Qui, 30 de janeiro de 2025, 17:02

UFS aumenta a oferta de equipamentos de tecnologia assistiva para alunos com deficiência visual
Universidade recebeu uma cabine de audiodescrição, nove OrCam MyEye e sete We Walk
(foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)
(foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)

A Universidade Federal de Sergipe aumentará a oferta de aparelhos com tecnologia assistiva para os alunos com deficiência visual da instituição. Na última segunda-feira, 27, o reitor Valter Santana recebeu três tipos de equipamentos, com foco na autonomia desses discentes.

A disponibilização dos equipamentos ocorreu por meio de emenda parlamentar. “A articulação foi originada pelo professor do Departamento de Teatro, Carlos Alberto Ferreira, ao apresentar na Reitoria um projeto de evento que une arte e inclusão. E com o apoio da Divisão de Ações Inclusivas, foi possível realizar o evento na nossa instituição e financiar também equipamentos que serão utilizados para melhorar a acessibilidade em nossa instituição. Temos a expectativa de fomentar uma educação inclusiva em todo o estado do Sergipe”, afirma o reitor da UFS, Valter Santana.


Valter Santana é reitor da UFS. (foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)
Valter Santana é reitor da UFS. (foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)

Tecnologias assistivas são produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que tenham como objetivo promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Ao todo, a UFS recebeu: uma cabine de audiodescrição com 30 pontos para auxílio em eventos; nove OrCam MyEye já acoplados aos óculos, que são dispositivos portáteis que escaneiam o texto ou o espaço e realizam a descrição; e sete We Walk, que são bengalas inteligentes com sensores, alertas e saída de som que funcionam conectadas ao smartphone para uso de GPS.

Todos os equipamentos estão sob coordenação da Divisão de Ações Inclusivas (Dain), vinculada à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proest). Eles estão sendo patrimoniados e o setor promoverá uma capacitação com os servidores e alunos para utilização.


Recepção dos equipamentos aconteceu no Gabinete do Reitor. (foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)
Recepção dos equipamentos aconteceu no Gabinete do Reitor. (foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)

Na UFS, há o registro de cerca de 90 estudantes com deficiência visual, sendo 20 cegas. De acordo com a coordenadora da Dain, Lavínia Teixeira, a universidade vem somando esforços para atualizar a tecnologia disponibilizada para os alunos acompanhados pela Dain.

“Nós temos um quantitativo muito grande de alunos com deficiência visual aqui na universidade e ainda temos poucos equipamentos no nível tecnológico desses que acabaram de chegar. Vamos fazer esse treinamento com os servidores, inclusive os servidores do interior ligados à assistência estudantil, e com alunos já acompanhados pela Dain, principalmente os cegos, que são os que mais precisam do acesso. A nossa ideia é fazer um alinhamento das necessidades para que o aluno, ao ingressar na universidade, receba um equipamento e que esse equipamento seja dele”, explica a coordenadora Lavínia.


Lavínia Teixeira é coordenadora da Divisão de Ações Inclusivas da UFS. (foto: Josafá Neto/Rádio UFS)
Lavínia Teixeira é coordenadora da Divisão de Ações Inclusivas da UFS. (foto: Josafá Neto/Rádio UFS)

O representante discente PcD do Comitê Gestor para Incluir da UFS, Enaldo Boaventura, participou da cerimônia de entrega dos equipamentos. “Recursos de tecnologia assistiva na vida da pessoa com deficiência visual são uma necessidade para que nós possamos ter o mínimo de igualdade dentro de um sistema que já nos exclui em determinadas situações. Isso dá suporte para que eu consiga, pelo menos, driblar a dificuldade e ter acesso aos conteúdos, aos livros e à locomoção. É dar equidade às pessoas com deficiência”.


Enaldo Boaventura é representante discente PcD do Comitê Gestor para Incluir da UFS. (foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)
Enaldo Boaventura é representante discente PcD do Comitê Gestor para Incluir da UFS. (foto: Elisa Lemos/Ascom UFS)

Com baixa visão, ele foi o primeiro aluno da UFS a testar os aparelhos. “É uma experiência muito boa. No caso da bengala, há o recurso sonoro e em forma de vibração, e ela pode ser conectada via smartphone ao GPS e ao Google. Isso permite, por exemplo, traçar uma rota e ela vai me dizendo todo o caminho, além de notificar as mensagens que chegam e a pessoa não precisa ficar tirando o telefone do bolso, dando continuidade à caminhada”, ressalta Enaldo.

Núcleo de Acessibilidade

Sob instrução do Programa Incluir, gerido pelo Ministério da Comunicação (MEC), as instituições de educação superior devem ter um setor vinculado ao Gabinete do Reitor para tratar das questões de acessibilidade e inclusão. A coordenadora Lavínia Teixeira explica que essa mudança está em fase de estruturação.

“Assim como em diversas outras universidades federais, isso não foi feito na UFS. Estamos no processo. Aprovamos a Política de Acessibilidade e Inclusão para as Pessoas com Necessidades Específicas da UFS e já englobamos o núcleo. O regimento interno está pronto e está em andamento para aprovação. Ao mesmo tempo, houve um movimento nacional para criar um colegiado, ou seja, na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, agora há o Colégio de Gestores de Acessibilidade e Inclusão e eu sou a vice-coordenadora nacional. Nós já temos cadeira na Andifes e a ideia é uniformizar em todo o país a mesma estrutura nas universidades”, destaca Lavínia.

Letícia Nery - Ascom UFS


Atualizado em: Qui, 30 de janeiro de 2025, 18:41
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