A Universidade Federal de Sergipe (UFS) está sediando desde a última terça-feira, 21, o 2º Encontro Sergipano de Apicultores e Meliponicultores (2º Esam), que prossegue até a quinta-feira, 23, com organização da Associação de Meliponicultores e Apicultores de Sergipe (Asmase). Um dos destaques do evento é o 1 º Concurso de Meles de Abelhas com e sem ferrão, além de uma visita técnica ao meliponário Vovó Angelina, no município sergipano de Nossa Senhora do Socorro.

A principal finalidade do 2º Esam, de acordo com a organização, é reunir profissionais do setor, autoridades, especialistas e interessados em obter conhecimentos e trocas de experiências a respeito de práticas relacionadas ao tema. Para o coordenador geral da 2ª Esam, Ricardo Thairon dos Santos, atual presidente da Asmase, esta é uma grande oportunidade para que os interessados compreendam melhor o universo das abelhas.

“Aqui se congregam apicultores, pesquisadores, entusiastas, apicultores e meliponicultores, que é o público em geral, para entendermos como funciona esse universo das abelhas. Sem as abelhas a gente não sobrevive, não tem perpetuação de espécie e com certeza o desequilíbrio da natureza será eminente. Em Sergipe, por exemplo, o município que mais produz mel hoje, de abelha com ferrão, de modo geral, é o município de Poço Verde, tem também o de Tobias Barreto, essa região produz bastante mel, detém aí quase 30% da produtividade do estado de Sergipe”, informou Ricardo Thairon.

Excelência

O reitor da UFS, Valter Santana, presidiu a abertura do evento. “É uma satisfação imensa recebermos este importante evento, que ajuda também a preparar os futuros profissionais da área para se engajar dentro do mercado. A Universidade Federal do Sergipe é uma instituição de excelência para o povo sergipano e do povo sergipano. Quando nos aproximamos do setor produtivo, quando a partir desse diálogo somos instigados a realizar projetos de pesquisa, isso nos instiga também a realizar intervenções na sociedade que vão ajudar aos produtores, que vão ajudar ao setor produtivo como um todo a se desenvolver”, ressaltou Valter Santana.

“Quando temos parceiros aqui que participam da cadeia de inovação, que participam da cadeia de desenvolvimento, significa que a universidade está construindo as ligas, as pontes necessárias para continuar formando, olhando para o futuro do nosso estado, olhando para o desenvolvimento. Dentro do setor da apicultura, a meliponicultura, na qual a grande maioria é de pequenos produtores, a presença da universidade como uma entidade, como uma organização que leva esse conhecimento para ajudar esses produtores a se desenvolver, é um olhar também para o desenvolvimento social. Essa é a parcela de contribuição de uma instituição pública, que se mantém dentro do financiamento público, que cumpre o seu papel de formação com excelência, mas não esquece de quem precisa desse apoio para se desenvolver”, comentou o reitor.

Acolhimento

Um dos braços da UFS para a realização deste evento é a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), que tem à frente a professora Sueli Pereira. “A Proex entra como realizadora e apoiadora desse que é um evento com grande significado para o estado de Sergipe, a gente está acolhendo aqui pela segunda vez esse encontro, acolhendo a comunidade, trazendo os apicultores do estado de Sergipe para dentro da universidade, dialogando com os acadêmicos, com professores, dando todo o suporte para que o 2º Esam seja um grande sucesso”, declarou Sueli.

Durante a realização da iniciativa, estão sendo apresentadas inovações tecnológicas que fortalecem a cadeia produtiva na apicultura e meliponicultora em Sergipe, com parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Sergipe, que disponibilizou profissionais para tirar dúvidas e realizar inscrições para os apicultores interessados em receber Assistência Técnica e Gerencial (AteG).

Palestras, exposições de produtos apícolas e meliponícolas, concurso de meles, oportunidades de networking e interação entre os participantes, divulgação e submissão de resumos científicos também integram a iniciativa, promovendo um ambiente de troca de informações e experiências para o desenvolvimento sustentável do setor apícola em Sergipe, conforme destaca o professor Mário Sérgio Campos, do Departamento de Engenharia Florestal e um dos coordenadores do evento na UFS.

“Essa segunda edição partiu do sucesso da primeira, que ocorreu em 2023, mas desta vez extrapolamos a expectativa de participantes, isso significa que a primeira versão foi um projeto de interesse da comunidade, principalmente olhando para o pessoal que trabalha a parte da abelha, da meliponicultura. O nosso público alvo é bem diverso, com acadêmicos, alunos de pós-graduação, sociedade em geral e associações de agricultores ou agricultura familiar, que indiretamente trabalha com a apicultura, então os temas estão bem diversificados para atender principalmente a parte da agricultura familiar, mas também voltado para o lado da pesquisa e do ensino e extensão”, resumiu o professor.

“A minha expectativa é superar o que a gente teve na primeira edição do evento, e acredito que a gente alcance essa meta, em uma questão que não é só de números, mas de atender a sociedade, a agricultura familiar, alunos de graduação e pós-graduação levando novas experiências para o campo. Só para se ter uma ideia temos 150 monitores, que são alunos da graduação, atuando no evento de forma voluntária, estimando um atendimento de cerca de 400 pessoas”, declarou Mário Sérgio.

Um dos palestrantes da abertura do 2º Esam foi o engenheiro florestal Genésio Tâmara, professor aposentado do Departamento de Ciências Florestais da UFS, que permanece ativo na área de Gestão Ambiental. “Tive a honra de ser convidado para fazer uma palestra sobre a sustentabilidade da apicultura e da meliponicultura. E é um tema muito interessante, é um tema que está em moda, principalmente com essas confusões climáticas que a gente tem presenciado nos últimos anos. A ideia é caracterizar o que a gente tem no estado, porque enquanto professor a gente trabalhou com a apicultura, com os apicultores, e desenvolveu alguns trabalhos de pesquisa interessantes, então é associar a apicultura com a meliponicultura”, comentou.

“No estado há o conceito de sustentabilidade, não só no aspecto da apicultura ser uma atividade que prima pela sustentabilidade, que ela depende do meio ambiente, mas também do ponto de vista do apicultor, o que ele pode trabalhar dentro das estratégias de se manter o meio ambiente sustentável. É um evento importante, e essa é uma das ações que faz com que o produtor tenha acesso à universidade, acesso à pesquisa, à extensão, e isso é um elo muito importante dentro desse processo de sustentabilidade. A UFS vai na linha não só do treinamento, mas do avanço tecnológico, do avanço dentro da área de produtividade, do próprio produtor de mel e de outros produtos na linha de apicultura de um modo geral”, contextualizou o palestrante.

Ascom UFS