Sex, 19 de julho de 2024, 08:00

UFS participa de fundação de Cátedra para combate ao racismo
Educação para a igualdade racial e combate ao racismo são os motes da iniciativa

Foi fundada neste mês a Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e Combate ao Racismo, da qual a Universidade Federal de Sergipe (UFS) está fazendo parte como membra fundadora. A Cátedra é coordenada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

De acordo com a professora do Departamento de Letras do campus da UFS em Itabaiana, Sara Rogéria Barbosa, que representa a universidade na Cátedra, a iniciativa surgiu na UFSC como mais um instrumento de políticas de enfrentamento ao racismo. “Participei da fundação da Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e Combate ao Racismo e Cátedra UNESCO de Igualdade Racial no último dia 8 de julho, sob a coordenação da professora Joana Célia dos Passos, da UFSC. Na ocasião, contamos com representantes de universidades brasileiras, sul-americanas, africanas e caribenhas. Ela vem como resposta ao avanço de casos de injúria racial, a identificação de mais de 300 células neonazistas ativas na região Sul do país e a crescente intolerância étnica e religiosa contra pessoas negras e indígenas”, detalha a professora Sara Rogéria.

Para ela, esse cenário não difere das demais regiões, chegando a se expandir além-fronteiras. “Espera-se que as instituições presentes no ato fundacional repliquem as ações promovidas pela Cátedra e seus objetivos com vistas ao combate efetivo e urgente ao racismo. No dia 8 de julho já ocorreu a primeira reunião das instituições que compõem a Cátedra, e o objetivo foi socializar o projeto, sua organização interna, além de promover o encontro entre os representantes institucionais”, pontua.

A professora reforça que os objetivos da Cátedra são combater o racismo em suas múltiplas dimensões. “Queremos contribuir com a promoção da igualdade racial na sociedade brasileira; reunir esforços interinstitucionais multidisciplinares, para melhor compreender a atuação do racismo na universidade e na sociedade brasileira, por meio da realização de pesquisas e de processos educativos-formativos de agentes antirracistas; além de promover a equidade racial e de gênero nas ciências, universidades e na sociedade brasileira”, ressalta.


Professora Sara Rogéria representa a UFS na Cátedra. (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)
Professora Sara Rogéria representa a UFS na Cátedra. (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)

Internacionalização

Apesar da Cátedra ser sediada na Universidade Federal de Santa Catarina, os seus membros fazem parte de Instituições de Ensino Superior brasileiras, sul-americanas, africanas e caribenhas. “Conjuntamente, e a partir das demandas que se fizerem presentes, cabe à Cátedra a organização e realização de seminários, pesquisas, cursos e publicações, a promoção da internacionalização de conhecimentos que fundamentem a luta antirracista, promover o Selo Instituição/Universidade Antirracista às instituições que apresentem políticas de enfrentamento ao racismo institucional, fomento às políticas de enfrentamento ao racismo nas instituições participantes da Cátedra, a exemplo da Universidade Federal de Sergipe, considerando o incentivo de mulheres e meninas negras e indígenas para atuação na carreira científica, seja de forma local, regional ou global”, explica a professora.

“É preciso considerar a implementação de estratégias curriculares e extracurriculares que promovam a incorporação de conhecimento de povos tradicionais na educação básica, na graduação, pós-graduação e atividades de extensão, segundo prevê a Lei Federal 10639/03 e a Lei Federal 11.645/2008; e integrar ações entre a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade, a Pró-Reitoria de Graduação e Pró-reitoria de Pós-Graduação da UFSC que visem às estratégias de implementação da referida lei nos currículos. Essa ação, compreende-se, pode ser levada para discussão e implementação em todas as IES que compõem a Cátedra”, complementa.


Valter Santana, reitor da UFS, diz que é uma honra para a universidade fazer parte da iniciativa.  (foto: Yan Lima/Ascom UFS)
Valter Santana, reitor da UFS, diz que é uma honra para a universidade fazer parte da iniciativa. (foto: Yan Lima/Ascom UFS)

Institucional

Ainda de acordo com a professora que representa a UFS na iniciativa, a Cátedra tem estabelecidos cinco eixos de atuação. “São eles: ações afirmativas e políticas de igualdade racial, educação e direito às infâncias, educação e saúde antirracista e, por fim, desenvolvimento econômico, social e relações raciais. Cada um desses eixos apresenta uma série de ações pautadas no tripé ensino-pesquisa-extensão, inclusive com produtos finais como dossiê, vídeo-documentário e apresentação de resultado de pesquisa em eventos que tenham como mote o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial”, informa.

Para o reitor da Universidade Federal de Sergipe, Valter Santana, é uma honra para a instituição ser parte da Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e Combate ao Racismo. “É um orgulho para a UFS, uma honra, se associar a instituições de ensino do nosso país com pesquisadores renomados, tanto no Brasil quanto fora do Brasil. Profissionais que estudem e se debrucem sobre a temática de promoções de ações de combate ao racismo. É uma temática extremamente importante para a nossa instituição, que defende e busca, dentro das suas ações, fomentar uma universidade que seja inclusiva, e efetivamente não podemos deixar de lado questões que nos afligem há tempos. Uma das formas de contribuição da universidade é produzir conhecimento, estudos, educando a sociedade para que possamos ter uma sociedade mais econômica, uma sociedade mais justa. Isso se materializa também dentro dessa ação de participar da formação de um instrumento que, sem dúvida nenhuma, produzirá para o país estudos, ações, políticas que promovam a equidade racial em nosso país”, declara o reitor da UFS.

Ascom UFS


Atualizado em: Qua, 17 de julho de 2024, 10:22
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