Há 15 anos, o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Sergipe (Dmec/UFS) vem investindo e consolidando as equipes de competições. E para incentivar ainda mais a participação dos alunos, foi criado o Centro de Competições da Engenharia Mecânica como um projeto de extensão.
Atualmente, o centro engloba cinco equipes e se prepara para colocar mais uma em atividade: Equipe Serbaja, equipe off-road criada em 2009; Escuderia UFSAE, equipe de Fórmula SAE Brasil criada em 2011; Araras Aerodesign, equipe de aerodesign criada em 2014; Tortuga Nautidesign, equipe de nautimodelismo criada em 2016; Zenith Rocketry, equipe de foguetes criada em 2023; e a Swarm 79, equipe de robótica aérea - a mais recente equipe, lançada em 2024 e que ainda vai entrar no cenário das competições.
Para ampliar o espaço de práticas e dar melhores condições de ensino-aprendizagem, a UFS anunciou durante visita ao departamento na última sexta-feira, 13, a ampliação do Centro de Competições da Engenharia Mecânica com um investimento de R$ 900 mil.
O reitor da Universidade Federal de Sergipe, Valter Santana, reforça a importância de apoiar esse tipo de iniciativa dentro da instituição. “Desde a primeira vez que vi o projeto do Centro de Competições, senti a importância e essa iniciativa deve ser apoiada por toda a instituição. Se a gente não der oportunidade para que esses alunos adquiram habilidades e competências, a nossa formação não será completa. E é isso que o Centro de Competições traz: um processo de construção do conhecimento completo, sendo esse o ganho da universidade, independente do resultado”.
Coordenadora do centro, a professora do Dmec, Alessandra Azevedo, explica que o projeto de ampliação já aprovado vai dar mais estrutura para os alunos poderem construir os protótipos de competições da melhor forma.
“Por exemplo, quando eles vão pintar o carro ou mexer com a parte de resina, é preciso fazer isso do lado de fora do prédio porque não temos estrutura apropriada para extrair todos os vapores que são gerados. Na proposta há a criação de um local apropriado para pintura, local com sistema de exaustão para mexer na parte de laminação usando fibra de vidro e fibra de carbono que eles trabalham constantemente, além da reestruturação com a chegada de mais uma equipe. Ficou muito bom o projeto e eu fico feliz e muito orgulhosa porque eles merecem. São os melhores alunos, porque eles trabalham, se empenham e querem aprender”, afirma a professora Alessandra.
Influenciada por um professor que gostava da aviação, a estudante Maria Vitória Miranda atua na Araras Aerodesign desde 2022. Atualmente, enquanto vice-capitã e líder de estabilidade e controle da equipe, ela enxerga no projeto a oportunidade de poder trabalhar com mais conforto.
“Fazer parte desse projeto é muito bom porque é possível colocar em prática tudo o que a gente estuda, tanto na questão de softwares e programas, quanto botando a mão na massa em si, entrando em contato com os professores, fazendo novos projetos e desenvolvendo artigos e pesquisas, tudo muito integrado também com outras áreas, o que é muito importante para o mercado de trabalho. A gente está com muita expectativa para essa ampliação, principalmente por esperar ter espaço para as ferramentas que a gente precisa e também para poder trabalhar com mais tranquilidade e conforto, porque o espaço é pequeno e algumas coisas acabam se perdendo já que não há onde guardar”.
A expectativa também é alta para o estudante Guilherme Cândido, integrante da Swarm 79. Apesar de a equipe ainda estar em processo de composição, ele já se imagina participando de competições.
“Essa essa nova equipe surgiu com o intuito de abranger um pouco mais de algumas áreas da engenharia mecânica que a gente não tem tanto conhecimento hoje. É uma parte que envolve um pouco de mecatrônica, programação e simulação de alguns componentes. A competição é fora do país, no Reino Unido, então tudo começou com esse foco de tentar desenvolver uma área nova e mais abrangente para a engenharia mecânica. Estamos aprendendo em nosso curso e, através desse projeto, nós queremos desenvolver mais essa percepção para a área mecatrônica”, diz Guilherme.
O chefe do Dmec/UFS, professor Alexandre Ramos, ressalta que a participação dos alunos nesse projeto de extensão incentiva a permanência deles na universidade, reduzindo as taxas de evasão. “Observamos no curso de Engenharia Mecânica da UFS que as ações de extensão reduzem a taxa de evasão dos cursos. Então, nossa taxa de sucesso é uma das maiores das engenharias e do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Isso fez com que a gente focasse mais a atenção no Centro de Competições. Temos cinco equipes e estamos ajustando a sexta, que é a equipe de drones, para competições internacionais. São projetos que engajam os alunos e faz eles terem mais curiosidade para aprender novas tecnologias”
Com a expansão dos projetos, as equipes se tornam cada vez mais diversificadas, com participação de alunos de diversos cursos, extrapolando até a área de exatas. Essa integração, de acordo com o diretor do CCET/UFS, Roberto Rodrigues, contribui para a formação ampla dos estudantes da universidade.
“Os projetos ajudam demais na formação mais ampla, não só a formação em Engenharia Mecânica, mas também em diversos outros cursos para além do CCET. Essa formação ampla e diversificada é a formação desejada hoje para os novos profissionais que vão para o mercado de trabalho com alta qualidade e com visão de uma sociedade mais humana e a gente agradece todo o apoio da universidade nesse sentido”
Letícia Nery - Ascom UFS