Alunos do curso de Museologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) participam até hoje, 17, da exposição curricular "Corpos Sujos, Almas Livres: Performance Negra na Diáspora Afro-Latina (Brasil-Caribe: Sergipe, Bahia e Granada)". Realizada anualmente como componente obrigatório para a conclusão do curso, a mostra aborda neste semestre as experiências da cultura africana a partir das performances culturais tradutoras de conhecimentos que reiteram ou desobedecem às condições históricas.
De acordo com o professor do curso de Museologia da UFS, Vinícius Zacarias, que coordena o projeto, estão sendo apresentados três exemplares latino-americanos manifestados popularmente pela pintura preta no corpo. "É uma forma de analisarmos o patrimônio imaterial negro em dimensões globais, entendendo que o processo de escravidão produziu traumas que são manifestados estrategicamente por meio de festas e performances públicas. O lambe-sujo, cão e jab jab são exemplos de resistência e memória, pois manifestações relativamente distantes podem ter elementos comuns", afirma o professor.
A exposição exibe o trabalho dos fotógrafos Wayne Lawrence, Roberto Luís e Denise Somera, de São Jorge, em Granada, no Caribe, Muritiba, na Bahia, e Laranjeiras, em Sergipe.
“O evento é preparado em dois semestres. Por meio democrático, alunos e orientador escolhem o tema que será apresentado. No semestre anterior, os alunos preparam o desenvolvimento do projeto e apresentam diversos temas para apreciação. Eles buscam informações em documentos oficiais, acervos, relatos e, a partir do resultado dessa pesquisa, fazem um recorte e montam a narrativa da exposição. Já neste semestre, é montada a exposição curricular, colocando em prática tudo o que foi pesquisado, desenhado e projetado. Os estudantes concebem e montam a exposição, apresentam ao público e, ao final, fazem a avaliação do processo”, explica Vinícius.
Uma das participantes desta iniciativa é a aluna Ana Paula Santos, que viu na realização do projeto um grande desafio. "Está sendo interessante, trabalhoso, mas gratificante. A gente acaba aprendendo na prática o projeto de uma exposição. É edificante aprender junto com os colegas a montar uma exposição", declara.
“A mostra, que também é uma atividade de extensão, recebeu o apoio da Universidade Federal de Sergipe na impressão de material gráfico e no empréstimo de expositivos do centro. Ao final da exibição, parte do acervo será doada à Casa de Folclore Zé Candunga, para compor a programação da instituição. Haverá também uma disciplina inspirada na exposição curricular ministrada a partir do próximo semestre, com o objetivo de relacionar os estudos étnico-raciais, museologia, antropologia e artes”, diz o professor Vinícius Zacarias.
O evento se estende até as 17h, no hall do Campus da UFS em Laranjeiras (SE), com monitoria e visitação gratuita.
Ascom UFS
Com informações do curso de Museologia