que estão só lá no laboratório, mas são pesquisas que melhoram a realidade local e trazem a possibilidade de pesquisadores da UFS trabalharem com outros professores que estão na formação do ensino fundamental e médio, o que é muito legal, porque a gente só consegue transformar realidades a partir de uma transformação do jovem, que, por meio da pesquisa, tem uma nova percepção de futuro”, comentou o pró-reitor.
Uma das organizadoras do evento foi a professora Raquel Freitag, do Departamento de Letras Venáculas da UFS. “A Cienart, Feira Científica de Sergipe, é organizada pelo nosso grupo, que é composto por mim, pela professora Zélia Macedo, do Departamento Física, pela professora Eliana Midori, do Departamento de Química, e pela professora Márcia Attie, do Departamento de Física, junto com outras pessoas colaborando, é um projeto multidisciplinar e ele tem por objetivo promover a pesquisa na educação básica. Durante o ano todo fazemos ações de formação de pesquisa na educação básica, o que culmina na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com a Feira Científica de Sergipe. Os trabalhos são desenvolvidos em termos de tematização de projetos, desenvolvimento de projetos, solicitação de recursos financeiros e formação de propostas a serem avaliadas. Nesse ano recebemos mais de 300 trabalhos, nossa capacidade aqui foi para 130. Então, nós selecionamos em função da nossa capacidade atendendo a cerca de 1500 expositores, alunos da educação básica de Sergipe que apresentaram seus projetos de pesquisa”, explicou Freitag.
“Nós premiamos os 18 melhores trabalhos nas categorias Palco, Bancada, Ensino Fundamental e Ensino Médio, e atribuímos cinco menções honrosas aos trabalhos que se destacaram pelas temáticas Mulher na Ciência, Inovação, Empreendedorismo, Cidadania e Meio Ambiente. Esse ano tivemos 34 municípios de Sergipe participando, é quase a metade do estado representada aqui, estamos na nossa 13ª edição e é um projeto que tem estimulado alunos que participaram nas primeiras edições a seguirem a carreira acadêmica”, comemorou a organizadora.
Marcando presença na Cienart, o município de Tobias Barreto, distante 130km da capital sergipana trouxe a professora do Centro de Excelência Maria Rosa de Oliveira, Joyce Ferreira, que contou como foi a participação dela e dos seus alunos nesta edição. “O projeto que trouxemos esse ano é uma extensão do projeto do ano passado, quando fizemos o reaproveitamento da semente de abóbora para produção de café, e essa necessidade surgiu a partir da observação que a gente viu de como era feito o descarte dessas sementes. A gente percebeu que ocorria um descarte muito grande. Então, começamos a estudar de que maneira a gente poderia minimizar essa quantidade de lixo produzida. Foi quando surgiu o nosso primeiro projeto, que foi esse reaproveitamento da semente de abóbora para produção de café, inclusive foi o projeto que venceu no ano passado na categoria Ensino Médio e ficamos em primeiro lugar geral da Cienart”, relembrou.
“Na extensão desse projeto desenvolvemos dois outros produtos, que são o requeijão e o hambúrguer feitos a partir da semente de abóbora. O requeijão pode ser consumido com pão, biscoito, e não é feito com a semente pura, porque não daria sabor, acrescentamos outros ingredientes. O hambúrguer leva também aveia, tomate seco e outros itens. A importância desse projeto é o desenvolvimento sustentável, é que a escola consiga manter um produto que seria jogado no lixo, reaproveitando esse produto, fizemos a coleta de sementes em outras escolas, convocamos a comunidade, os pais, fizemos palestras, oficinas sobre esse novo produto e deu certo”, comemorou Joyce.
Para Mel Rhaney, estudante do 2º ano do ensino médio do Centro de Excelência 28 de Janeiro, em Monte Alegre de Sergipe, o que chamou a atenção para o grupo dela na Cienart foi trabalhar a Língua Portuguesa. “O nosso projeto tem como objetivo principal desenvolver mais conhecimentos na área da língua portuguesa, com o intuito de levar jogos até a escola de ensino fundamental menor. Fizemos jogos didáticos com as temáticas substantivo e adjetivo, levamos esses jogos até a escola com o intuito de desenvolver uma forma mais dinâmica das crianças aprenderem. Chegando lá, dissemos às professoras que era possível aplicar os jogos e que havíamos tido uma revisão básica do assunto para poder passar para eles o nosso conhecimento. As professoras aceitaram e concordaram que era uma forma mais divertida de ensinar. Foi muito divertido, eles aprenderam bastante, mostraram muito interesse e até mesmo os professores gostaram muito da iniciativa. Essa ideia dos jogos surgiu a partir do nosso professor, Carlos Alexandre, de Língua Portuguesa, que nos incentivou e ajudou em todo o projeto”, comentou Mel.
Durante o período da tarde, no encerramento da Feira Científica, houve a cerimônia de premiação. Os estudantes concorreram em quatro modalidades e a solenidade foi conduzida pelo vice-reitor da UFS, Rosalvo Ferreira. "É uma possibilidade singular, ímpar, que a universidade promove de integração com a a rede de ensino fundamental e médio. São várias descobertas, projetos de vidas revelados e iniciativas brilhantes dos alunos e das alunas, Mostra o quanto o Nordeste e, sobretudo, Sergipe tem um potencial para transformar a realidade pela educação e pela ciência com criatividade. Além de ser um agradecimento aos professores e aos nossos alunos que vêm pra essa festa da ciência, das artes e da cultura do povo sergipano".
Ascom UFS