Com o objetivo de promover o interesse, a permanência e o sucesso acadêmico e profissional de meninas e mulheres nas áreas de Ciências Exatas, a professora do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Sergipe, Isabelly Pereira, teve um projeto aprovado na chamada “Meninas nas ciências exatas, engenharias e computação” do CNPq. Intitulado “Oportunidades para todas: empoderando meninas e mulheres em ciência e tecnologia”, o projeto foi selecionado na linha regional.
A iniciativa busca contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade STEM (acrônimo em inglês para “Science, Technology, Engineering and Maths”) mais inclusiva e diversificada, gerando impactos positivos no âmbito acadêmico, profissional e na sociedade em geral. Além disso, colaborar com as discussões sobre a perspectiva de gênero, relações étnico-raciais na ciência e a popularização do conhecimento científico e tecnológico.
Para a docente Isabelly, dar oportunidades a essas jovens impulsiona o crescimento econômico. “Acredito que projetos que valorizam a educação e a ciência voltados para o público jovem são extremamente importantes, pois esses jovens representam o futuro do país. O projeto possui um recorte de gênero, alinhando o incentivo à educação e à ciência com atenção especial às meninas, um grupo frequentemente desfavorecido por estereótipos que acabam desestimulando o interesse das meninas por áreas técnicas e científicas, privando-as de oportunidades em setores promissores. Por isso, a ideia é estimular o interesse dessas garotas por áreas de ciências exatas, engenharias e computação e identificar talentos e aptidões que, sem esse incentivo, poderiam não ser desenvolvidos”.
A proposta contará com investimento de mais de R$ 930 mil em bolsas e custeio, e será executada em articulação com pesquisadoras do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec). O público-alvo são meninas do 8º e 9º ano dos ensinos fundamental e médio em escolas públicas e, dentre as instituições selecionadas estão: Colégio Estadual Armindo Guaraná, Colégio Estadual Atheneu Sergipense e Colégio Estadual Dom Luciano José Cabral Duarte.
A professora da UFS ainda explica que a ideia do projeto partiu do interesse pessoal pela temática. “O interesse surgiu especialmente devido a minha experiência como aluna do curso de Engenharia Mecânica, uma das áreas com menor representação feminina. Comecei a coordenar projetos nessa área por meio dos editais temáticos da Coordenação de Pesquisa da UFS, participando das três edições. Neste ano, com o apoio e parceria de pesquisadoras do IFS, UNIVASF e UFMA, foi possível fortalecer a elaboração deste projeto, que foi aprovado pelo CNPq”.
Ao longo de três anos serão desenvolvidas diversas ações, como workshops, palestras, rodas de conversa, grupos de mentoria e visitas técnicas, bem como a produção de materiais educativos e informativos. As alunas das escolas públicas desenvolverão atividades sob a supervisão das professoras no ciclo 2025-2027 e terão o apoio de quatro alunas de graduação e uma de pós-doutorado.
“A educação é uma poderosa ferramenta de transformação social e esses projetos, quando voltados para alunos de escolas públicas, desempenham um papel ainda mais relevante na redução de desigualdades, oferecendo acesso a um futuro com mais oportunidades e melhores condições para o crescimento e sucesso pessoal. Aliado a isto, vale destacar a importância da diversidade nas áreas técnicas e científicas. Equipes diversificadas e inclusivas, compostas por profissionais de diferentes origens e experiências, são mais criativas, produtivas e eficazes na resolução de problemas e desenvolvimento de inovações”, destaca Isabelly Pereira.
Programa Mulher e Ciência do CNPq
“Meninas nas ciências exatas, engenharias e computação” é a 3ª chamada realizada no âmbito do Programa Mulher e Ciência, lançado em 2005. No total, serão investidos pelo CNPq R$ 100 milhões, ao longo de três anos, nos 126 projetos aprovados.
Foram selecionados 36 projetos em rede de abrangência nacional (linha1); 46 projetos em rede de abrangência regional (linha 2); e 44 projetos individuais (linha 3). A previsão é de que sejam concedidas entre 4.500 e 5.400 bolsas a meninas e mulheres da educação básica ao doutorado.
Para acessar o resultado e conferir a página da chamada pública, clique aqui.
Letícia Nery - Ascom UFS