Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, autocuidado, empatia e novas oportunidades: essas foram algumas abordagens do I Encontro de Gestoras da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento foi realizado pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) na última terça-feira, 13, na Didática 7 do Campus de São Cristóvão.

A pró-reitora Thaís Ettinger ressalta que o encontro foi um ponto de partida para intensificar as discussões sobre o tema na universidade. “Entendo a importância desse evento como marco para discutir a liderança feminina na universidade, não só sobre os desafios que a gente encontra, mas também pensar em como melhorar e promover um ambiente de trabalho que seja mais inclusivo e equilibrado em termos de equidade de gênero. Então, sem dúvida acaba sendo um ponto de partida fundamental e que todas nós realmente precisamos. A gente precisa falar mais sobre isso”.

Pela manhã, o evento foi aberto com apresentação musical e, logo em seguida, aconteceu a palestra “Mulheres gestoras: apropriando-se do poder feminino da liderança”. Durante a tarde, a programação englobou a mesa redonda “Mulheres na liderança: desafios da gestora em ambiente acadêmico”.

Presente na mesa, a pró-reitora de Ações Afirmativas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Cássia Bastos, explica a importância da ação. “A iniciativa de realizar um evento de gestoras é de extrema importância para reflexão em duas dimensões: para que essas gestoras, juntas em um evento, se vejam como uma coletividade, com características próprias e reconheçam essa questão da minoria dos espaços de poder ocupados por mulheres nas universidades; e para que possam também, dentro desse compartilhamento, trocar experiências, traçar estratégias e pensar, de fato, o futuro e uma participação feminina cada vez maior nos espaços de gestão”.

“A minha pesquisa de doutorado é sobre gestoras acadêmicas e é importante nós pensarmos em algumas outras movimentações que têm envolvido as universidades mundialmente e que são caminhos pelos quais a comunidade costuma acatar e pensar em questões de gênero. A exemplo do posicionamento das universidades no rankings internacionais, ou seja, quanto mais a gente puder fazer uma leitura crítica desses rankings e envolver elementos que estimulem a igualdade de gênero, as universidades passam a prestar mais atenção sobre isso. Outra questão relevante são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, sendo o objetivo nº 5 a igualdade de gênero. A ONU vem realizando uma série de atividades envolvendo as universidades e eu acho que essa é uma boa oportunidade de montar uma pauta, sugerir às nossas universidades que participem com toda a força da conquista da Agenda 2030”, afirma Cássia.

Também convidada para participar da mesa, a atual diretora-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Maíra Bittencourt, já ocupou o cargo de superintendente de Comunicação da universidade. Ela destaca a felicidade em retornar para a UFS e debater esse assunto.

“A UFS é minha casa e estar de volta é sempre uma alegria. Embora eu esteja em outro cargo em uma empresa pública em Brasília, a certeza é de retornar enquanto professora. E esse espaço é muito especial porque precisamos falar muito sobre as mulheres e sobre mulheres em espaço de gestão. Por mais que tenhamos muitas conquistas ao longo dos últimos anos, temos muito ainda que falar sobre isso porque essas conquistas, muitas vezes, são a duras penas. Então, a gente tem um processo muito mais difícil, tanto pela quantidade de tarefas acumuladas nas mulheres, principalmente quando juntam questões domésticas com as questões de trabalho, e mesmo no ambiente de trabalho ainda há o preconceito e as diferenças na forma de lidar com as mulheres em cargos de gestão. É muito importante ter espaços como esse para reforçar aquilo que podemos avançar e uma apoiar a outra nessa construção”, diz Maíra.

Letícia Nery - Ascom UFS