Na última quarta-feira, 19, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) sediou a 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente (Coema). O evento, que contou com a presença de representantes de diversas instituições ligadas ao município, ao estado e à sociedade civil, tem o objetivo de discutir as propostas que foram criadas por todos os municípios sergipanos em suas conferências municipais e escolher dez delas para serem levadas à Conferência Nacional, que acontecerá no mês de maio, em Brasília, no Distrito Federal (DF).
Durante a conferência, os participantes foram divididos em grupos de trabalho para debater e validar as propostas formuladas anteriormente. Concentradas na emergência climática e no desafio da transformação ecológica, as discussões foram separadas em cinco eixos temáticos: mitigação; adaptação e preparação para desastres; justiça climática; transformação ecológica e governança; e educação ambiental.
Segundo a professora Priscilla Campos, do Laboratório Interdisciplinar para Conservação da Vida (Lab. ConVida) e uma das organizadoras do evento, a conferência estadual é uma etapa fundamental para a formulação de políticas públicas nacionais voltadas ao meio ambiente. “Hoje pela manhã, nós discutimos e votamos dez propostas, que foram encaminhadas à plenária à tarde. Dessas, quatro de cada eixo temático foram escolhidas para representar Sergipe na Conferência Nacional”, explicou.
Além da definição das propostas, a conferência também elegeu os delegados que representarão Sergipe no evento nacional. “Esse momento é crucial para garantirmos que as pautas ambientais sejam levadas adiante e discutidas em nível federal, culminando na construção da Política Nacional sobre Mudança do Clima”, destacou a professora Carolina Bomfim, diretora do Centro de Ciências Agrárias Aplicadas (CCAA/UFS).
Para Alexandre Pires, diretor de Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, a realização da conferência dentro de uma instituição de ensino federal reforça a importância da participação acadêmica nas discussões ambientais. “A UFS é um espaço de produção de conhecimento e inovação. Trazer esse debate para dentro da universidade fortalece o papel da ciência na construção de soluções para os desafios climáticos que enfrentamos”, afirmou.
A conferência estadual também enfatizou a relevância da participação de comunidades tradicionais, como quilombolas, pescadores e marisqueiras, na formulação de políticas ambientais. Cássio Costa, superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Sergipe, destacou que essas populações têm um papel essencial na preservação ambiental. “O direito climático é um direito fundamental garantido pela Constituição, e é dever do Estado assegurar que todas as vozes sejam ouvidas e consideradas no processo de decisão”, ressaltou.
A secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas de Sergipe (Semac/SE), Deborah Dias, reforçou a importância da parceria entre órgãos públicos, sociedade civil e instituições acadêmicas. “A construção de políticas ambientais eficazes depende da colaboração de todos. Ninguém faz nada sozinho, e a universidade tem um papel essencial nessa construção coletiva”.
Com o encerramento da conferência, as propostas selecionadas e os delegados eleitos seguem para a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que acontecerá em maio, em Brasília. O evento nacional servirá de base para a formulação de diretrizes que serão levadas à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), reforçando o compromisso do Brasil com a agenda climática global.
Ascom UFS