Qua, 03 de julho de 2024, 14:37

Colégio de Aplicação da UFS comemora 65 anos com solenidade especial
O colégio foi fundado em 1959 e, atualmente, é referência de Educação Básica em Sergipe
Cerimônia marcou os 65 anos de existência do Codap/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Cerimônia marcou os 65 anos de existência do Codap/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Na última segunda-feira, 1º, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe (Codap/UFS) celebrou 65 anos de existência com uma solenidade especial. O evento foi dividido em dois momentos: o primeiro aconteceu no auditório da Reitoria, onde foram feitas homenagens a personalidades que contribuíram para a história do colégio; o segundo, logo em seguida, foi realizado no hall da Reitoria, onde houve apresentações musicais do Coral do Codap e do Coro e Orquestra Sinfônica da UFS.

O colégio, que é uma unidade de ensino médio e fundamental, foi fundado em 30 de junho de 1959 como “Ginásio de Aplicação” da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe e incorporado à UFS em 1968. Em 1981, foi criado o Campus de São Cristóvão e o Codap foi transferido para estrutura física da universidade, onde funcionou na Didática III até 1995, ano em que foi construído o prédio onde a escola funciona atualmente.


Homenagens foram realizadas durante o evento. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Homenagens foram realizadas durante o evento. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
No hall da Reitoria houve apresentações musicais do Coral do Codap e do Coro e Orquestra Sinfônica da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
No hall da Reitoria houve apresentações musicais do Coral do Codap e do Coro e Orquestra Sinfônica da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Quando ocorre essa anexação ao espaço físico da universidade, o colégio ganha um de seus principais diferenciais: além de desenvolver o ensino, também começa a participar das pesquisas e extensões desenvolvidas pela instituição, além servir como um espaço de abertura para a aplicação de novas metodologias de ensino. Para o vice-reitor da UFS, Rosalvo Ferreira, essa integração entre colégio e universidade também gera uma interação que é permanente.

“Para muitos alunos que são da graduação, o Codap funciona como campo de estágio de formação docente. Vale dizer também que a relação dessas duas entidades é tão intensa e tão íntima que os meninos entram e se tornam alunos da própria graduação. Depois vão fazer mestrado e, em seguida, voltam para dar aula no colégio”, comenta Rosalvo.


Mesa de abertura da solenidade no auditório da Reitoria. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Mesa de abertura da solenidade no auditório da Reitoria. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Rosalvo Ferreira é vice-reitor da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Rosalvo Ferreira é vice-reitor da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Para aqueles que fizeram e fazem parte da história do Codap, comemorar a data é uma mistura de sensações. Uma dessas pessoas é Kauanne Araújo, que estuda no colégio há sete anos e atualmente está no 3º ano do ensino médio. No ano em que se despede da escola, ela conta que vivenciar esse momento é algo incrível.

“Foi uma coisa que eu nunca imaginei viver. Eu gosto das experiências que a gente tem lá, da diversidade, das amizades e da pluralidade de ensino. Toda essa trajetória que eu tive no Colégio de Aplicação foi maravilhosa e hoje eu me sinto muito glorificada em fazer parte desses 65 anos. Espero que todos aqui possam aproveitar e sentir o que essa data significa”, comemora a aluna.


Kauanne Araújo é aluna do 3º ano do ensino médio do Codap/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Kauanne Araújo é aluna do 3º ano do ensino médio do Codap/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Com experiências de quem atuou como professora de Língua Portuguesa e Literatura e como diretora do Codap, Marlucy Mary, tem uma relação de 20 anos com o colégio. Aposentada há dois anos, ela vê na data a oportunidade de matar um pouco da saudade.

“Eu trabalhei no Codap por 20 anos, sendo 16 como professora e quatro como diretora, entre 2004 e 2008. E essa é uma data muito simbólica para mim, pois é muito interessante rever amigos e ex-alunos. Tem sido um momento de alegria e de reencontro com o meu grande amor, que é o colégio, e com todos aqueles que um dia passaram pela minha vida”, conta.

A ex-professora lembra que durante esses 20 anos acompanhou algumas mudanças significativas, como quando o colégio passou a funcionar nos dois turnos (manhã e tarde). Mas, para ela, a mais marcante foi a mudança do sistema de ingresso, que passou do modelo seleção para o sorteio de vagas.


Marlucy Mary atuou como professora e diretora do Codap/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Marlucy Mary atuou como professora e diretora do Codap/UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

“A mudança da forma de ingresso foi um divisor de águas, porque no antigo modelo, o de seleção, só entravam os alunos com a média altíssima e poucos alunos de escola pública tinham acesso. Com o sorteio público de vagas, houve a democratização desse acesso para alunos de famílias com menor poder aquisitivo. Em meu momento de Codap como professora e como gestora também houve a oportunidade de inclusão. E nós vemos o quanto crescemos quando oferecemos vagas para pessoas com deficiência, negros, indígenas e quilombolas. É muito bacana ver que o colégio, além de ensino, pesquisa e extensão, também tem a inclusão como um pilar” afirma Marlucy.

Referência em Sergipe


(foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
(foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe é conhecido por ser uma referência de Educação Básica em Sergipe. Formado por um corpo docente com maior número de doutores e mestres, o colégio também ajuda a preparar novos professores para a sociedade ao receber uma média de 400 estagiários por ano. E de acordo com o atual diretor do colégio, Carlos Alberto Barreto, isso é o que torna o Codap diferente das demais escolas.

“Nós somos uma estrutura mais antiga que a própria universidade, que fez agora 56 anos. Nós estamos fazendo 65. Então, é uma prova de que nós não só existimos, mas resistimos ao tempo e mantivemos um trabalho de qualidade, que serve como exemplo para todas as instituições, mostrando que é possível fazer uma educação que é pública e também é de qualidade”, explica Carlos Alberto.


Carlos Alberto Barreto é diretor do Colégio de Aplicação da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Carlos Alberto Barreto é diretor do Colégio de Aplicação da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

E é essa preocupação em continuar fazendo educação pública de qualidade que torna essa data um momento de reflexão para o vice-reitor.

“É um momento de alegria e integração, mas também um momento de olhar para frente. A direção da escola, os professores e todos os terceirizados estão muito comprometidos, e os alunos e a comunidade têm um sentimento de pertencimento à escola que é invejável. Quisera eu, que as escolas tivessem esse olhar de que é possível fazer uma escola de referência, mesmo sem uma infraestrutura de referência do ponto de vista físico. Mas a gente ainda precisa avançar muito para que a escola possa ter uma infraestrutura melhor, com espaços para pesquisa e para o desenvolvimento das atividades de extensão que a universidade também desenvolve no Colégio de Aplicação, conclui Rosalvo Ferreira.

Mateus Ferreira - Bolsista

Letícia Nery - Ascom UFS

Atualizado em: Qua, 03 de julho de 2024, 15:30
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