

IV Congresso Anual da Associação Econômica para o Desenvolvimento da Argentina (Aeda) vai de 15 a 17 de agosto
“Eu não sabia que tinha esse potencial. Mas já que descobri que tenho, pretendo ir mais adiante”, afirma a estudante do terceiro período de Ciências Contábeis da UFS, Jéssica Oliveira, de 20 anos. Ela teve um de seus trabalhos, intitulado “A educação financeira como aporte para a minimização dos efeitos da pobreza no Brasil”, aprovado no IV Congresso Anual da Associação Econômica para o Desenvolvimento da Argentina (Aeda), sediado na Universidade de Buenos Aires. O evento ocorre na capital argentina de 15 a 17 de agosto.
Mas Jéssica não foi a única. Luana Leite, aluna do segundo período de Ciências Contábeis, de 18 anos, teve o trabalho “Desenvolvimento sustentável e o entrave dos resíduos na cidade de Aracaju/SE, Nordeste do Brasil” aceito no congresso. Outro trabalho que também vai ser apresentado no evento é intitulado “Abertura comercial e seus impactos no mercado de trabalho brasileiro”, do aluno do primeiro período de Contábeis, Anderson Souza, de 18 anos.
#IMG#O congresso reúne trabalhos acadêmicos da área de Ciências Econômicas, desde o nível de graduação até o de doutorado, de todos os países da América. As versões finais dos trabalhos somaram entre 15 e 20 páginas cada um e foram aceitas em língua portuguesa. Os três estudantes farão apresentações orais sobre seus artigos.
“Nós nem sabíamos da existência desse evento. Se não fosse por Thiago, nós não estaríamos participando. Aliás, nem haveriam trabalhos a serem inscritos”, afirma Luana Leite. Ela se refere ao professor voluntário do Departamento de Economia (DEE) da UFS, Thiago Oliveira, de 28 anos.
Os trabalhos dos três alunos foram feitos no primeiro período de graduação como avaliação final da disciplina de Introdução à Economia I, do DEE, ministrada por Thiago. Segundo ele, o tema é livre, e o principal intuito é familiarizar os alunos com os métodos e técnicas de pesquisa científica. “Alguns trabalhos possuem um diferencial, um potencial a mais, por conta dos alunos que são mais dedicados e curiosos. Eu selecionei os melhores trabalhos, e analisei a possibilidade de inscrevê-los nesse congresso que é muito bem conceituado”, diz Thiago Oliveira.
Luana afirma que é a primeira vez que todos viajarão de avião e sairão do país, sendo grande o assédio de familiares e amigos. “Thiago nos tem dado um apoio incrível. É um peso muito grande que essa participação trará ao nosso currículo. A propósito, eu fiquei com nota 10 na disciplina dele”, brinca Jéssica.
Thiago é aluno de mestrado de Economia da UFS e atua como professor voluntário desde 2009. “Eu estudei seis anos na UFS, entre graduação e mestrado. Eu sentia que tinha uma dívida a pagar com a universidade. Preferi não assumir como professor substituto, pois as muitas turmas chocariam com meu mestrado, então entrei como professor voluntário”, diz.
Trabalhos
Segundo Thiago Oliveira, todos os trabalhos tratam de economia por um viés social e político, também em respeito à natureza do congresso. Tratam, inclusive, de grandes mudanças ocorridas na história recente do Brasil, que vem atingindo grandes índices de crescimento econômico.
“Desde o início minha intenção era falar sobre a pobreza no Brasil, e o Thiago me sugeriu esse viés. Eu trabalho sobre as origens do endividamento, como surgiu a facilidade no crédito que muitas pessoas não souberam usar. Minha intenção é a conscientização. Ninguém pode fazer milagres com o dinheiro, mas a educação financeira pode evitar muitos problemas comuns a pessoas de baixa renda”, explica Jéssica.
#IMG#Já Luana diz que o fato do tema de seu trabalho estar em destaque no momento só dificultou o desafio. “Decidi focar na nossa capital para perceber até onde vai a famosa qualidade de vida. Pra onde vai o nosso lixo? Ele é tratado corretamente?”, indaga Luana em seu artigo.
Thiago ainda complementa. “Aracaju tem batido recorde entre as capitais nordestinas na geração de empregos. Quanto maior a geração de emprego, maior é consumo e, consequentemente, maior a produção de lixo. É preciso se preocupar com o destino do lixo. Esse é um dos entraves do desenvolvimento sustentável”, contextualiza.
Já Anderson Souza conta que seu estudo tratava do mercado de trabalho de um modo geral. Então, decidiu focar na questão industrial por causa do congresso. “A partir da década de 1990 há uma abertura comercial, e o Brasil importou muitas máquinas para a indústria. Muito pessoal foi posto para fora, e paralelo a isso o setor de serviços cresce e absorve essa mão de obra. Nós constatamos que essa transição acabou não sendo boa, pois o setor de serviços tem salários menores e muita informalidade”, explica Anderson.
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Ascom
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