Um Projeto de Extensão desenvolvido na Universidade Federal de Sergipe (UFS) promoveu, no Acampamento Nossa Senhora d’Ajuda, povoado Cabrita, em São Cristóvão, a instalação de galinheiros em quintais produtivos para produção de ovos com ênfase no bem-estar animal.

O projeto tem como objetivo disseminar conceitos sobre bem-estar nos sistemas de criações e garantir dignidade aos animais, ao mesmo tempo que proporciona fonte de renda e alimento aos pequenos produtores.

Para a professora Angela Cristina Dias, coordenadora do projeto, a iniciativa é muito importante para a comunidade e proporciona grandes experiências para os alunos.

“Durante a execução das atividades, tanto na Unidade demonstrativa de Produção Animal Agroecológica (UDEPA) quanto na comunidade, os estudantes entram em contato direto com conceitos da Zootecnia (comportamento e bem-estar animal, nutrição animal, manejo dos animais, dimensionamento de instalações, manejo sanitário, gestão dos sistemas, planejamento alimentar, entre outros), além de adquirirem a experiência de atender localmente produtores enquanto desenvolvem habilidade como comunicação e senso coletividade”, explicou a coordenadora.

O projeto conta com a participação de 3 bolsistas e 4 voluntários.

A estudante de Zootecnia Lara Jaciuk contou dos desafios que identificou através do projeto.

“Participo da equipe fundadora da UDEPA e da atual monitoria do Laboratório EVA e, desde o momento que passamos a trabalhar com povoados e assentamentos, identificamos os desafios que a comunidade enfrenta com agricultura periurbana e familiar através das atividades que desenvolvemos na área”, contou a estudante.

Já o estudante de Zootecnia Danilo Hélcio, destacou a realização ao implantar o projeto na comunidade.

“Quando recebemos a notícia de que iríamos implementar esse projeto na comunidade da Cabrita, foi como se um sonho, que sonhávamos juntos, saísse da caixinha para ganhar o mundo. Durante a implementação do projeto, tivemos a oportunidade de conhecer a realidade de muitas pessoas ao nosso redor. Percebemos que é possível produzir alimentos sem causar degradação ao meio ambiente. Além disso, aplicar na prática tudo o que aprendemos em sala de aula nos faz sentir mais preparados para ingressar no mercado de trabalho após a graduação”, relatou o estudante.

Para a produtora Jielza Correia, que permitiu a implantação do galinheiro no seu quintal, ele ajudou, além de agregar o conhecimento, a desenvolver a criação de galinhas caipiras, promover melhorias na alimentação e benefícios socioeconômicos.

“Para nós, o valor desse projeto é imensurável, principalmente pela forma digna, humana e respeitosa que nós, vulneráveis, recebemos, não só pela coordenadora, como dos alunos que conduzem o projeto eficientemente. Está sendo maravilhoso aprender a preparar os galinheiros, plantar e produzir a alimentação. Aprender sobre as galinhas, como melhorar a produção dos ovos e até como abater as aves para consumo humano”, falou a produtora.

O projeto, ainda em execução, já implementou galinheiros nos quintais de alguns participantes, a área de piquete para receber as galinhas está em preparação e as oficinas de capacitações estão em andamento.

Marcela Sousa (estagiária)
Jéssica Vieira - Ascom UFS